Nos últimos meses o mundo tem se deparado com adversidades climáticas em todos os continentes. No hemisfério Sul, a falta de chuva tirou do mercado mundial pouco mais de 20 mi/ton. de soja, no hemisfério Norte a quebra de produção no milho e na soja fez os preços das commodities atingirem patamares recordes, na América do Sul, a implantação de uma nova safra de soja e milho realça a esperança de consumidores de todo mundo motivados por uma grande safra e uma esperança de equilíbrio nos preços mundiais.
A cada ano a demanda por alimentos tem aumentado significativamente, grandes consumidores como a China e Índia vão consumir cada vez mais alimentos, isso em função da melhora de condições econômicas de sua população.
O gráfico a seguir ilustra alguns dos grandes produtores e exportadores mundiais de trigo que,devido às secas que castigaram suas lavouras tiveram produções reduzidas e, de certa forma,colocando em risco o abastecimento mundial, não pela falta de produto, mas sim, pelo alto custo do alimento que chega ao consumidor final.
Citamos o Brasil neste gráfico porque este produz 5,00 mi/ton por ano exporta 2,00 mi/ton. ano e o curioso é que consome 11,00 mi/ton. no ano. Nas atuais condições de mercado de trigo é provável um repasse de preços para todos os seus derivados no mercado doméstico, já que terá que buscar trigo em algum mercado para suprir sua demanda.
Os preços do trigo no mercado mundial tiveram uma alta expressiva nos últimos dois anos, o qual deu início com a quebra de safra no segundo semestre de 2010 na região do Mar Negro, Rússia e Ucrânia, de lá pra cá as cotações oscilaram entre U$$=475,38 por bushel até U$$= 944,50 por bushel.
O preço médio nesses pouco mais de dois anos é de U$$= 720,32 por bushel o que dá uma variação de mais de 74% - neste segundo semestre de 2012 vivenciamos a mesma situação, quebra de safra expressiva na Rússia, algo em torno de 20 mi/ton, a Ucrânia deve interromper suas exportações a partir do dia 15 de Novembro, a Austrália alem da quebra de produção esta com dificuldade de qualidade no trigo e a Argentina, principal fornecedor de trigo para o Brasil, deve ter perda na quantidade e na qualidade devido o excesso de chuvas.
Fazendo um comparativo entre a produção mundial e o consumo mundial apenas do ano safra 2012/13 no gráfico abaixo fica evidente o quanto foi severa a seca nos grandes países produtores de trigo e essa quebra de safra deve trazer os estoques mundial mais baixo dos últimos 05 anos, no dia 09 de novembro o USDA – Departamento Agrícola dos Estados Unidos divulga seu relatório de oferta e demanda e deve confirmar essa tendência.
O Mapa a seguir demonstra também o quanto é preocupante a situação das lavouras de trigo nos EUA.
Bons Negócios!
Márcio Genciano