Oito Anos
Do que é feita a nuvem?
Amanhã conheceremos o employment report mais impactante dos últimos tempos.
Para o Fed “data dependent”, todo próximo employment report é o mais impactante dos últimos tempos.
A diferença, agora, é que Janet Yellen finalmente abriu a janela.
A banda vai passar em 16 de dezembro ou em 27 de janeiro?
Sinceramente? Não importa.
Já posso ouvir a música se aproximando.
E os leitores do M5M PRO podem ouvir as implicações para o dólar contra o real.
O que significa impávido colosso?
No Brasil do calendário político, resta praticamente um mês até o ano acabar.
Por mais que eu faça contas, não sei como a agenda intensa enfrentada pelo Governo Dilma caberia neste mês tão apertado.
Repatriação de recursos externos não declarados, desvinculação das receitas da União, CPMF, greve na Petrobras (SA:PETR4), paralisação dos caminhoneiros, pagamento de dívidas com BNDES, aprovação da nova meta fiscal, sanções do TCU ao Nelson Barbosa.
Isso para não falar do que não conhecemos… Zelotes, Lava Jato e Acrônimo.
De todas essas coisas, o mercado precifica o seguinte cenário-base: absolutamente nada de relevante vai acontecer no front político até 31 de dezembro.
Daí em diante, fica por conta do árbitro.
Qual é o risco de uma ação?
A medida tradicional de risco de uma ação se pauta em sua volatilidade; se a ação mexe muito - para cima ou para baixo - ao longo do tempo.
Identificamos sérios equívocos nessa medida.
Suponha que determinada ação (ex. PCAR4 (SA:PCAR4)) tenha perdido metade de seu valor de mercado.
Sua volatilidade aumentou muito com essa queda, mas o risco de comprá-la efetivamente diminuiu, pois a ação está muito mais barata frente à hipótese de recuperação dos resultados.
Por isso, o que importa mesmo são os resultados corporativos.
Na edição de hoje do Barganhas da Bolsa, o analista Bruce Barbosa endereça esse ponto com enorme precisão.
"O risco, em nosso modo buffettiano de olhar o mundo, é 100% determinado pela variabilidade dos resultados de empresas. Baixa variabilidade equivale a baixo risco; independente da volatilidade do preço da ação".
O que é value investing?
Aliás, comparecemos ontem ao 6º Fórum de Investimentos de Valor. Fica aqui nosso agradecimento ao Rui, que sempre organiza os Fóruns com primor.
É interessante notar como o termo "Value Investing” hoje agrega diversas vertentes de investimento.
Responsável direto pelo Barganhas, Bruce é mais conservador; procura refletir fielmente a cabeça de Buffett quando fala sobre Value Investing.
Entre conservadores e arrojados, o evento foi útil para escutar de outras cabeças pensantes do mercado sobre como se portar diante das incertezas.
A maioria prefere se amarrar a setores altamente regulados e correr o risco de regulação para ganhar algo acima do CDI. Outros ainda procuram exportadoras ou algum valor em dólar escondido nos balanços.
Nosso caso é diferente.
Estamos na Virada de Mão. Depois de defendermos o patrimônio de nossos clientes durante 2014, mapeamos uma oportunidade única de comprar ótimos negócios.
Acreditamos no poder transformador das melhores empresas do país - aquelas que não admitem comparação.
O que é comparação?
Mesmo depois de tudo o que aconteceu nos últimos tempos, alguns leitores ainda mandam comentários comparando os riscos de Vale e Petrobras.
Porque ambas são plays de commodity, e ambas as ações caem cerca de 20% desde o início do ano.
Faço minhas as palavras do Bruce: estou muito interessado na eficiência corporativa e pouquíssimo interessado na performance das ações em curto prazo.
Comparemos a gestão de capex, por exemplo.
Vale vai entregar o projeto S11D dentro do cronograma (fim de 2016) e com custo de US$ 14,4 bi, abaixo dos US$ 16,5 bi originalmente estimados. O S11D tornou-se um benchmark mundial para a indústria de mineração.
Petro paralisou a obra do Comperj, inicialmente orçada em US$ 8,4 bi, e então prestes a ultrapassar US$ 50 bi.
Refinaria Abreu e Lima? Atrasada em cinco anos. De US$ 2,5 bi, passou para US$ 20 bi.
Desculpe-me, mas é ofensivo para Vale ser comparada a Petrobras.