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As recentes movimentações envolvendo o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) fizeram todas as pessoas que pensam em fazer um planejamento sucessório refletir sobre seus passos. É um cenário de instabilidade fiscal e que demanda uma postura ativa, principalmente das famílias com alto patrimônio, para que possam selecionar estratégias com mais eficiência tributária e segurança jurídica.
Tudo começou em maio de 2025, quando o governo federal anunciou — e logo depois recuou — um aumento da taxa para categorias como remessas ao exterior e planos de previdência privada do tipo VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre). Com o PDL (Projeto de Decreto Legislativo) que suspendeu o aumento das alíquotas da taxa, o imposto do primeiro retornou para 1,1%, e o do segundo voltou a ser isento para todos valores.
Em paralelo a isso, o governo também vem aumentando impostos em outras esferas para atingir as metas. É o caso do fim da isenção de Imposto de Renda para investimentos em LCI (Letras de Crédito Imobiliário) e LCA (Letras do Crédito do Agronegócio), que passam a pagar um tributo de 5%.
Nesse contexto volátil, muitos investidores ficaram receosos e passaram a refletir o quanto essa situação pode interferir nas decisões patrimoniais. Seja levando em consideração os ganhos em vida ou deixando a cargo dos herdeiros após o falecimento, a incerteza não é um bom presságio. É preciso buscar previsibilidade, com decisões que mitiguem os riscos ligados ao impacto financeiro das legislações.
Menos impulsividade, mais racionalidade
Não há exatamente uma fórmula pronta para realizar um planejamento sucessório eficiente, já que é um processo que varia de patrimônio para patrimônio, objetivo para objetivo e família para família. No entanto, um ponto em comum dentro das boas gestões patrimoniais é a capacidade de realizar movimentos calculados e racionais, deixando o lado emocional em segundo plano.
Os envolvidos precisam definir regras claras de sucessão e administração para garantir uma transição patrimonial otimizada entre gerações, especialmente em casos de participações societárias. Com essa governança familiar, as pessoas certas ficam nos devidos cargos e uma comunicação sólida e transparente é estabelecida entre cada agente.
Tendo esse nível de sintonia, fica mais fácil de reavaliar constantemente os ativos em termos de custos e analisar a legislação aplicável no Brasil e nas jurisdições dos países onde estão alocados os recursos internacionais. A dependência das movimentações fiscais no território nacional diminui e o investidor consegue alinhar os interesses à realidade atual, aproveitando as oportunidades certas, nos momentos certos.
Dicas adicionais
Para as famílias de alta renda que desejam se precaver de questões tributárias e otimizar os patrimônios, diversificar o portfólio também é uma decisão inteligente. Principalmente com a mescla entre investimentos internacionais e domésticos, essa é uma forma de se proteger dos impactos da economia local e não apostar todas as fichas em algo que pode mudar do dia para a noite.
Investir, por exemplo, em companhias offshore é uma chance de acessar moedas fortes, como o dólar e o euro, e atingir setores promissores ligados à inovação. Enquanto isso, olhar com atenção para as empresas nacionais exportadoras pode ser uma chance de aproveitar o que temos de melhor dentro de casa, já que o Brasil vem se tornando um dos principais fornecedores globais mesmo com todos os problemas enfrentados.
Outra dica importante é buscar a ajuda de gestores especializados. Nem todas as pessoas que vão fazer um planejamento sucessório estão familiarizadas com as complexidades patrimoniais, financeiras, corporativas e fiscais. Recorrer às orientações daqueles proporcionam esse serviço de forma próxima e personalizada e poupa alguns passos.
Todo cuidado é pouco e se ater aos detalhes é fundamental. Esperar para se preocupar com a gestão financeira quando a situação estiver mais “tranquila” é um erro. Proteger-se dos impactos do IOF só é possível para quem se antecipa a eles.