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Especial Tesouro Direto: Riscos e Oportunidades do Trading Diário

Publicado 12.05.2017, 01:00
Atualizado 02.09.2020, 03:05

O Investing.com Brasil dá sequência hoje uma série de três artigos sobre como investir no Tesouro Direto. Abordamos hoje as oportunidades e riscos de operar no Tesouro Direto sem esperar os vencimentos do papéis, ao entender como os eventos políticos e econômicos podem afetar o preço de face do papel. Essa é uma estratégia avançada de investimentos e envolve mais risco. Mais risco, mais downside ou mais upside. Para você que está apenas começando a investir, leia nossa primeira parte quando apresentamos os títulos disponíveis para compra e como aplicar seu capital para garantir bons rendimentos contando com o menor risco do mercado. Na próxima semana, trataremos como investir no longo prazo. Não perca e boa leitura!

Por mais que seja uma modalidade de investimento em renda fixa, o Tesouro Direto também tem um componente de negociação variável que pode abrir uma janela para ganhos extras para o investidor experiente, que conhece bem o mercado e o produto.

Os títulos possuem dois números importantes: o valor de face, o que determina o montante de papéis que será adicionado ao seu portfólio em cada operação; e o rendimento, que varia para cada um dos três tipos: pré-fixado, IPCA+ e Selic. A regra geral é quando os investidores estão mais cautelosos em relação ao governo, os juros sobem e o preço de face cai; e vice-versa.

Para o investidor tradicional, que pretende levar os títulos até o vencimento, o valor de face não é tão importante, pois a remuneração será feita em cima do montante aportado.

Já quem resgata antes estará sujeito aos humores do mercado, pois os preços de face, que flutuam diariamente, são utilizados para a venda do papel de volta ao Tesouro. Isso é chamado de marcação a mercado (ou market timing), ou seja, avaliar o valor do título na data atual, apesar de a remuneração contratada no investimento ser paga apenas numa data futura.

O que é um risco para alguns, é uma oportunidade para quem quer fazer tradings diários no Tesouro Direto. Essa estratégia gera mais entradasm em períodos de maiores incertezas políticas, o que amplia a volatilidade do mercado – e apimenta as apostas: contra ou a favor dos fatos.

Pré-fixados mais voláteis

Dos três títulos, os pré-fixados são aqueles mais expostos à variação do humor diário dos mercados. Como esses papéis têm sua remuneração travada pelo Tesouro Direto, se o mercado melhorar sua visão em relação à economia brasileira, em pouco tempo, os juros para um novo comprador podem ser menores. Para quem garantiu taxas pré-fixadas mais altas do que as do momento, o seu valor de face aumenta, assim como seu capital na hora da venda antecipada.

“Quando a taxa de juros está em processo de queda, surgem oportunidades especulativas para quem tem títulos pré-fixados, mas esses movimentos costumam ser longos (...) As oportunidades são mais escassas [no trading com Tesouro Direto] do que no mercado de renda variável. Então pode-se ficar longos períodos sem oportunidades especulativas”, explica o consultor e educador financeiro, André Massaro.

Na atual conjuntura, a economia brasileira dá sinais de que a taxa básica de juros Selic e a inflação continuarão em queda, criando uma oportunidade para investimentos no Tesouro Direto com foco em remuneração em curto e médio prazos, baseada nessa negociação antecipada dos títulos.

Por exemplo, os papéis pré-fixados com vencimento 2020, 2023 e 2027 estão pagando 9,50%, 10,16% e 10,10%, abaixo da Selic, atualmente em 11,25%. Há a possibilidade de maximizar os ganhos, então, caso se confirmem a expectativa de redução brusca da taxa de juros no curto-médio prazo, se esses papéis com rendimento assegurado no vencimento passarem a pagar acima da Selic.

