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Insegurança Política e Fiscal do Brasil e Recuperação Americana Valorizam o Dólar

Publicado 09.08.2021, 07:51
Atualizado 11.10.2023, 23:02

Semana começando com muita insegurança para os investidores e para quem acompanha o dólar.

Na sexta-feira, mercado abriu bem forte reagindo ao payroll nos EUA, que é o relatório de empregos não agrícola. A projeção era de que seriam criados 870 mil vagas e foram criadas 943 mil, bem acima do que o projetado.

Mas o que isso interfere no câmbio? Vou esclarecer aqui: os membros do Federal Reserve (Fed), que devem decidir com relação a quando será a retirada de estímulos da economia americana, disseram em seus discursos que quando o nível de emprego por lá estivesse pleno isso ocorreria. Junto a isso, a subida da taxa de juros por lá. Quando isso ocorrer, a taxa Selic mais alta aqui no Brasil, que seria interessante para o carry trade, passa a não ser mais tão interessante porque, além disso, o investidor considera o risco país, e aqui o cenário não é muito tranquilo. Claro que a subida de juros nos EUA também prejudicará outros emergentes. Mas o foco aqui é o Brasil.

Aqui no Brasil, para atrair capital estrangeiro, seja de investimentos (precisava que o risco fiscal e tensões políticas se acalmassem) ou especulativo (pelo diferencial de juros daqui e de fora), precisávamos de um ambiente doméstico mais tranquilo. Com a taxação dos dividendos, o embate entre o presidente da República e o STF, a proximidade das eleições, o teto de gastos que pode não ser respeitado devido ao novo Bolsa Família e a questão dos precatórios, a variante delta do coronavírus (sim isso é pelo mundo todo), inflação alta (também no mundo todo), a situação interna fica instável aos olhos do estrangeiro e aos do brasileiro também.

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Em momentos de dúvida, insegurança e instabilidade, como descrevi acima, é comum a fuga para o dólar que é um ativo considerado seguro. Isso faz com que a taxa de câmbio da divisa suba.

Noticias de sexta-feira: na agenda política o Senado aprovou o projeto de lei que reabre um programa de parcelamento de débitos tributários, popularmente conhecido como Refis e prevê dar perdão de até 90% em multas e juros e de 100% nos encargos para dívidas contraídas até um mês antes da aprovação do programa para empresas e pessoas físicas. A adesão poderá ser feita até o dia 30 de setembro deste ano. Além disso, o saldo poderá ser parcelado em até 12 anos (144 meses), com parcelas reduzidas nos três primeiros anos. No caso das pessoas físicas, o texto estabelece que elas tenham acesso às condições mais favoráveis disponibilizadas às empresas – ou seja, às condições para empresas com queda no faturamento superior a 80%. Assim, as pessoas físicas pagarão 2,5% da dívida para aderir ao programa e terão desconto de 90% em juros e multas, além de desconto de 100% em encargos e honorários. Para ter acesso às condições mais favoráveis, no entanto, as pessoas físicas precisarão ter enfrentado redução de rendimentos tributáveis igual ou superior a 15% no ano de 2020, em relação a 2019. Caso a redução de rendimentos seja inferior a 15%, a entrada será de 5% do valor da dívida. O parecer ainda estabelece que empresas e pessoas físicas que aderirem ao plano poderão utilizar precatórios federais próprios ou de terceiros para amortizar o saldo remanescente.

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Quanto ao risco fiscal estamos com vários impasses que vão além da taxação de dividendos. A bola da vez são os precatórios. Enquanto líderes parlamentares flertam com a exclusão dos precatórios da regra do teto de gastos, a equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes, desaprova a ideia como solução para a pressão que essas despesas exercem hoje sobre o orçamento. Como os precatórios são gastos obrigatórios, sua expansão acelerada acaba comendo espaço, sob a regra do teto de gastos, para outras despesas do governo, incluindo o almejado aumento do bolsa família. Equipe econômica quer o parcelamento.

Hoje feriado no Japão. Por aqui saem IGP-DI mensal de julho e boletim focus. Nos EUA, oferta de emprego.

Então, para resumir, o sentimento é de receio com relação ao risco fiscal por aqui, timing do tapering, variante delta e desaceleração na retomada das economias, e tensões políticas predominando, algumas nuances de valorização para o real quando investidores relizarem suas posições. Vamos acompanhar.

Últimos comentários

Os americanos já injetaram milhões de dólares e  vão injetar trilhões nos próximos meses, isso vai desvalorizar a moeda deles a médio prazo, mas mesmo o fator BOLSONARO nao ajuda o Brasil, espantando investidores financeiros e de negócios... sem dizer nossa inflação, agravado por esse governo e que vai piorar com a elevação do programa social populista do bolsonaro, ou seja, furo do teto fiscal (mais uma vez) e dolar alto, isso sem citar a cruzada contra a democracia do presidente (vai agravar tudo se nao parar com essa brincadeira de criança)
parabéns
Ótima análise
Análise top, como sempre !! Se considerássemos apenas as commodities, como o ouro e o petróleo (que estam em queda) e o s7p 500 vix com mais de 6% de alta, o dólar subiria. Mas para o dólar, mais precisamente, a paridade do dólar com o real (usd/brl) subir, o real tem que se desvalorizar no carry trade. O mercado fechou na sexta com o real muito valorizado, mas neste momento, mais da metade dos pares do brl estão neutros ou negativos. O real futuro (6lu2021 que vc encontra no tradingview), fez mínima no 0,19895 que corresponde ao 5292,50 do dólar futuro (a máxima de sexta), fez máxima no 0,19040 (5252,00) e nesse momento está trabalhando no 0,19010 (5260,00) próximo ao ajuste anterior. Se ele testa o ajuste na abertura, sobe e ganha o 5292,50, provavelmente, SE o real abrir desvalorizado no carry e os di's abrirem em alta, pode ir testar tranquilamente a máxima de julho.
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