Já começo aqui pedindo perdão pela brincadeira do título, mas com tanta noticia negativa e esse “descontrole” no dólar não achei título melhor. O “parquinho” do Brasil está pegando fogo. Já não tem mais culpa disso ou daquilo para o dólar subir. O fundamento é que dólar é o porto seguro do mundo em momentos de crise. Aqui a crise já passou de ser “um momento” para se tornar uma situação constante.
Em um cenário como o atual o que não falta é motivo para preocupação, mas que os nossos políticos poderiam aliviar um pouco para o brasileiro, ah isso é fato.
A sustentabilidade da recuperação da atividade econômica ainda é volátil no mundo todo devido à variante delta e inflação. Não é mensurável o impacto disso na retomada das economias, mas a certeza é que de alguma forma atrasará o crescimento em geral. É claro que já não é o desconhecido, e todos já estão com o “plano B” executável, como por exemplo, home office, plataformas de reuniões e aulas online, mas muitos comércios não funcionam sem o presencial, ou pelo menos o modelo hibrido. O que fica mais difícil de recuperar neste momento são a renda e o emprego.
A votação da reforma do Imposto de renda não passou ainda no congresso e a questão do parcelamento dos precatórios também não foi resolvida e, por consequência, seguem as incertezas relativas ao risco fiscal. As conversas entre Executivo e Judiciário também não estão mais calmas, o que nos mantém em clima de tensões políticas. A crise hídrica continua pressionando a inflação.
A ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed), uma semana antes da tradicional reunião anual dos dirigentes da autoridade monetária em Jackson Hole, veio da seguinte maneira: as autoridades do Fed disseram que o referencial de emprego para reduzir o suporte à economia pode ser alcançado este ano, mas ainda não ocorreu. A maioria dos participantes espera que a economia faça avanços na direção desses objetivos e que a meta pode ser alcançada este ano.
Em meio a desentendimentos sobre por quanto tempo o Fed deveria esperar para reduzir suas compras mensais no valor de 120 bilhões de dólares, vários participantes disseram que a política monetária ainda é necessária para recuperar os danos da pandemia ao mercado de trabalho, alguns disseram que a política do Fed tem pouco mais para contribuir e vários afirmaram que as condições do mercado de trabalho antes da pandemia podem não ser o referencial correto dadas as mudanças duradouras na economia. Disseram que ainda tem fé na recuperação econômica dos EUA, mesmo com a variante delta e continua a discussão sobre planos para o eventual encerramento de suas compras mensais de treasuries e títulos lastreados em hipotecas.
Em resumo, as autoridades do Fed querem o programa de compra de títulos encerrado antes de qualquer aumento nos custos de empréstimos. O que vimos é que não há um consenso, mas ainda assim o Fed se prepara para reduzir os estímulos na economia ainda este ano. Primeiro irá ocorrer à redução do programa de compras de título, com um aumento dos juros sendo improvável antes desse processo ser concluído. O anúncio do plano de redução pode ser feito já no mês que vem (reunião de 21 e 22 de setembro do FOMC), mas a velocidade de colocar isso em prática já é outro capitulo.
Segue a volatilidade e o dólar alto mesmo. Ontem mínima de R$ 5,2631 e máxima de R$ 5,3861. Rompeu o patamar de R$ 5,30 e, desta vez, se sustentou acima disso. Capaz até que hoje tenhamos alguns momentos de realização em cima na mega alta de ontem, mas dólar é ativo de proteção.