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Dimensão das Incertezas Invalida Credibilidade das Projeções

Publicado 04.08.2015, 12:04

Qual será o preço da moeda americana no nosso mercado à vista? Impossível responder projetando-a com razoável credibilidade, visto que os fundamentos que norteiam a formação deste preço estão com intensas perspectivas eivadas de incertezas e, portanto, podem ser mutantes com grande intensidade, e todas ensejam predominantemente cenários de piora no quadro atual.

O fato concreto é que o Brasil é no momento dos mais frágeis países emergentes e há um movimento globalizado de retirada dos recursos estrangeiros destes países, num movimento migratório para as economias desenvolvidas.

O fator risco é um dos que pesa na tomada de decisão dos investidores, e, a economia brasileira tem sido rica na geração de indicativos de todas as naturezas extremamente ruins e o pior, com perspectivas de que podem piorar ainda mais, com fortes impactos na atividade econômica já cambaleante e na visão das agências de rating e investidores estrangeiros.

O sentimento predominante é de que o pior cenário está por vir, com intensificação do desemprego, queda de renda e consumo, queda de demanda por crédito de forma generalizada por pessoas físicas e jurídicas, perda de atividade econômica, etc..

O Brasil mantém extremamente presente o risco de perda do grau de investimento, que se ainda não ocorreu já reune fundamentos para que aconteça, principalmente após a revisão abrupta da meta de superávit primário, num contexto que sugere que terá déficit, e que acaba de fortalecer esta perspectiva ao fechar o 1º semestre deste ano com déficit fiscal.

A rigor, todos os indicativos mais relevantes que a economia brasileira vem gerando estão no pior quadro, deixando inconteste que a recuperação do país será morosa e, provavelmente, se os gestores da politica econômica conseguirem razoável sucesso, dar-se-á somente a partir de 2018.

Há inconteste clareza de que a economia brasileira não tem mínimas condições de recuperação nos quase 2 anos e meio próximos, e o pior, que ainda terá uma fase de intensa piora antes de emitir sinais positivos. As própria projeções do governo para o superávit fiscal em 2016 e 2017 deixam evidente que foram somente indicadores sem convicção.

No câmbio a clara tendência é de saída de recursos, que poderá se intensificar mais com visível deterioração da atividade econômica com reflexos diretos nos conceitos de risco do país, com a persistência do governo no gasto excedente às receitas, com aumento da divida publica bruta. Além deste fato, a perda do grau de investimento, ainda mesmo que não aconteça de imediato, mas com a geração de indicadores deteriorados que coloquem o país tecnicamente em downgrade, deve impulsionar a saída prévia/antecedente dos recursos dos grandes fundos estrangeiros do país.

Na margem, o risco latente do FED americano vir a elevar o juro e com isto, mesmo que o faça de forma gradual, fomentar a saída de recursos dos emergentes, o Brasil deve ser fortemente impactado por saídas dos recursos estrangeiros, mesmo aqueles não obrigatórios de alocação em países necessariamente detentores de grau de investimento. O juro brasileiro, recordista mundial, tende a não ser fator determinante para a manutenção dos recursos estrangeiros no país.

Naturalmente o Brasil vem se configurando como um país de baixíssima atratividade para o investidor estrangeiro não especulador, pois o estado de deterioração da sua economia, com indicadores cada vez piores, é fator que não agrega interesse, até porque tudo leva a perspectiva de piora.

O capital especulativo tende a sair, afinal o Brasil era fortemente atraente pela combinação do juro/ganho elevado e risco de boa qualidade, somente o ganho fácil, mas com risco relevante, o país perde apelo.

As principais economias globais não vêm demonstrando celeridade nos seus crescimentos, com exceção dos Estados Unidos que parece mais consistente na rota da recuperação, e para o Brasil, especialmente a China, que demonstra ter problemas embora não se saiba exatamente qual a dimensão, perdendo ritmo de atividade econômica, é fator de grande preocupação face à sua dependência, num momento em que as commodities, principal segmento das exportações brasileiras, perdem preço no mercado internacional e o país tem a sua indústria bastante deteriorada como consequência do erro de gestão ocorrido que a levou ao atual “status quo” e que tem reagido contrariamente às expectativas do governo.

O fato concreto é que o governo submeteu a economia já deteriorada e um alinhamento de preços administrados relevante, claramente insuportável e que provocou efeito inverso ao esperado, assim o retrocesso na expectativa de crescimento e a tendência a ter um longo e danoso período de recessão estão presentes de forma insofismável.

