Dólar acompanha exterior e cai ante o real
- O dólar enfrenta pressão de curto prazo com o risco de shutdown e a incerteza política.
- A divulgação de indicadores-chave orientará as decisões do Fed e influenciará os movimentos do DXY.
- A resistência técnica em 98 pode limitar as altas, enquanto o suporte em 97,50 contém o movimento de baixa.
O índice do dólar (DXY) iniciou a semana em queda, estendendo o recuo de sexta-feira. Investidores seguem atentos à possibilidade de uma paralisação do governo dos EUA e ao fluxo intenso de indicadores econômicos. Na semana passada, o DXY havia avançado com a redução das apostas em cortes de juros pelo Fed, mas voltou a cair depois que os dados do PCE de sexta-feira vieram em linha com as expectativas.
Nesta semana, o foco recai sobre a possibilidade de um fechamento parcial do governo a partir da meia-noite de quarta-feira. O DXY testou níveis abaixo de 98 em meio à crescente incerteza. Uma paralisação poderia enfraquecer o dólar por afetar os gastos públicos e adiar a divulgação de indicadores relevantes.
Precificando a possibilidade de paralisação
O Congresso americano ainda negocia o orçamento, mas não chegou a um acordo. Caso o shutdown ocorra, relatórios-chave como o payroll e a taxa de desemprego poderão ser adiados. Isso deixaria o Fed com menos informações para calibrar a política monetária, dificultando a orientação dos mercados.
Historicamente, paralisações curtas têm impacto limitado, o que permite certo otimismo cauteloso entre investidores. Ainda assim, a incerteza reduz o apelo do dólar como ativo de refúgio.
Debate sobre independência do Fed volta ao centro
Mensagens políticas também influenciam o dólar em paralelo às discussões orçamentárias. No fim de semana, o presidente Donald Trump publicou no Truth Social uma charge retratando Jerome Powell como alguém que poderia ser destituído, reacendendo temores sobre a independência do Fed.
Dúvidas sobre influência política na política monetária tornam investidores estrangeiros mais cautelosos em relação ao dólar. Esse tipo de discurso pode ofuscar a tradicional abordagem do Fed, baseada em dados. Se cortes de juros forem conduzidos por pressão política em vez de fundamentos econômicos, os riscos de médio prazo aumentam.
Agenda carregada de indicadores
Ao longo da semana, serão divulgados dados importantes nos EUA, incluindo abertura de vagas (JOLTS), emprego no setor privado (ADP) e o ISM de manufatura, que devem mostrar a resiliência da atividade. O principal destaque é o payroll de sexta-feira, esperado para confirmar desaceleração do mercado de trabalho e taxa de desemprego em 4,3%.
Se os números forem divulgados no prazo, servirão de guia para o Fed antes da reunião de outubro. Já uma paralisação poderia adiar a publicação, elevando a incerteza sobre os próximos passos da política monetária.
O PCE de agosto divulgado na sexta-feira mostrou inflação cheia em 2,7% na comparação anual e núcleo em 2,9%, exatamente em linha com as projeções. Sem surpresas, os mercados não enxergaram novos riscos inflacionários, e o dólar devolveu ganhos recentes, levando o DXY a ficar abaixo de 98.
As precificações atuais apontam para um corte de aproximadamente 40 pontos-base nos juros até o fim do ano, o que limita o potencial de alta do dólar no curto prazo.
Perspectiva técnica para o dólar
No gráfico, o DXY testou a região de 98 após uma recuperação de 10 dias, mas encontrou resistência. Esse nível é relevante, pois coincide com a média móvel exponencial de 3 meses e com a retração de Fibonacci de 0,144.
Se o índice não conseguir romper acima de 98, o primeiro suporte aparece em 97,50, com possibilidade de queda mais forte até 96,50. Já um movimento acima de 98,5 sinalizaria recuperação de curto prazo.
O dólar iniciou a semana em tom cauteloso, pressionado pelo risco de shutdown, pelo debate sobre a autonomia do Fed e pela agenda carregada de indicadores. Esses fatores restringem sua valorização. Caso a paralisação seja evitada e os dados econômicos sejam divulgados conforme previsto, o DXY pode ensaiar uma retomada.
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