Panorama Semanal de 26 a 30 de agosto*
O PIB acima do esperado foi uma das notícias positivas de destaque nesta última semana de agosto. Por outro lado, ganharam relevo também os assuntos relacionados à pressão na cotação do dólar, bem como o desdobramento da troca de farpas entre Bolsonaro e Macron por causa das queimadas na Amazônia e a ajuda financeira do G7.
O PIB brasileiro no segundo trimestre, divulgado pelo IBGE na quinta-feira, avançou 0,4%. Um percentual pequeno, mas acima do projetado por analistas, que falavam até em recessão. Em relação ao mesmo período de 2018, houve alta de 1%, igual ao crescimento registrado no acumulado de 12 meses encerrados em junho.
As contas públicas do governo central no mês de julho fecharam com déficit de R$ 6 bilhões. É o menor déficit para o mês dos últimos 5 anos.
Sobre as queimadas na Amazônia, em meio a troca de insultos envolvendo os presidentes brasileiro, Jair Bolsonaro, e francês, Emmanuel Macron, o G7 ofereceu ajuda para combater os incêndios – ajuda esta recusada inicialmente pelo governo do Brasil. Ameaças, como a possível reabertura do acordo entre Mercosul e UE, também estiveram no foco. A semana se encerra com os ânimos mais apaziguados e um decreto que proíbe as queimadas pelos próximos 60 dias.
Na questão da escolha, por Bolsonaro, do nome que substituirá Raquel Dodge na Procuradoria-Geral da República, há rumores que apontam, interinamente, para o subprocurador-geral Alcides Martins.
No cenário global, a tônica é a tensão crescente em diversos países e situações, a começar pelo impasse na guerra comercial entre Estados Unidos e China. O governo dos EUA confirmou que elevará a taxa de importação incidente sobre cerca de US$ 300 bilhões em produtos chineses. A aplicação das tarifas será dividida nos meses de setembro e dezembro. No fim desta semana, gerou alívio a notícia de que as duas maiores potências mundiais estão buscando um acordo.
Em Hong Kong, intensificou-se o clima de protestos. A China enviou tropas para lá, alegando uma operação rotineira. A prisão de ativistas tende a ser um agravante para a solução da situação.
O Brexit foi outro tema quente da semana, com a polêmica suspensão do Parlamento britânico pelo primeiro-ministro Boris Johnson. O objetivo é impedir que os parlamentares vetem a saída do Reino Unido da União Europeia, no prazo estipulado, se não houver um acordo de transição.
Instabilidade na Itália e conflitos no Oriente Médio completam um quadro global complexo, além é claro da crise na Argentina – que pediu ao FMI para estender o prazo de pagamento de um empréstimo de US$ 56 bilhões, sinal de que pode haver um defaulft mais amplo.
A volatilidade imperou, refletida aqui no Brasil no câmbio. Na terça-feira, o BC fez um leilão para segurar a alta da moeda americana. No pregão desta quinta-feira, o dólar encerrou com alta de 0,30%, a R$ 4,17 na venda, a maior cotação em cerca de um ano. Já o Ibovespa se recuperou, com os investidores de olho num possível acordo entre EUA e China, e fechou em alta de 2,37%, a 100.524 pontos.
Obrigada, bom fim de semana e até o próximo Panorama Semanal.
*Dados atualizados até o dia 30/8, às 9h.