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Explosão em Freeport, EUA, Reduz Oferta de GNL para Europa; Mercado Futuro Recua

Publicado 09.06.2022, 10:27
Atualizado 02.09.2020, 03:05

Em um discurso proferido em 1959, John F. Kennedy disse uma frase que ficou famosa:

“Em chinês, a palavra 'crise' é composta por dois caracteres: um representa perigo; o outro, oportunidade”.

Embora se saiba hoje que essa não é a interpretação correta dos caracteres chineses, a sabedoria do presidente Kennedy, no sentido de que uma crise cria oportunidades únicas, pode ser mais importante do que nunca.

A explosão de quarta-feira na Freeport LNG, na costa do Golfo do Texas, fechará uma das maiores plantas de exportação de gás natural liquefeito nos Estados Unidos por três semanas.

O incidente literalmente explodiu uma importante fonte de suprimento de GNL para a Europa, em meio ao boicote imposto ao gás russo por causa da invasão na Ucrânia. Freeport responde por cerca de 20% de todo o processamento de GNL nos EUA e, ultimamente, também vinha atendendo ao aumento da demanda do produto pela China.

Gás natural diário

A planta consegue processar até 2,1 bilhões de pés cúbicos de gás natural por dia (bpc/d) e, com capacidade máxima, pode exportar 15 milhões de toneladas por ano (MTPA) do gás liquefeito. As exportações de GNL dos EUA atingiram o recorde de 9,7 bpc/d no ano passado.

Em março, cerca de 21 carregamentos de GNL foram feitos na instalação, transportando quase 64 bilhões de pés cúbicos (bcf) de gás para destinos na Europa, Coreia do Sul e China, de acordo com o Departamento de Energia dos EUA, uma alta em relação aos 15 carregamentos realizados e fevereiro e aos 19 concluídos em janeiro.

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O Freeport LNG atualmente despacha quatro carregamentos por semana, de modo que um fechamento de três semanas retirará do mercado pelo menos 1 milhão de toneladas de GNL.

"Trata-se de uma significativa interrupção de produção em uma grande instalação dos EUA", explicou Alex Munton, diretor global de pesquisa sobre gás natural e GNL da consultoria Rapidan Energy, em comentários divulgados pela Reuters.

Ele acrescentou: “Tudo isso significa uma coisa: escassez” de GNL no mundo.

Por outro lado, o fechamento de Freeport abre uma válvula de escape inesperada em um mercado extremamente restrito, como é o caso do gás natural regular nos EUA.

Explosão em Fremont não muda o jogo no longo prazo

Com menos oferta de GNL, destinado à exportação, as instalações dos EUA terão mais gás disponível nas próximas semanas para queimar e gerar energia, fornecer refrigeração durante o intenso verão local, especialmente no Texas, e aumentar os estoques.

Certamente, no longo prazo, o jogo não muda. O déficit de armazenamento de gás nos EUA é de mais de 300 bpc, com base na média de cinco anos. O máximo que pode ser destinado ao mercado doméstico por causa de um fechamento de três semanas de Freeport seria de 45 bpc.

Mas, para um mercado bastante estressado, à procura de qualquer oferta adicional, esse volume será bem-vindo, o que ressalta ainda mais a lendária caracterização de Kennedy de que a crise de uns pode ser a bênção de outros.

Estoques de gás natural

Fonte: Gelber & Associates

Apesar do incidente de Freeport, as concessionárias norte-americanas provavelmente injetaram 96 bpc de gás natural abaixo do normal em estoque durante a semana encerrada em 3 de junho, após um calor fora de época nos Estados Unidos, o qual provavelmente aumentou a demanda por refrigeração, de acordo com as estimativas consensuais de analistas rastreadas pelo Investing.com.

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Compare essa injeção projetada com o acúmulo de 98 bpc registrada na mesma semana do ano passado e a média de cinco anos (2017-2021) de 100 bpc.

Na semana anterior, as concessionárias adicionaram 90 bpc de gás nos estoques.

Segundo as previsões dos analistas, a injeção durante a semana encerrada em 3 de junho faria com que os estoques atingissem 1,998 tpc (trilhão de pés cúbicos), cerca de 14,6% abaixo da média de cinco anos e 16,6% abaixo da mesma semana do ano passado. A EIA, agência de informações energéticas dos EUA, fará a divulgação do número oficial dos estoques semanais de gás natural.

De acordo com dados da Refinitiv, associada à Reuters, houve cerca de 57 graus-dia de refrigeração na semana passada, mais do que o normal de 30 anos, de 48 graus-dia de refrigeração, para o período.

O método graus-dia de refrigeração mede o número de graus que a temperatura média de um dia fica acima ou acima de 18º C.

Como em todas as crises de commodities, o incidente de Freeport teve reflexo quase imediato nos preços de mercado do gás natural; neste caso, no centro de distribuição de Henry, pertencente à Bolsa Mercantil de Nova York.

