O que acontece no Carnaval não fica no Carnaval Declaro aberto o ano de 2014. Se os dois meses de pré-Carnaval serviram para alguma coisa, foram para ressaltar algumas Barganhas da Bolsa (com o Ibovespa a 47 mil pontos) e chamar atenção para a janela de oportunidade de um dólar fora do lugar (a R$ 2,31??). O problema é que, aqui, o que acontece em Vegas não fica em Vegas. Naturalmente, seguiremos repercutindo - e muito - as desventuras do Carnaval. O exemplo caricato (do Copom) Bem que a tirada de pé no ritmo de aumento dos juros na última reunião inspirou apostas de um encerramento do ciclo de aperto monetário, mas a ata do Copom está aí para resgatar a memória do mercado. “a elevada variação dos índices de preços ao consumidor nos últimos 12 meses contribui para que a inflação ainda mostre resistência” e “o Copom entende ser apropriada a continuidade do ajuste das condições monetárias ora em curso” Precisa dizer mais algo? O que parecia impossível (ou no mínimo polêmico) antes do Carnaval agora parece inevitável. Dalhe Selic a 11%! Caipiroska Mas a despeito das mazelas do Carnaval, hoje a Bolsa sobe bem. Ela quer respirar novos ares. Mas não deixa de subir com ressaca. Ela avança escorada nas Bolsas gringas (que pelo jeito não provaram da caipirinha), mas sabe que pode tomar um banho de vodca. Se o encontro dos líderes europeus não jogar panos quentes na crise Rússia-Ucrânia, muito provavelmente voltaremos à realidade de tombos. Altista (e autista) Pelo jeito o gringo segurou a mão na caipirinha mesmo. O fluxo cambial - entrada e saída de dólares do país - ficou negativo em US$ 1,856 bilhão em fevereiro, e isso representa o pior resultado para o mês desde 2002. Enquanto isso, o real segue com o seu comportamento altista (e autista), a R$ 2,30. Pode, Arnaldo? O diagnóstico A posição do Banco Central brasileiro em swaps vai se aproximando de US$ 100 bilhões, o que representará 26% do total de reservas cambiais. Uma hora o fôlego do folião Tombini vai acabar. Daí, a ressaca será braba. O que acontece no Carnaval não fica no Carnaval (parte 2) Ops, mas os dados de fluxo cambial são de fevereiro, e Carnaval desta vez foi em Março! O que isso quer dizer? 1. que os dados da Fenabrave apontando alta de 13% nos emplacamentos totais na comparação com fevereiro do ano passado não dizem nada - temos uma base de comparação com menos dias úteis, uma vez que a Folia de 2013 foi bem no meio de fevereiro; 2. que, independentemente disso, a maior resiliência do sub-nicho de automóveis comerciais (crescimento de 24% nas vendas) chama atenção para o mix de produtos de Tupy (TUPY3); 3. Que o gringo talvez não tenha segurado a mão na capirinha... se a amostra que temos aqui no escritório for ilustrativa, eu afirmo isso com certeza. O gringo desandou. |
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