Na esfera dos diversos tipos de investimentos, os tradicionais englobam as ações das empresas listadas na bolsa de valores, os títulos públicos, bem como os produtos bancários, como CDB, LCI e LCA, além das debêntures. Estes ativos exibem uma propensão à correlação, que pode ser positiva ou negativa. Em outras palavras, quando a economia atravessa um ciclo de elevação das taxas de juros, é comum observar uma queda nos preços das ações, ao passo que as taxas de juros dos investimentos de renda fixa tendem a aumentar. Assim como o contrário é válido.
Retornos passados não são garantia de retornos futuros
Diferentemente dos investimentos tradicionais, os investimentos alternativos estão intrinsecamente vinculados à economia real, abrangendo setores como agronegócio, mercado imobiliário, infraestrutura e capital privado, entre outros. Essas modalidades são comumente denominadas:
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Fundos Imobiliários
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Commodities
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Infraestrutura
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Imóveis
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Distressed assets (ativos judiciais)
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Colecionáveis, como carros, vinhos e obras de arte.
Esses investimentos geralmente apresentam uma correlação menos pronunciada com eventos econômicos, geopolíticos, epidemias, desastres naturais e outros fatores considerados risco sistemático, que são imprevisíveis e inevitáveis. Em suma, os investimentos alternativos desempenham um papel crucial na diversificação da carteira de investimentos, permitindo que o investidor se exponha a classes de ativos que não são facilmente acessíveis por meio de ações e renda fixa.
Embora os investimentos alternativos demonstrem uma relativa resistência a eventos imprevisíveis, a decisão de investir exclusivamente neles não seria necessariamente a mais racional. Isso se deve a algumas características inerentes a esses investimentos que introduzem elementos de risco como:
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Baixa liquidez: Devido ao tamanho ainda limitado do mercado secundário, a falta de liquidez pode resultar em retornos que incorporam um prêmio de liquidez.
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Custos de due diligence: Os custos associados à pesquisa, análise e monitoramento dos investimentos alternativos podem ser significativos, devido às estratégias específicas e à baixa transparência das informações, como relatórios financeiros.
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Dificuldade de avaliação: A ausência de benchmarks específicos para cada investimento alternativo pode tornar a avaliação mais desafiadora, dificultando a comparação e análise de desempenho.
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Acesso à informação: A escassez de informações sobre investimentos alternativos pode torná-los menos eficientes em comparação com o mercado acionário, onde as informações são mais prontamente disponíveis.
Apesar dos riscos, os investimentos alternativos potencialmente oferecerem retornos mais elevados em comparação com os investimentos tradicionais, desempenhando um papel fundamental como uma ferramenta poderosa na diversificação de carteiras de investimentos.
Além disso, eles apresentam-se como instrumentos para a geração de renda, mitigação da volatilidade e como impulsionadores potenciais de retornos, especialmente em ambientes caracterizados por taxas de juros baixas.
O que esperar dos investimentos alternativos em 2024
Diante do atual panorama econômico caracterizado pela redução das taxas de juros, a perspectiva de inflação ainda acima do centro da meta e a desaceleração da atividade econômica, o crédito privado emerge como um dos investimentos alternativos mais promissores para o ano de 2024.
No âmbito microeconômico, destacam-se especialmente os investimentos indexados e provenientes de empresas com sólido rating, sobretudo aquelas inseridas em setores resilientes diante da esperada desaceleração econômica. Nesse contexto, os segmentos notáveis incluem o mercado imobiliário e o agronegócio que tendem a ser mais resistentes a períodos de desaceleração econômica, adicionando uma camada adicional de segurança aos investidores.
É crucial, no entanto, que os investidores estejam atentos aos riscos associados a esses investimentos, conduzindo uma análise aprofundada e considerando as peculiaridades do cenário econômico atual. A diversificação adequada e uma abordagem criteriosa na seleção de ativos são elementos-chave para maximizar os benefícios do crédito privado como uma opção de investimento em 2024.
Disclaimer: A alocação percentual em cada classe de ativo e quaisquer ajustes devem ser alinhados com o perfil de risco e objetivos específicos do investidor. Além disso, a escolha dos emissores de crédito privado, vencimentos dos títulos de renda fixa, fundos imobiliários e empresas listadas na bolsa deve ser orientada por um profissional qualificado.