Olá, mercado do câmbio. O dólar à vista fechou a quarta-feira cotado a R$ 5,4036 para venda, conforme informado pela mesa da Getmoney. A aversão ao risco foi acionada forte. Não foi apenas a sinalização de que haverá apenas um corte na taxa de juros norte-americana que fez com que o dólar subisse. Receios fiscais por aqui também fizeram a sua parte, e como fizeram.
A decisão pela manutenção de juros (na faixa entre 5,25% e 5,50% ao ano) por parte do Fed já era amplamente esperada pelo mercado. E no discurso o chair do Banco Central dos EUA, Jerome Powell, disse que a autoridade monetária não possui a confiança necessária hoje para optar por um corte nos juros neste momento.
Por aqui, segue o imbróglio entre governo e Congresso na tentativa de encontrar medidas para aumentar a arrecadação e compensar a grana que viria com a MP, que foi devolvia e que limitaria o uso de créditos de Pis/Cofins. A expectativa era de que a MP fosse gerar aumento de R$ 29 bilhões na arrecadação em 2024. Agora, com essa derrota nas costas, o ministro da fazenda, Fernando Haddad, terá que encontrar outro caminho para arrecadar. Porque, afinal, gastar menos está fora de cogitação. O próprio presidente Lula disse em evento no RJ ontem que vincula a redução do déficit ao aumento da arrecadação, e não a cortes de despesas.
Para a quinta, vamos ficar de olho na política e se tiram uma carta da manga, digerir a taxa de juros dos EUA mais alta por um tempo, que por si só já daria suporte ao dólar, e olhar os índices. Quem sabe após bater R$ 5,40 o mercado realiza um pouco. Só, por favor, avisem o pessoal do governo para ficarem quietos durante um pregão, assim a gente pode operar em cima de fundamentos e não de bagunça política e receio fiscal doméstico.
No calendário econômico para a quinta vamos acompanhar na Zona do Euro a produção industrial de abril e discursos de Schnabel, Lane e Luís de Guindos, do BCE. Por aqui, vendas no varejo de abril e fluxo cambial estrangeiro. Nos EUA, o IPP de maio, pedidos por seguro-desemprego e discursos de Williams, membro do Fomc, e de Janet Yellen, secretária do tesouro.
Bons negócios a todos e muito lucro. Força, Brasil!