Maracanazo
Hoje pela manhã, em evento na FGV em São Paulo, Nelson Barbosa pediu licença de seu cargo de ministro do Planejamento para falar como ministro da Fazenda.
Ajuste fiscal vai durar dois anos, inflação voltará para meta e teremos um programa bem-sucedido de concessões de infra.
Isso tudo levará a uma recuperação do crescimento, ainda no segundo semestre de 2015.
Dá a entender que, sobrevivendo até 2016, ninguém vai se lembrar que um dia a vida foi difícil…
Gol de honra
Segundo o economista-chefe do Credit Suisse, Nilson Teixeira, não dá para simplesmente descartar um cenário de recessão em 2016.
Por enquanto, suas projeções para o PIB brasileiro são de -1,8% em 2015 e +0,6% em 2016.
E a virada do Nilson neste ano acontece assim: -2,4% no 2T15, -2,0% no 3T15 e -1,3% no 4T15.
Quando o Governo fala em recuperação no segundo semestre, imaginamos algo muito positivo.
Levaremos, na melhor das hipóteses, números menos negativos.
Vamos fazer um swap?
Enquanto tudo cai, os Credit Default Swaps do Brasil continuam subindo.
Isso é bom? Não exatamente.
Esses Swaps são papéis que funcionam como um seguro contra a quebra do País.
Seu aumento - especialmente nos horizontes de 5 a 10 anos - denota uma maior percepção de risco, conforme mostra este gráfico da Bloomberg:
A estrutura temporal do CDS é tradicionalmente crescente, pois os riscos se acumulam a longo prazo.
Além disso, a diferença entre curvas - verde de agora vs. amarela de um mês atrás - acusa uma piora sistêmica no perfil de risco para quase todos os vencimentos (vide colunas).
O que será que o ministro da Fazenda está planejando para atenuar esse fenômeno?
Peixe versus Gato
Se a arte imita a vida, a Bolsa imita a Macroeconomia.
Valor de mercado das empresas listadas na Bovespa fechou 2014 em R$ 2,2 trilhões. É o menor nível desde o R$ 1,4 trilhão cravado na crise de 2008.
Isso basta para concluir que as ações brasileiras estão baratas?
Entendo que não. A 53 mil pontos em BRL, Ibovespa está um pouco mais caro do que barato. Temos que sair de cima do muro para engatilhar um processo saudável de destruição criadora.
Em meio a tantos ajustes gradualmente agonizantes, um choque de reprecificação não seria tão mau. Dependerá fundamentalmente do câmbio, que não tem dó de ninguém.
Portanto, fixe um olho na Bolsa e outro no câmbio - é o que devemos fazer para aproveitar eventuais Barganhas à frente.
347% do CDI
Talvez as coisas mudem no 2S15. Até o momento, porém, estamos ganhando mais com estratégias de ceticismo à la Nilson do que com o otimismo à moda do Nelson.
A Carteira Empiricus terminou o mês de maio com alta de +3,40%, representando 347% do CDI. No ano, já sobe +10,59%, equivalente a 220% do benchmark.
Estamos muito satisfeitos em oferecer esta performance, embora cientes de que retorno passado não é garantia de retorno futuro. Fica o compromisso de dedicação 24x7 para continuar entregando cifras consistentes.