👀 Copie as carteiras dos Bilionários com um cliqueCopie grátis

Dólar, Taxa Selic, Inflação - O Que Pode e Deve o BC Fazer

Publicado 04.12.2015, 12:16
Atualizado 09.07.2023, 07:32

O panorama político e econômico está, como todos sabem caótico, as brigas internas no Congresso e deste com o governo têm-se agudizado, visto que o presidente da Câmara deu andamento ao pedido de impeachment de Dilma. Soma-se ao julgamento de Eduardo Cunha na comissão de Ética. Vejo esse cenário como o possível fim de uma barganha, descarada, entre o governo e o presidente da Câmara dos Deputados, “seguro e arquivo aqui o impeachment se tu votas a meu favor na comissão de Ética”, todos tentando se segurar, ainda bem que se zangaram as “comadres”, pelo menos há uma transparência relativa sobre esses processos.

Sobre o resultado desses novos eventos, não sei dizer. Se o impeachment avança ou não e se tem sustentabilidade, se o conselho de ética vota contra o presidente da Câmara, mas pelo menos haverá uma maior clarificação das posições políticas. Com esses eventos e outros que possam deflagrar, espero e acredito que não terão influência no que é mais importante neste momento o ajuste fiscal.

O Congresso aprovou a mudança da meta fiscal de 2015 até R$ 119,9 bilhões como era esperado, incluindo as pedaladas, neste aspeto acho que foi positivo, pelo menos é mais transparente e real. Claro que se trata de um déficit elevado e demonstra a péssima situação das contas públicas. Mas essa situação já era do conhecimento do mercado há muito tempo e penso que já está incorporado.

A economia vai mal, os dados económicos são péssimos, o ajuste fiscal caminha devagar e com muita dificuldade, e estamos à espera do orçamento de 2016. Esse orçamento vai ser decisivo e o seu cumprimento fundamental, e que se traduza numa melhoria das contas públicas de confiança interna e externa.

Por enquanto, é minha convicção que não haverá o propalado downgrade por causa das contas públicas e a situação económica, o risco aumentou de fato, mas enquanto não tivermos uma maior clarificação das metas do orçamento para 2016 e do ajuste fiscal, será extemporâneo qualquer atitude de rebaixamento por parte da Moody´s e da Fitch, mas nunca se sabe, tudo pode acontecer.

Em termos de qualquer análise temos que distinguir o que compete ao governo, ao Congresso e ao BC. Tenho lido muitos artigos, mas não tenho visto qualquer referência à independência do BC. É certo que há uma “inter-relação” entre as instituições, mas a atuação do BC não depende da política diretamente. A atuação do BC é dentro das suas competências e do cumprimento das suas responsabilidades, especialmente o controlo da inflação, mas é claro que é condicionado pela situação política e econômica mais pelos seus resultados, não por diretrizes ou interferências, mas sim pelas suas consequências na economia.

Dentro das suas competências a de maior relevo é o controle da inflação, de convergir para a meta de 4,5% mais ou menos 2%.

O que se assiste agora é que para 2016 a meta não está convergindo e ficará acima de 6,5%, portanto o que BC pode fazer, como instituição independente?

Não tem muitas opções, se a situação política e a situação económica, não traz bons ventos até pelo contrário, só lhe resta atuar no câmbio e na taxa Selic, até ao limite máximo, INDEPENDENTEMENTE DOS RISCOS QUE TENHA QUE ASSUMIR.

Resta continuar a administrar o câmbio e aumentar a taxa Selic, não vejo que possa ser de outra forma, sem que haja mudanças significativas no cenário atual, nem que isso leve a um agravamento da situação económica.

O compromisso com o controlo da inflação tem que ser firme e vamos acompanhar no curto/médio prazo a validade e a eficácia desta atuação do BC. Os riscos são para ser assumidos, como qualquer investidor quando assume uma aplicação de alto risco.

“SEM DEMAGOGIA OU INTERESSES, O CONTROLE DA INFLAÇÃO TEM DE SER UMA REALIDADE, CUSTE O CUSTAR, CORRASSE OS RISCOS QUE TIVER QUE CORRER, ESSA BATALHA TEM QUE SER GANHA.”

Últimos comentários

Carregando o próximo artigo...
Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.