Fazia tempo que não comentava nada aqui sobre China. Quem me acompanha há mais tempo talvez lembre que fiz uma série de posts com o título GIGANTE ALAVANCADO no qual abordava o temido risco China. Cabe contextualizar. Quando comecei a escrever o Bugg esse era o maior temor do mercado. Para quem não lembra dá uma olhada no desempenho da bolsa deles em janeiro de 2016, que deixou muita gente de cabelo em pé.
Pois bem, as coisas parecem mais calmas por lá. Na verdade nem tanto né? O último dado da balança comercial deu um baita susto com as suas exportações caindo 10%! Mercado esperava queda de 3%.
Só reforça a expectativa de maiores desvalorizações do iuan afim de manter o poderio exportador do país. Bom pra torcida do Flamengo, que segue vendida na moeda. Abaixo o gráfico invertido pra dar uma noção melhor da desvalorização do iuan.
Pra nós aqui, importa mais as importações (com o perdão do trocadalho). Também vieram piores que o esperado, mas com uma melhora na margem (economistas adoram esse termo). Ou seja, esta ruim, mas menos ruim. Diminuindo a ruindade, rs. O que já é alguma coisa. Dado de importação de China é importante pois mexe com expectativas de minério de ferro, alimentos (soja, frango entre outros), celulose e a lista é longa.
Veja por exemplo que o preço do minério se recuperou bem essas últimas semanas.
E vejam que “coincidência” o gráfico das ações de Vale (SA:VALE5) é bem parecido né?!
E O “PAGODIN”?
Outro fator fundamental. Tipo MMMTTOOO importante, a meu ver, foi a redução da marvada da deflação!
Vale lembrar que hoje em dia a música mais tocada nas rádios dos Bancos Centrais pelo mundo é aquele “pagodin” famoso do SPC: “o que é que eu vou fazer com essa tal deflação”, kkkk.
Brincadeiras à parte a deflação ora vigente no mundo não é só responsabilidade chinesa, mas de fato ela tem uma parcela considerável de culpa e, portanto, o controle dessa pelas autoridades econômicas chinesas é deveras importante!
Não só por reduzir a pressão no mundo, mas o controle da deflação chinesa ajuda a elevar os lucros industriais e, consequentemente, a a capacidade de pagamento de dívida do Gigante Alavancado chinês! Dá uma olhada nesse gráfico do Itaú (SA:ITUB4) que mostra que a diminuição da deflação ao Produtor (PPI) possui uma íntima (UI!) correlação com os lucros industriais.
CPI (inflação ao consumidor) também mostra sinais de melhora.
Ainda desse rel do Itaú, gostei muito do resumo que eles fizeram de China. Gostei tanto que reproduzo-o aqui:
“Esperamos que a estabilidade recente na China se estenda até 2017, visto que:
(1) a transição política favorece políticas que impulsionam o crescimento;
(2) o setor imobiliário se equilibrou e as políticas macroprudenciais parecem suficientes para evitar sinais localizados de superaquecimento;
(3) a deflação está diminuindo;
(4) a taxa de câmbio está mais próxima dos fundamentos; e
(5) os indicadores de crédito estão elevados, mas ainda administráveis.”