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O Perigo da Nova “Onda de Especulação” no Mercado Financeiro

Publicado 18.08.2019, 12:48

Com a bolsa batendo a incrível marca de 1 milhão de investidores físicos nesse ano de 2019, temos dois cenários a destacar: primeiro é que o brasileiro está querendo se educar financeiramente e buscar novas formas de investimentos, além da poupança e dos títulos de renda fixa oferecidos pelos bancos, e segundo é que até que ponto isso é algo bom tanto para nossa economia como para os novos especuladores?

O crescimento de pessoas entrando para o mundo da renda variável tem tido um aumento exponencial desde 2015 segundo estudo da FGV. Movidos pela promessa de dinheiro fácil e rápido muitos acabam vendo o mercado acionário como um escape para a independência financeira, as pessoas abandonam suas vidas conservadoras financeiramente e se atentam a arriscar seu capital no mercado de renda variável, e muitas das vezes são encorajadas por consultorias alegando ganhos exorbitantes, e até mesmo histórias motivadoras de pessoas que conseguiram ter rendas consideráveis nesse mercado.

E com essa onda de especuladores amadores o mercado financeiro está se tornando um lugar de “incertezas especulativas”, isso porque as análises mais utilizadas pelos novos “investidores” são as análises: técnica e gráfica, onde se estuda os comportamentos dos preços grafistas e os usa como tomada de decisões, e isso parece o correto quando nos tratamos de investimentos com seus início e término no mesmo dia (day trade), ou até mesmo no curto prazo (swing trade), porém, quando essa forma de investimentos é levada no longo prazo temos então a formação de um mercado especulativo, ou seja, sem fundamentos.

Até mesmo, porque essas duas formas de analisar o mercado são mais fáceis do que você ter conhecimento sobre os fundamentos do mercado, e com isso temos empresas que estão utilizando seus lucros para recomprar suas ações e fazendo altas no índice enquanto o setor ou a própria empresa está tendo uma desvalorização considerável perante seu capital, como o caso dos EUA que no acumulado bate o recorde de recompra de ações, ou seja, em vez da empresa investir seus lucros em investimentos para a mesma, usa-o recomprando ações para agradar seus acionistas. Então no curto prazo temos os ativos que não estão agindo de acordo com os fundamentos e sim movidos através fluxo de capital que está sendo “criado a força” no sistema.

Temos ações, principalmente de Small Caps Startups ou Fintechs que estão valendo no mercado muito mais que seu próprio Valuation, algo que pode gerar uma série de bolhas e até mesmo a um fim trágico, com o FED anunciando corte de taxas de juros, algo que para muitos parece com uma atitude positiva, mas que demonstra uma fraqueza enorme na economia americana, que sucessivamente afetará nós brasileiros.

O que nos leva a crer na nova crise mundial marcada pelo próximo movimento de recessão do mercado global, algo que já vem sido alertado desde o começo do ano como, por exemplo: o FMI revisando a sua previsão de crescimento global de 3,7% para 3,5%; o Banco Mundial estimando o crescimento de economia mundial para 2,9% em relação a 2,8% da projeção de junho do ano passado, uma guerra comercial entre as duas maiores economias mundiais, uma China que divulga dados econômicos muito ruins e um EUA que está numa ascensão econômica desde 2009 e que uma recessão seria uma pedra no calçado do presidente Donald Trump para sua reeleição ano que vem.

E com uma recessão dessa magnitude batendo às portas do mercado financeiro mundial, como iria estar segura a situação financeira de um país cuja grande parte das suas empresas está com índices com o P/L ou P/VPA muito altos? Isso não fica apenas no Brasil, pois, temos países europeus trabalhando com juros negativos, onde os bancos não estão tendo lucros, porque não agrada aos investidores.

Mas como isso tem a ver com crise mundial e novos especuladores? A principal ferramenta usada pelos governos durante uma recessão é o corte de juros, e como iremos conter essa recessão com juros absurdamente baixos? A especulação, ou até mesmo a onda de tomada de decisões em massa feita em muita das vezes por consultorias em cima de um ativo, ou talvez pela popularidade de um ativo que se propaga fama de ser uma provável boa oportunidade, pode dar a ele um valor muito fora da realidade financeira da instituição por trás dos preços, que podem levar sérias distorções tanto na economia setorial do ativo com na nossa economia como um todo.

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