Fique por dentro das principais notícias do mercado desta terça-feira

EdiçãoJulio Alves
Publicado 30.09.2025, 08:22
© Reuters.

Investing.com – Os índices futuros das bolsas norte-americanas recuavam nesta terça-feira, enquanto cresce a tensão em Washington diante da possibilidade de uma paralisação do governo federal a poucas horas do prazo final.

Uma reunião entre líderes republicanos e democratas com o presidente Donald Trump terminou sem acordo, ampliando incertezas que levaram o ouro a renovar recordes e gerando receios de atrasos na divulgação de dados macroeconômicos importantes.

No Brasil, os investidores devem repercutir mais indicadores fiscais, além de novos dados sobre o mercado de trabalho, com a divulgação da taxa de desemprego.

1. Futuros em queda em Nova York

Os contratos futuros de ações em Nova York operavam em baixa nesta manhã, com investidores avaliando os efeitos potenciais de uma paralisação do governo.

Às 6h33 de Brasília, o futuro do Dow recuava 79 pontos, ou 0,2%; o S&P 500 caía 10 pontos, ou 0,1%; e o Nasdaq 100 perdia 37 pontos, ou 0,1%.

Na véspera, os índices acionários avançaram apoiados por um movimento de queda nos rendimentos dos Treasuries. As taxas, que se movem de forma inversa aos preços, recuaram entre 1 e 3 pontos-base ao longo da curva.

As expectativas de que o Federal Reserve siga reduzindo juros neste ano, somadas ao entusiasmo em torno da inteligência artificial, forneceram suporte às ações e ajudaram a mitigar parte das preocupações com o impasse em Washington.

Entre os destaques corporativos, Lam Research avançou após revisão de recomendação pelo Deutsche Bank, enquanto a AppLovin atingiu nova máxima histórica depois de projeções mais otimistas do Morgan Stanley.

2. Paralisação do governo dos EUA se aproxima

O prazo para aprovação de um projeto de financiamento temporário se esgota nesta terça-feira, deixando o governo federal à beira do fechamento.

Um projeto de gastos com apoio republicano foi aprovado na Câmara dos Representantes, mas encontra barreiras no Senado. Apesar de deterem 53 cadeiras, os republicanos precisam de 60 votos para que a proposta seja aprovada.

Após encontro com Trump na segunda-feira, republicanos e democratas trocaram acusações. Os primeiros afirmaram que a oposição mantém o governo “refém”, enquanto os democratas, que condicionam seu apoio à prorrogação de subsídios de saúde, alertaram que a falta de acordo pode afetar milhões de beneficiários.

O vice-presidente JD Vance declarou após a reunião que o país “caminha para uma paralisação”.

Analistas destacam que o fechamento pode atrasar a divulgação do relatório de folha de pagamento não agrícola, marcado para sexta-feira. Ainda hoje, no entanto, será divulgado um levantamento de vagas abertas, indicador relevante da demanda por contratações.

3. Ouro atinge novo recorde histórico

O ouro alcançou nova máxima nesta manhã, estendendo a forte valorização registrada na semana passada em meio ao risco de paralisação do governo dos EUA.

Esse cenário ameaça comprometer a atividade econômica e gerar novos obstáculos ao crescimento.

As apostas em mais cortes de juros pelo Fed também sustentaram os metais, embora prata e platina tenham recuado levemente após forte rali anterior. O cobre também devolveu parte dos ganhos.

No momento da redação, o ouro à vista subia 0,5%, para US$ 3.851,46 por onça, enquanto os contratos futuros avançavam 0,7%, para US$ 3.880,70. No acumulado do terceiro trimestre, a alta chega a aproximadamente 17%.

4. Trump anuncia novas tarifas

Em outro vetor de preocupação, o governo anunciou tarifas adicionais sobre produtos importados, ampliando a incerteza no cenário global de comércio.

Trump determinou sobretaxas sobre madeira, móveis e acessórios de cozinha, com o objetivo declarado de estimular a produção doméstica e reduzir a dependência externa.

De acordo com proclamação divulgada na segunda-feira, haverá tarifa de 10% sobre importações de madeira serrada, 25% sobre armários de cozinha e lavatórios, e 25% sobre móveis estofados.

As medidas entram em vigor em 14 de outubro e têm como base investigação do Departamento de Comércio sobre importações desses produtos, iniciada a pedido do próprio presidente no começo do ano.

5. Indicadores fiscais e mercado de trabalho no Brasil

Na agenda de hoje, o mercado local acompanhará a divulgação de indicadores fiscais do Brasil para o mês de agosto, com destaque para o resultado primário e a dívida bruta. Teremos ainda novos dados sobre o mercado de trabalho, com a divulgação da taxa de desemprego no mês passado, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O indicador complementará as informações de ontem do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que mostrou a abertura líquida de 147.358 vagas formais de emprego em agosto, abaixo das projeções de 160 mil, mas ainda acima dos rumores mais pessimistas que circularam antes da divulgação, o que levou a uma reprecificação da curva de juros, com os investidores migrando para a ponta comprada em taxas, em contraste com a queda dos rendimentos das Treasuries.

A desaceleração frente a 2024 foi atribuída pelo ministro do Trabalho, Luiz Marinho, ao elevado nível da Selic, que teria impacto mais abrangente do que as tarifas impostas pelos EUA, enquanto o presidente do banco central, Gabriel Galípolo, avaliou que, apesar da desaceleração da atividade econômica, o mercado de trabalho segue em um dos melhores momentos das últimas décadas.

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