Outra vantagem do pré-fixado é que se confirmada uma tendência de longo prazo de queda nas taxas de juros, o investidor tem consigo não apenas oportunidades de especulação de curto prazo, como pode ter a opção de garantir uma taxa mais alta que pode não vir a se repetir no futuro.

“Vale a pena hoje ter certa exposição ao pré-fixado, pelo menos para ficar com uma taxa travada, previsível por um período de tempo”, acredita Massaro.

O mercado espera que o Banco Central acentue a redução na taxa de juros Selic, decidindo pela queda de 1 p.p., para 10,25% na próxima reunião do Copom, no dia 31 de maio, acompanhando a menor pressão inflacionária. O relatório Focus mais recente estimou uma nova redução no IPCA para 4,01% em 2017 e uma leve alta em 2018, para 4,39%.

Há ainda uma expectativa de que a reforma da Previdência pretendida pelo governo dê mais espaço para redução da Selic. Relatório recente do Citi estimou que, mesmo com a resistência no Congresso, a reforma deve ser aprovada no terceiro trimestre deste ano.

O banco de investimento, inclusive, recomenda uma estratégia de compra de risco moderado de títulos públicos em maio, com alocação de 47% de recursos em papéis indexados à Selic (LFT), 29% em pré-fixados (LTN) e 25% no Tesouro IPCA (NTN-B).

Maior prazo aumenta a volatilidade

Além dos pré-fixados, os títulos IPCA+ também compartilham a característica de volatilidade na marcação de preços diária, já que parte da remuneração é paga em uma parcela fixa acrescida do IPCA.

E esses papéis podem ter prazos bem longos, como vencimento em 2050. Isso significa que a taxa de 5% negociada hoje será honrada pelo governo pelos próximos 33 anos. Se a economia brasileira melhorar nesse período, esse alto valor real de 5% ao ano poderá ser uma das melhores oportunidades para o investidor. Já se piorar... os juros no futuro serão mais altos e o valor de face de seus investimentos vai ceder.

No ano passado, a turbulência política durante o impeachment e as dúvidas em relação à capacidade do governo de controlar o crescente déficit fez as taxas do Tesouro Direto dispararem. Quem comprou IPCA+7% ou pré-fixados a 15% naquela época, hoje já possui um bom rendimento no valor de face.

Em linhas gerais, quanto mais longo for o vencimento do título, mais sujeito ele está a variações, dado o maior período de incerteza que podem afetar o valor da parcela pré-fixada. A mesma lógica aplica-se ao pagamento sazonal dos juros, isto é, títulos que pagam juros semestrais oscilam menos já que os papéis que remuneram apenas no vencimento carregam consigo um rendimento maior.

Riscos no trading

A estratégia de liquidação antecipada de títulos públicos, portanto, carrega consigo uma série de riscos desde a não confirmação das expectativas do mercado ao cenário político do país – a votação da reforma da Previdência já foi adiada no fim de abril por falta de apoio parlamentar.

Desta forma, o investidor fica sujeito exclusivamente à remuneração pela taxa pré-fixada, que pode representar um ganho real menor no fim do período e, caso os papéis oscilem negativamente, gerar perdas em caso de venda antecipada dos títulos.

“Outro risco é o do reinvestimento. Você liquida o título e não consegue reinvestir no futuro com uma taxa alta. Pode ter um ganho no curto prazo e no longo uma perda, se vender um título com uma taxa enorme e que nunca mais volte aos níveis atuais ou perto deles”, alerta o consultor.

Na próxima semana, trataremos na terceira parte do ESPECIAL TESOURO DIRETO como investir em títulos públicos operando para obter ganhos acima da inflação por longos períodos. Veja como o Tesouro Direto também é uma boa alternativa para objetivos de longo prazo como aposentadoria e a compra de um imóvel.

Na semana passada, abordamos os títulos disponíveis para venda e como abrir sua conta no Tesouro Direto. Se tem dúvidas de como investir, não perca essa leitura.

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