Brasil envia carta aos EUA com pedido de diálogo e manifesta indignação com tarifa
Um dos conceitos macroeconômicos centrais que o investidor precisa compreender é o de dominância fiscal.
A dominância fiscal ocorre quando o governo mantém déficits primários consecutivos para estimular o crescimento nominal, e o banco central não adota medidas contracionistas suficientes para neutralizar esse impulso.
Em termos práticos, isso significa que o Estado continua gastando de forma agressiva mesmo com a inflação acima da meta, o que tende a elevar as expectativas inflacionárias. Se o banco central se recusa a agir de forma firme, o risco é de desancoragem: a autoridade monetária estaria, nesse cenário, apenas alimentando o incêndio.
O efeito imediato desse desequilíbrio é o aumento das expectativas de inflação, mas os mercados reagem de forma segmentada:
- A) Os juros reais de curto prazo (como os títulos de 5 anos) permanecem comprimidos pela postura leniente do banco central;
- B) A curva começa a se ajustar nas pontas longas — os juros nominais de 30 anos sobem com força, atuando como válvula de escape;
- C) O câmbio tende a se desvalorizar como segunda válvula de alívio.
O gráfico abaixo mostra esse fenômeno nos EUA, a partir da abertura do spread entre os juros reais de 5 anos (indicador de um Fed mais brando) e os juros nominais de 30 anos (ponto de pressão no mercado).
Mercados como Japão, Reino Unido e França também têm mostrado sinais semelhantes de estresse fiscal refletido na curva de juros.
A pergunta que fica para o investidor é: esse processo pode se intensificar?
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