Depois de superar as máximas de 14 anos acima de US$ 9 por três pregões consecutivos, na esteira da restrição de oferta, o rali registrado no contrato futuro mais próximo do gás em Henry parou bruscamente com a notícia da explosão em Freeport.

Antes da abertura desta quinta-feira, em Nova York, o contrato futuro com entrega em julho registrava queda de 38 centavos, ou 4,4%, para US$ 8,27 na sessão asiática.

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Em comparação com a máxima de 2008, testada na quarta-feira, a US$ 9,66, o declínio foi de quase US$ 1,40, ou 14,5%, em apenas 24 horas.

“Embora as implicações de longo prazo ainda sejam desconhecidas, o incidente de Freeport afetou o mercado futuro do gás natural”, afirmou o portal naturalgasintel.com, em uma análise.

Apesar de não gerar melhorias estruturais no armazenamento de gás nos EUA, o incidente de Freeport pode provocar algumas injeções consideráveis em estoque no curto prazo, afirmou James Bevan, vice-presidente de pesquisa da Criterion Research.

Bevan acrescentou:

“Considerando que o pior cenário seria uma interrupção completa das instalações até o final de outubro, o incidente de Freeport LNG poderia atrasar o fornecimento de 1,95 bpc/d, em média, e adicionar 285 bpc em estoque. Até mesmo uma parada de dois meses até julho de 2022 poderia gerar uma adição de 105 bpc aos estoques”.

Bevan também ressaltou outros fatores interessantes, como o consumo de energia de Freeport que, com capacidade máxima, retira 690 megawatts da rede do Texas.

Calor intenso no Texas

Esse poderia ser outro grande alívio para o Texas, que registra temperaturas extremamente elevadas, capazes de provocar uma demanda recorde por eletricidade neste fim de semana, com seus habitantes ligando seus aparelhos de ar-condicionado na potência máxima.

Cerca de 80% do Texas continuou enfrentando uma estiagem pelo menos moderada. Cerca de 18% do estado está atualmente em meio a uma seca excepcional, categoria mais alta possível.

O calor recorde estava impulsionando a demanda por gás em todo o Texas, deixando pouco excesso de oferta para armazenamento, onde os estoques enfrentavam dificuldades de recomposição após o impacto do inverno.

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“Condições muito secas na superfície fazem com que a atmosfera se aqueça mais rápido do que o normal”, afirmou a AccuWeather.

A agência de meteorologia disse que o calor sufocante estava elevando as temperaturas acima do normal em várias cidades do Texas. San Antonio, por exemplo, enfrenta um calor recorde há vários dias consecutivos. Novas máximas foram registradas de domingo a terça-feira, com temperaturas sucessivas acima de 40 graus.

“Em San Antonio, mais calor recorde para o próximo fim de semana e início da próxima semana fará desta primeira quinzena de junho uma das mais quentes da memória recente”, afirmou Bill Deger, da agência AccuWeather. Pode ser que as máximas sejam testadas por vários dias, acrescentou.

Mas, apesar do recuo no centro de Henry, na quinta-feira, os preços do gás podem se recuperar forte, voltando à região dos US$ 9.

Apesar da queda, preços podem se recuperar rapidamente

Isso ocorre porque a interrupção do GNL, independente da duração, provavelmente aumentará os preços globais, já que menos carregamentos dos EUA estariam disponíveis para o mercado. A Europa continuará demandando cargas para reabastecer os estoques antes do próximo inverno, ao mesmo tempo em que o consumo aumenta na Ásia durante o verão. Qualquer pressão de alta pode acabar sendo sentida no mercado americano, ainda que temporariamente.

“A queda repentina no centro de Henry rebalanceou a leitura do estocástico diário do gás natural, que se aproximou de níveis sobrecomprados”, afirmou o analista técnico Sunil Kumar Dixit.

Se houver um exagero da queda, pode tocar a média móvel exponencial de 50 dias a US$ 7,85 e o suporte horizontal a US$ 7,50, ou até mesmo romper a média móvel simples de 100 dias a US$ 6,50.

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“A divergência no estocástico nos gráficos semanal e mensal pode desencadear uma exaustão no rali pré-Freeport”, complementou Dixit.

A corrida de alta pode ser retomada após a consolidação entre US$ 8,10 - 7,50 ou uma pernada de baixa entre 7,50 e 6,50, disse o analista, concluindo:

“Novas compras devem aparecer nas áreas de valor, para retestar US$ 9,65.”

Aviso de isenção: Barani Krishnan utiliza diversas visões além da sua para dar diversidade às suas análises de mercado. A bem da neutralidade, ele por vezes apresenta visões e variáveis de mercado contrárias. O analista não possui posições nos ativos e commodities sobre os quais escreve.

 

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