Junior Oils: Qual é a melhor ação de petróleo para investir na B3?

Publicado 19.06.2025, 06:00

Empresas independentes de pequeno e médio porte especializadas na exploração e produção de petróleo e gás, as junior oils surgiram após o plano de desinvestimentos da Petrobras (BVMF:PETR4), a partir de 2015, assumindo campos maduros previamente deixados de lado pela estatal. Prio (BVMF:PRIO3), Brava Energia (BVMF:BRAV3) e PetroRecôncavo (BVMF:RECV3) se destacam pela agilidade e foco em eficiência operacional, conseguindo elevar a produção em campos antigos com custos mais baixos e tecnologias direcionadas. Cada vez mais relevantes, elas aumentaram a produção de petróleo onshore em cerca de 30% entre 2016 e 2022 e já geram importantes impactos econômicos locais, como a criação de empregos e pagamento de royalties.

Originalmente voltada a ativos onshore, a Prio (antiga PetroRio) foi fundada em 2008 e transformou seu perfil nos últimos anos com foco em campos offshore maduros, tornando-se uma das maiores produtoras independentes de óleo do Brasil. A empresa se destaca por recuperar campos no pós-sal da Bacia de Campos, como Polvo, Frade e Albacora Leste, combinando aumento de eficiência com baixo custo de extração. Sua trajetória é marcada por aquisições estratégicas e melhoria significativa na gestão dos ativos adquiridos.

Criada em 2010 como 3R Petroleum, a Brava ganhou destaque a partir de 2019, quando iniciou aquisições relevantes de ativos da Petrobras, com foco em reabilitação e aumento da produção. A companhia atua em diversas bacias sedimentares, incluindo Potiguar, Recôncavo e Campos, sendo uma das líderes entre as independentes brasileiras. Sua estratégia está baseada no crescimento por meio de aquisições e no uso de tecnologia para incrementar reservas e produtividade.

Fundada em 1997, a PetroRecôncavo atua principalmente na revitalização de campos maduros de petróleo e gás, especialmente na Bacia do Recôncavo, na Bahia. A empresa expandiu sua presença ao adquirir ativos da Petrobras no Polo Potiguar, no Rio Grande do Norte, fortalecendo sua atuação onshore. Suas operações são reconhecidas pela elevada recuperação de produção em campos desinvestidos, com ênfase em eficiência operacional e otimização de custos.

Utilizando as ferramentas avançadas do InvestingPro e do WarrenAI, comparamos as três empresas.Fonte: InvestingPro

PRIO3: Rentabilidade em Alta, Crescimento Moderado

Upside do Preço-Justo: +15,1%
Saúde Financeira: 3,31
Valor de Mercado: R$ 35,8 bilhões
P/L: 3,2x
EV/EBITDA: 6,4x
P/VPA: 1,3x
Margem Líquida: 72,6%
ROE: 53,9%
Dívida/Patrimônio: 82,9%
Dívida/EBITDA: 2,0x
Liquidez Corrente: 3,2x
Dividend Yield: 0,0%
Piotroski F-Score: 6

Destaques do balanço 1T25

  • Lucro líquido: R$ 2,07 bilhões no 1T25 (margem líquida de 71,7%).
  • EBITDA: R$ 2,02 bilhões.
  • Retorno sobre patrimônio (ROE): 51,8% em 2024.
  • Geração de caixa robusta: R$ 256,81 milhões operacionais no trimestre.
  • Crescimento de receita desacelerando: Previsão de apenas 0,4% para 2025.
  • Endividamento relevante: Relação Dívida/Patrimônio de 82,9%.
  • Dividendos ausentes: Yield de 0%.

Forças

  • Rentabilidade acima do setor: ROE de 53,9% e margem EBITDA de 45,5% no 1T25.
  • Crescimento robusto: Receita subiu 38,8% vs. 1T24; EPS ajustado avançou 103,5%.
  • Estrutura de capital saudável: Liquidez Corrente de 3,2x e Dívida Líquida/Patrimônio de 67,3% (baixo para o segmento).
  • Recomendação unânime: "Strong Buy" com upside médio de 59,4% segundo analistas.

Fraquezas

  • Zero dividendos: Não distribui lucros, o que afasta investidores de renda.
  • Margem bruta caiu de 50,3% (2024) para 31,5% (1T25) — possível pressão de custos.
  • Endividamento subiu (R$ 22,07 bi), mesmo com geração operacional forte.

Oportunidades

  • Upside de 15,1% no preço-justo (atualmente calculado em R$ 50,31) e R$ 68,00 de preço-alvo máximo dos analistas.
  • Novos campos (ex: Albacora) podem destravar crescimento adicional.

Ameaças

  • Volatilidade do preço do petróleo global e risco regulatório.
  • Crescimento desacelerando: projeção de receita de apenas 0,4% para 2025.

BRAV3: Produção em Alta, Receita Embalada?

Upside do Preço-Justo: +42,8%
Saúde Financeira: 2,47
Valor de Mercado: R$ 9,5 bilhões
P/L: 61,6x
EV/EBITDA: 7,8x
P/VPA: 0,9x
Margem Líquida: 1,6% 
ROE: 1,8%
Dívida/Patrimônio: 195,6%
Dívida/EBITDA: 5,1x
Liquidez Corrente: 1,4x
Dividend Yield: 0,0%
Piotroski F-Score: 4

Destaques do balanço 1T25

  • Crescimento operacional: Expansão de produção de +8% em um mês.
  • Diversificação geográfica: Maior participação dos campos offshore reduz dependência de ativos concentrados.
  • Eficiência operacional: Recordes em campos maduros sinalizam boa gestão técnica.
  • Risco regulatório: O setor de óleo e gás no Brasil enfrenta ambiente regulatório complexo, e possíveis mudanças em royalties ou licenças podem impactar resultados.
  • Volatilidade de receitas: Preços internacionais do petróleo seguem voláteis devido a conflitos no Oriente Médio, podendo afetar receitas futuras.
  • Investimentos elevados: Para manter o ritmo de produção, Brava precisa continuar investindo forte — o que pode pressionar o caixa em períodos de preço baixo.

