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ESPECIAL BITCOIN: Conheça o Mundo por Trás das Criptomoedas

Publicado 12.07.2017, 07:05
Atualizado 02.09.2020, 03:05
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Todo investidor que acompanhou, ainda que distante, o mercado financeiro do primeiro semestre de 2017 em algum momento se deparou com notícias sobre bitcoin e outras moedas digitais. Apontado como um dos principais investimentos no ano com ganhos de mais de 150% desde janeiro, o bitcoin ainda é uma grande incógnita para a maioria dos investidores – sim, até mesmo os mais experientes.

Com esse pouco conhecimento e o grande interesse que o bitcoin desperta, o Investing.com Brasil preparou um especial para abordar desde o básico de o que é uma moeda digital até como investir e pagar por produtos e serviços com o bitcoin. Aproveite hoje o primeiro texto do especial e não deixe de retornar nas próximas semanas para entender melhor o que o mundo das criptomoedas e as raízes da criptomania que atingiu o mercado em 2017.

Moeda sem banco central

O bitcoin nada mais é do que uma moeda que pode ser usada para pagar por produtos e serviços. O que a diferencia das divisas que estamos acostumados, como dólar, real ou euro, é ser uma moeda virtual, cuja emissão e transferência entre pessoas e empresas independe de qualquer autoridade ou banco central.

O bitcoin faz parte de um conjunto de moedas virtuais – que incluem o ethereum, ripple, litecoin, entre muitas outras – também conhecidas como criptomoedas, nome derivado de sua arquitetura digital de funcionamento. Como não há um formato físico – cédulas ou moedas –, a existência de cada bitcoin ou carteira virtual é um código matemático único, cuja validade depende de conjunto de regras que são verificadas por uma rede de computadores conectados que checam e rechecam cada transação – em uma solução chamada de blockchain (veja aqui as o fluxo de informações da blockchain)

“O bitcoin roda em cima da tecnologia blockchain, que através de criptografia diminui infinitesimalmente o risco de fraude e duplicidade na transação. Caso você seja o detentor da chave privada, estará 100% no controle de seus bitcoins. A mesma tecnologia de blockchain agora está sendo aplicada por bancos e bolsas mundo a fora em diferentes contextos e versões”, explica o fundador da FlowBTC, Marcelo Miranda.

É essa rede descentralizada, sem o controle central de nenhum país ou empresa, que mantém as criptomoedas funcionando. Na prática é uma rede formada por servidores, que processam os cálculos matemáticos para verificar a validade das operações e que mantêm históricos de transações, que permite rastrear o fluxo das operações na etapa de validação, sem a necessidade de identificação do dono da moeda.

“É importante destacar que o bitcoin é uma tecnologia revolucionária, assim como foi a internet. Nunca houve a possibilidade de existir uma moeda, sem emissor central, de forma totalmente autocontrolada e sem nenhuma possibilidade de fraude nas transações”, explica Guto Chiavon, o sócio fundador e COO da corretora Foxbit, que preparou um glossário para ajudar os iniciantes e desmistificar o bitcoin, ao reforçar os conceitos de segurança e liberdade para os usuários por meio da transparência (veja no fim do texto).

Esses princípios vêm desde a concepção do bitcoin em 2008, com a publicação de um artigo que propunha a criação de um sistema monetário eletrônico ponto a ponto (peer-to-peer ou p2p). A idealização foi assinada por Satoshi Nakamoto, um pseudônimo utilizado por algum uma pessoa ou grupo, que nunca foi oficialmente identificado.

Supervalorização em 2017

O bitcoin – e as demais criptomoedas – passou a figurar no mercado financeiro neste ano quando a intensa valorização despertou o interesse dos operadores e investidores. A moeda saltou impulsionada pela grande demanda asiática, especialmente Japão, Índia e também da China, quando o banco central local retirou as restrições às moedas digitais. Tratamos desse tema na semana passada e traçamos um cenário para o segundo semestre.

Cotação do Bitcoin

A criptomania elevou os preços do bitcoin, que, apesar de seus quase 200% de ganhos no primeiro semestre, figura entre os piores desempenhos das moedas digitais. Veja abaixo a comparação com o ethereum, que surfou mais de 4.000% de ganhos com a expectativa de que a moeda poderia superar o bitcoin como a principal e mais capitalizada blockchain global.

Ethereum vs Bitcoin no 1S17

Emissão de moedas – Mineração

Entre os diversos termos usados pelo mercado de bitcoin a mineração chama a atenção tanto dos que querem investir, quanto daqueles que desconhecem a moeda virtual e se intrigam com a analogia a uma atividade tão real.

O trabalho de mineração é a atividade de computadores de validação de operações na blockchain, que é remunerada com novos bitcoins que surgem e são incorporados ao sistema.

O nome mineração faz uma analogia ao mundo real ao replicar a escassez e a maior dificuldade de retirar minérios com o passar do tempo. No mundo virtual, a cada 210 mil blocos de códigos – o histórico que contém as verificações de transações – adicionados ao sistema, o número de bitcoins gerados a cada bloco cai pela metade, em evento chamado de block halving.