Após tantos sinais decepcionantes e que deixaram evidente que as ambições do governo com o ajuste fiscal são inalcançáveis e não gerarão as receitas que precisa para sair do quadro deteriorado a que foi conduzido o país, agora desponta o novo ponto que terá grande impacto na conjuntura O CÂMBIO pressionado pela intensificação de saídas de recursos com contração nos ingressos, sugerindo que desta vez, quase certamente, será necessária a utilização das reservas cambiais, direta (venda) ou indiretamente (bancos com posições vendidas), mas em termos efetivos líquidos passíveis de redução e com fortes impactos no processo inflacionário.

A economia brasileira tende a sofrer forte impacto via CÂMBIO mais intenso do que no momento atual, passando a conviver com a realidade da baixa atratividade do país pelos investidores estrangeiros e com forte repercussão na formação do preço da moeda americana.

A oferta de contratos de swaps cambiais é ineficaz para conter a demanda a alta que viria do mercado à vista, e até porque grande parte das exposições já está protegida por hedge.

As projeções atuais, em especial as propagadas pelo BOLETIM FOCUS que têm maior repercussão, sugerem que os analistas dos bancos estão irmanados no objetivo colaborativo com o governo de criar expectativas mais amenas, e assim as mesmas sofrem forte deformação ante a realidade e as perspectivas efetivas existentes.

As pressões inflacionárias tendem a se acentuar com o câmbio mantendo o dólar em preço justo com viés de alta, num ambiente em que o juro SELIC quando elevado só onera o custo de carregamento da divida pelo governo, mas sem eficiência sobre os preços, visto que é cadente a demanda de crédito para consumo.

Os efeitos da recessão que deve se intensificar deverão ter maior impacto de contenção na inflação do que o juro, não se sabendo se superior à expansão inflacionária pelo preço do dólar, porém não sugerindo que a inflação projetada atualmente em 9,25% (2015), 5,67% (12 meses) e 5,40% (2016) seja factível, pois corresponderia à uma desinflação muito intensa quando alguns estados brasileiros já acusam inflação em torno de 10% este ano. Há claro excesso na projeção de redução da inflação a 5,40% em 2016.

A projeção da SELIC neste ano em 14,25% no nosso entender deveria ser mantida, mas já há pressões do mercado financeiro no sentido de que possa vir a sofrer nova alta, inócua no nosso ponto de vista, já que a demanda por crédito para consumo é cadente, devendo crescer a inadimplência o que levará o sistema de crédito a maior rigor na seletividade. Contudo, a redução para 12% em 2016 nos parece inviável, sendo mais razoável a projeção da manutenção da taxa de fechamento em 2015, pois não há como ver 2016 melhor do que 2015.

A projeção do dólar em R$ 3,35 para o fechamento deste ano é absolutamente desprovida de fundamentos, todo o cenário prospectivo conspira para que a taxa cambial seja fortemente atingida. Projetamos conservadoramente em R$ 3,70 (em dezembro/14 a projetamos em R$ 3,20, mas o cenário deteriorou-se fortemente), podendo ir além se houver perda do grau de investimento pelo país. A projeção do dólar em R$ 3,38 em 2016 chega a ser irracional ante o contexto prospectivo em que não se vislumbra, também, sinais de crescimento da economia , a exemplo de 2015, sendo desprovida de fundamentos criveis a indicação de crescimento de 0,20% do FOCUS para 2016.

Como temos salientado, o governo precisa implementar uma dura reforma estrutural nos gastos públicos e também das reformas previdenciárias, tributárias e trabalhistas principalmente, ou seja “cortar na própria carne” para demonstrar seriedade de propósitos, caso contrário não vai conseguir seus intentos submetendo a economia a exigências que não esta apta a dar respostas.

As projeções precisam passar a retratar as perspectivas reais e efetivas, pois ao buscar afetar as expectativas de forma irrealista, se revelarão decepcionantes e farão com que o insucesso ante as mesmas “cultive” na economia brasileira a repetência de desapontamentos que conduzem ao negativismo.

Está ruim e as perspectivas ruins devem ser projetadas de forma realista, pois isto conduz a visão de sucesso caso seja evitada, neutralizando o negativismo e mostrando a eficácia ou não das medidas que vierem a ser adotadas pelo governo.

Tudo está muito confuso na economia brasileira neste ambiente de crise grave, então, trabalhar com projeções erráticas acabam gerando expectativas, da mesma forma, erráticas.

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