Forças

  • Crescimento operacional robusto: Expansão contínua da produção.
  • Diversificação em ativos offshore: Reduz dependência de um único campo.
  • Adoção de tecnologia e eficiência técnica: Processos modernizados aumentam produtividade.

Fraquezas

  • Pressão sobre margens: Custos elevados de operação offshore impactam a rentabilidade.
  • Necessidade constante de investimento: Elevado CAPEX pode pressionar caixa e endividamento.
  • Exposição a riscos de execução: Operações complexas elevam probabilidade de atrasos.

Oportunidades

  • Aproveitamento do ciclo de alta de commodities: Possibilidade de capturar preços favoráveis no mercado internacional.
  • Expansão para novos campos ou aquisição de ativos: Oportunidade de diversificação geográfica e aumento de reservas.
  • Potencial para projetos de transição energética: Iniciativas em sustentabilidade podem atrair investidores e financiamento verde.

Ameaças

  • Risco regulatório e fiscal: Mudanças em regras de licenciamento e impostos podem afetar projetos.
  • Oscilação do preço do petróleo: Volatilidade internacional pode comprometer receitas.
  • Pressão ambiental e social: Exigências de sustentabilidade e governança podem elevar custos.

RECV3: Resiliência em Meio a Obstáculos

Upside do Preço-Justo: +32,9%
Saúde Financeira: 3,24
Valor de Mercado: R$ 4,5 bilhões
P/L: 8,3x
EV/EBITDA: 3,2x
P/VPA: 1,0x
Margem Líquida: 16,4%
ROE: 12,2%
Dívida/Patrimônio: 42,0%
Dívida/EBITDA: 0,5x
Liquidez Corrente: 2,5x
Dividend Yield: 5,6%
Piotroski F-Score: 7

Destaques do balanço 1T25

  • Lucro líquido: R$ 227,53 milhões (13,4% de margem).
  • Dividend yield expressivo: 21,6% em 2024.
  • Baixo endividamento: dívida/patrimônio de 42,8%.
  • Geração de caixa operacional forte: R$ 505,01 milhões no 1T25.
  • Receita abaixo da expectativa: R$ 860,75 milhões (meta era R$ 879,6 milhões).
  • Pressão em produção: -1,7% na produção de maio; parada em campo da Bahia por ordem da ANP.
  • Margem líquida bem inferior à da PRIO3.

Forças

  • Dividend yield altíssimo: 21,3% no 1T25, payout ratio de 177,4% (2024).
  • Estrutura financeira sólida: Dívida/PL de 42% e current ratio de 2,5x.
  • Resiliência operacional: Crescimento de receita (15,6%) e ROE de 12,2%.

Fraquezas

  • Baixo crescimento previsto: Receita projetada para 2025 com avanço modesto (3,8%).
  • Dependência de ativos maduros, baixa diversificação.
  • Impacto negativo recente: Suspensão de operações no campo Cassarongongo.

Oportunidades

  • Expansão via aquisições: Compra de infraestrutura de gás natural por US$ 65 mi.
  • Recuperação da produção após ajustes operacionais.

Ameaças

  • Riscos regulatórios e ambientais (exemplo: ANP e paralisações operacionais).
  • Queda de produção recente (-1,7% em maio).

Resumo do WarrenAI

  • PRIO3: Para quem aceita volatilidade e risco em busca de máximos retornos, com foco em valorização, não dividendos; lidera em rentabilidade, mas enfrenta maior risco financeiro.
  • BRAV3: Escolha conservadora, menor risco, crescimento gradual e proteção em cenários adversos; é a mais defensiva, ideal para perfis cautelosos.
  • RECV3: Opção equilibrada para renda e crescimento moderado, com olhos atentos ao operacional; entrega renda com menor alavancagem, mas exige atenção à execução.

Como a guerra no Oriente Médio pode afetar as junior oils?

Perguntamos ao WarrenAI, que respondeu:

Impacto imediato: volatilidade elevada e pressão de alta nos preços globais do petróleo podem beneficiar as receitas de exportadores. No entanto, riscos geopolíticos aumentam o prêmio de risco, podendo afetar custo de capital e percepção de segurança dos investidores.

Riscos e Oportunidades:

  • Alta do petróleo: Tradicionalmente impulsiona receitas e lucros das petroleiras — especialmente exportadoras como Prio.
  • Volatilidade e incerteza: Investidores tendem a buscar ações defensivas (fluxo de caixa estável, dividendos) em crises, favorecendo PetroRecôncavo.
  • Custo de capital: Aumento do prêmio de risco global pode encarecer dívidas, impactando quem tem balanço mais alavancado.
  • Cadeia de suprimentos: Disrupções logísticas podem afetar custos, especialmente para empresas menores ou com operações menos diversificadas.

O que monitorar daqui para a frente:

  • Preço do Brent: Cada alta repentina pode impulsionar Prio e, em menor escala, as outras duas.
  • Fluxo de caixa: Empresas com geração de caixa saudável resistem melhor a choques.
  • Câmbio: Valorização do dólar pode beneficiar exportadoras, mas pressionar custos locais.
  • Política de dividendos: Em momentos de crise, empresas capazes de manter pagamentos se destacam como porto seguro.

E você, gosta e investe nas junior oils?

OBS: Dados coletados em 18 de junho de 2025

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