Mesmo às vésperas da entrada da temporada 2018/19 de café no Brasil, os valores internos do robusta estão mais firmes. Segundo pesquisadores do Cepea, a sustentação vem, principalmente, da demanda mais aquecida por parte da indústria, que adquire grãos remanescentes da safra 2017/18. Além disso, cafeicultores estão à espera de preços ainda maiores para comercializar bons volumes e, por isso, se afastaram das vendas. Nesse cenário, o Indicador CEPEA/ESALQ do robusta do tipo 6, peneira 13 acima, fechou a R$ 326,37/sc nessa terça-feira, 24, elevação de 1,5% em relação à terça anterior, 17. Quanto ao arábica, apenas alguns poucos negócios envolvendo grãos remanescentes, especialmente mais finos, foram observados nos últimos dias. No geral, contudo, muitos agentes estão retraídos, à espera da colheita da safra 2018/19. Assim, com a baixa liquidez interna, os preços nacionais têm oscilado pouco, acompanhando a variação externa e do dólar.
ARROZ: PREÇO DO CASCA SOBE PELA QUARTA SEMANA CONSECUTIVA
Apesar do menor ritmo de comercialização de arroz em casca no Rio Grande do Sul, o preço da saca do cereal subiu pela quarta semana consecutiva. Segundo colaboradores do Cepea, boa parte dos produtores segue retraída e atenta à colheita de grãos – alguns priorizam a venda de soja. Apenas orizicultores com necessidade de “fazer caixa” entraram no mercado para negociar o produto. Do lado da demanda, as indústrias ativas tiveram de aumentar os valores de suas ofertas para realizar novas aquisições. De 17 a 24 de abril, o Indicador ESALQ/SENAR-RS, 58% grãos inteiros, subiu 0,7%, fechando a R$ 36,18/sc de 50 kg nessa terça-feira, 24. Na parcial de abril (até o dia 24), o Indicador acumula alta de 3,05%.
ALGODÃO: BAIXA OFERTA E INTERESSE DE COMPRA FIRME MANTÊM COTAÇÕES EM ALTA
A baixa disponibilidade de pluma, especialmente de boa qualidade, e as intenções de compra mais evidentes que as de venda mantêm em alta os preços do algodão no mercado brasileiro. Em apenas sete dias (de 17 a 24 de abril), o Indicador do algodão CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, subiu 2,75%, a R$ 3,2944/lp nessa terça-feira, 24, atingindo o maior patamar nominal desde 25 de abril de 2011. Na parcial de abril (até o dia 24), o Indicador acumula expressiva alta de 8,7%. Segundo colaboradores do Cepea, indústrias e comerciantes demonstram interesse por novas aquisições no spot, mas a disputa por preço e qualidade limita os fechamentos. Algumas indústrias adquirem lotes quando tradings se mostram flexíveis e, depois, se retraem do mercado. Outros compradores seguem ativos, buscando novos lotes e pagando valores maiores para realizarem efetivações. Algumas indústrias, ainda, estão fora das compras, trabalhando com a pluma estocada ou a ser entregue. Vendedores, por sua vez, estão pouco presentes no mercado doméstico. Parte dos cotonicultores consultados pelo Cepea afirma não ter mais pluma para ofertar no spot e, com isso, apenas finaliza os embarques da safra 2016/17. Outros produtores seguem firmes nos valores pedidos, mesmo para os lotes com alguma característica. Já tradings estão atentas às oscilações dos preços internacionais, ora mais flexíveis ora retraídas.
ALFACE: CICLO ATRASA, REDUZ DISPONIBILIDADE E PREÇO SOBE EM SP
As chuvas e a queda das temperaturas mínimas em Mogi das Cruzes (SP) – que aumentou a amplitude térmica na região – atrasaram o ciclo de desenvolvimento das alfaces, reduzindo a oferta da folhosa e sustentando as cotações. Segundo colaboradores do Hortifruti/Cepea, esse cenário levou produtores a antecipar a colheita nas roças, resultando na comercialização de alfaces mais novas e menores. Entre 16 e 20 de abril, a crespa teve preço médio de R$ 18,80 por caixa com 20 unidades na praça paulista, alta de 12,8% frente à da semana anterior. A americana, por sua vez, teve média de R$ 19/cx com 12 unidades, elevação de 10,47% na mesma comparação.