A última vez que isso ocorreu foi em 9 de julho de 2015, quando o número de bitcoins gerados a cada bloco de operações caiu de 25 para 12,5. No lançamento da blockchain, o retorno era de 50 bitcoins por bloco. É possível acompanhar quando o próximo block halving irá ocorrer.

Essa lógica foi desenvolvida para colocar a moeda em circulação e estimular a criação de uma rede de computadores dedicados a operacionalizar o sistema descentralizado, privilegiando as primeiras pessoas que mineraram bitcoins e, ao mesmo tempo, fazer com que a oferta de novos bitcoins por meio de mineração não representasse uma força inflacionária, desvalorizando a moeda.

Bitcoin tem uma característica de reserva de valor. A oferta vai diminuindo a cada quatro anos, até o limite de 21 milhões de bitcoins”, explica o fundador e editor do Bitcoin News Brasil, Paulo Fiorio.

Segurança KYC

Apesar de ser uma moeda virtual, o valor e utilidades do bitcoin são bastante reais. Na cotação de ontem de US$ 2.315, há US$ 38 bilhões em bitcoins no mundo.

“[Com bitcoin] uma pessoa pode pagar outra diretamente, de forma segura, rápida e barata, sem precisar de intermediários. Isso tudo permite que pessoas possam comprar mercadorias e serviços por sites em todo o mundo, tomar café, fazer academia e muito mais nos mais de 300 estabelecimentos que já aceitam bitcoin no Brasil”, destaca o CEO da casa de câmbio digital Mercado Bitcoin, Rodrigo Batista.

O executivo ressalta que na transação direta (p2p) entre pessoas ou com lojistas, não é necessário pagar taxas e as operações são irreversíveis. “Reduz o risco de fraudes para lojistas. E enviar ou receber bitcoins é tão simples e fácil quanto enviar um e-mail”, afirma.

Se por um lado a facilidade, descentralização e anonimato facilita a vida do usuário, essas características também estão por trás da má fama que ronda a criptomoedas nos últimos anos, com a atração de mercados ilegais interessados no pouco controle oficial sobre a moeda.

Em 2013, o FBI desarticulou uma rede de venda de drogas com o pagamento por bitcoin, chamando a atenção do público sobre o tema.

A resposta das corretoras foi desenvolver um protocolo chamado de know your customer (KYC) e evitar que usuários possam se beneficiar dos princípios do bitcoin para descumprir as leis. “É fundamental que se conheça quem está realizando a venda e se é uma pessoa de confiança, porque uma vez enviado os bitcoins, a transação é irreversível”, ressalta Marcelo Miranda, que complementa que o melhor lugar para comprar e vender bitcoins são nas corretoras de criptomoedas, chamadas de exchanges.

Glossário

BITCOIN – Moeda digital criada em 2008 que pode ser utilizada para transferência entre pessoas e pagamento de produtos e serviços.

BLOCKCHAIN – (cadeia de blocos, em inglês) é um banco de dados público que mantém os saldos e transações de bitcoin

BLOCK EXPLORER – Um block explorer ou blockchain browser, é um site ou programa de computador que permite você visualizar e navegar pelo blockchain do bitcoin e de outras criptomoedas. Os block explorer mostram, de forma amigável e legível ao ser humano, todas as transações, endereços, blocos e outras informações do blockchain.

BTC – Abreviação da unidade monetária do bitcoin.

CARTEIRA – conjunto de dados para se fazer transações com bitcoin, contendo as credenciais digitais para movimentar seus fundos.

CHAVE PRIVADA – Código de letras e números que equivalente a uma senha utilizada para realizar transações, contendo 51 ou 52 caracteres.

CHAVE PÚBLICA Código público utilizado para receber pagamentos.

ENDEREÇO BITCOIN Identificação de remetente e destinatário das operações.

EXCHANGE – Local utilizado para troca entre moedas e outros ativos. Exchange de bitcoins são utilizadas para trocar bitcoin por moedas FIAT ou outras criptomoedas.

KYC – Sigla de Know Your Customer, em português, Conheça seu Cliente, são políticas que instituições governamentais impõe a empresas para assegurar quem conhecem com quem estão fazendo negócios, ou seja, possuem dados e documentos de seus clientes.

MINERAR – Ato de gerar novos bitcoins resolvendo problemas criptográficos com um computador ou hardware específico.

NÓ – Dispositivo conectado à rede bitcoin que utiliza um programa de computador para retransmitir transações para outros nós, criando uma rede descentralizada.

SATOSHI NAKAMOTO – Pseudônimo usado pelo criador do bitcoin.

Fonte: FoxBit

Volte nas próximas semanas para aprender a comprar, negociar e as oportunidades de investimento no mundo das criptomoedas! Para não perder mais nenhuma análise da equipe do Investing.com Brasil não deixe de clicar em Seguir abaixo do nosso logo no início do texto à esquerda.

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