Publicado originalmente em inglês em 11/08/2021
- Resultados do 3T21 fiscal serão divulgados na quinta-feira, 12 de agosto, após o fechamento;
- Expectativa de receita: US$16,76B;
- Expectativa de lucro por ação: US$0,54.
Parece que a Walt Disney Company (NYSE:DIS) (SA:DISB34) terá uma difícil história para contar aos investidores na apresentação do seu último balanço trimestral na quinta-feira, após o fechamento.
Apesar da boa notícia de que a maior empresa de entretenimento e mídia do mundo está abrindo seus parques temáticos e cinemas, pode ser que seu serviço de streaming – importante vetor de crescimento durante a pandemia – registre uma queda no número de assinantes.
Se o que aconteceu com a principal concorrente da Disney, a Netflix (NASDQ:NFLX) (SA:NFLX34), servir de guia, será difícil que a Casa do Mickey Mouse evite esse resultado. A Netflix perdeu 430.000 assinantes nos EUA e Canadá no último trimestre à medida que a vida começava a voltar ao normal na América do Norte, após um ano de medidas de contenção e distanciamento que fizeram disparar a busca de entretenimento em casa.
A Disney, que tinha 103,6 milhões de clientes em seu serviço de streaming no fim de abril, registrou um crescimento explosivo no último ano e meio, já que o Disney+ rapidamente começou a bater de frente com a Netflix. Após seu lançamento em novembro de 2019, o serviço deu à empresa o impulso necessário no momento em que as vendas em seus cinemas e parques temáticos afundavam.
A desaceleração nas assinaturas do Disney+ também tirou parte do brilho das suas ações nas últimas semanas. A ação caiu 13% desde a máxima recorde de US$203 no início de março. O papel fechou o pregão de terça-feira cotado a US$177,07.
Volta ao normal
Apesar dessa incerteza, existem sinais claros de que a Disney está saindo mais forte da pandemia, de modo que seu crescimento em breve voltará aos níveis normais, graças à enorme demanda reprimida por viagens e entretenimento fora de casa.
Para o trimestre encerrado em 30 de junho, os analistas esperam que as vendas cresçam cerca de 42%, para US$16,76 bilhões, em relação ao mesmo período do ano passado. O lucro por ação deve alcançar US$0,54, recuperando-se do prejuízo de US$0,64 por ação no ano passado.
Pode haver alguns obstáculos nessa trajetória de recuperação, já que a pandemia evolui e a emergência de variantes atrasa a total reabertura, mas a diversificação de negócios da Disney tem tudo para permitir uma recuperação plena.
Os executivos da empresa disseram que as reservas para o Disney World em Orlando, Flórida, já voltaram aos níveis de 2019, enquanto os gastos dos visitantes per capita no parque no último período teve um salto de dois dígitos em relação ao ano passado. Quanto ao crescimento do Disney+, a companhia está mantendo sua projeção de 260 milhões de assinantes no mundo até o fim de 2024, graças a uma robusta grade de conteúdos, após atrasos de produção e o fechamento de cinemas por mais de um ano.
O Morgan Stanley, que classifica a Disney como acima da média, recomenda que os investidores comprem seus papéis em caso de correção. Em nota recente o banco disse o seguinte:
“As ações estão estáveis no ano, digerindo a corrida de alta no 4º tri do ano passado e preocupações com as estimativas de streaming no curto prazo. Elevamos nossas estimativas e preço-alvo por causa da recuperação mais rápida de parques e a bem sucedida renovação com a NFL".
O Morgan Stanley elevou seu preço-alvo de US$200 para US$210 por ação, o que representa um prêmio de 18,6% a partir do fechamento de terça-feira.
Conclusão
O crescimento do streaming da Disney provavelmente atingiu seu pico após uma poderosa corrida durante a pandemia, mas essa desaceleração é normal e já esperada. Qualquer fraqueza nas ações da Disney após a divulgação dos resultados é uma oportunidade de compra, em nossa visão, principalmente com o retorno do crescimento do setor de parques e cinemas. Além disso, a empresa se consolidou como a maior fornecedora de entretenimento por streaming, atrás apenas da Netflix.