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O Que Eu Penso Sobre o Bitcoin Agora?

Publicado 09.04.2018, 12:17
Atualizado 14.05.2017, 07:45

Se você procura uma resposta objetiva para a pergunta título desta newsletter, lá vai: nada. Não faço a menor ideia para onde vai o bitcoin. Nunca tive uma opinião sobre a trajetória futura das criptomoedas. Aliás, nunca tive uma previsão para a trajetória de qualquer série financeira. Desculpe frustrá-lo a essa hora. Foi mal, segunda é rodízio da minha bola de cristal e ela teve que ficar em casa.

O universo dos investimentos se divide entre aqueles que não sabem e os que acham que sabem, com uma boa vantagem competitiva para os primeiros. Os outros, sempre especialistas em tudo, estão apenas desavisados sobre a própria ignorância e nela se apoiam para desenvolver estratégias carregadas de muito risco e arrogância, traduzidas pragmaticamente em concentração e alavancagem. “Unskilled and unaware of it” (inábil e desavisado sobre isso) é um bom resumo de metade dos problemas da humanidade.

O fato de não saber o futuro não pode representar uma postura niilista, de paralisia ou perplexidade.

Por que você toma a decisão de abrir um presente decorado por uma linda embalagem mesmo sem saber o que há ali dentro? Porque está estimulado pela possibilidade de descobrir algo útil e interessante após desatar aquele laço maravilhoso, feito na papelaria mais chique da cidade. E se dentro daquele pacote estiverem guardadas meias beges da World Tennis, que esgarçam antes mesmo de você usar, será uma pena, mas ainda lhe será reservado o direito de simplesmente jogá-las fora, sem qualquer prejuízo a si mesmo.

Ao abrir um presente, você está fazendo uma aposta, cuja matriz de retornos potenciais lhe oferece a oportunidade de, em se materializando o cenário positivo, encontrar um iPhone X e, no caso negativo, deparar-se com meias beges, cujo futuro será a lata de lixo nos próximos dez segundos.

Você tem muito a ganhar, nada (ou pouco) a perder. E veja que tudo isso sem saber ainda o que há ali dentro. A decisão não se apoia no conhecimento sobre o que há na caixa, mas nos retornos potenciais a ela associados. A atitude certa a se tomar é abrir o danado do presente.

É isso que tento fazer todos os dias. Procurar por presentes embalados na Bolsa brasileira, disfarçados sob tickers piscando entre o verde e o vermelho no meu home broker ou, mais recentemente, na Coinbase.

Eu comprei bitcoins quando sua unidade estava por volta de quatro mil dólares. Vendi metade com uns 130% de ganho, aplicando uma heurística básica para investimentos de alto risco, em que vendo 50% da posição depois de dobrarem. Carrego o restante até hoje. Fiz isso mesmo sem saber nada de criptomoedas. “Compre primeiro, entenda depois”, resume George Soros. Eu sabia de sua matriz de payoff. E isso me bastava.

Tenho tudo documentado, pois narrei aqui minhas aventuras pelo ambiente das moedas digitais. O trade em si e seu timing foram pura sorte. Não é isso que importa.

O que me atraiu nas moedas digitas, e me atrai até hoje, é seu perfil convexo e assimétrico. Se você coloca mil reais em bitcoins, pode perder mil reais, mas pode ganhar n vezes isso. Aliás, quem comprou lá atrás, com uma migalha de seu patrimônio, simplesmente ficou rico, multiplicando, sei lá, por 100x o capital investido. Aplicação pragmática e material da ideia de Nassim Taleb de apostar centavos para ganhar dólares. Não é hipótese, elucubração, previsão. Aconteceu. E ponto final.

Pode acontecer de novo? Pode, por conta da matriz de retornos assimétrica desse negócio. Não estou falando que vai acontecer. Sinceramente, não sei. Mas não sei nada mesmo sobre o futuro e isso vale para qualquer ativo financeiro. Estou apenas dizendo que a matriz de payoff é convidativa.

“Ah, mas não é muito arriscado?”

Claro que é. Ou você acha que uma coisa capaz de multiplicar seu capital por 100x não pode cair 50%? Quem sabe até mais? Agora, sabendo que é muito arriscado, você aloca aqui somente uma tirinha do seu capital, aquela que pode e topa perder. Assim, por mais que a posição isolada seja de alto risco, ela jamais poderá oferecer grande perda para seu portfólio consolidado e é isso que importa. Pessoalmente, recomendo jamais ultrapassar 1% de sua carteira em criptomoedas. Nesse caso, qual o risco de se ferir gravemente? Mas note que ainda assim pode ser suficiente para gerar um resultado positivo explosivo no seu portfólio, justamente porque os ganhos podem ser muito maiores do que 100%.

Eu, Felipe, entendo que você só ganhará muito dinheiro na sua vida se topar perder. O primeiro ensinamento de Mark Spitznagel, sócio de Nassim Taleb na Universa (antiga Empirica – sim, nós copiamos o nome), em “The Dao of Capital”, remete ao paradoxo de Klipp: “Você precisa amar perder dinheiro”.

Pode parecer contraintuitivo, mas no fundo é bastante trivial. Se você quer, em algum momento da sua vida, ter um ganho da ordem de 100x, vai precisar se expor a uma perda potencial.

Por mera aplicação da lógica, é evidente que ganhos de 100x são raros. Então, para capturar um desses, dificilmente você vai conseguir na primeira tentativa. Tenta, erra. Tenta, erra. Tenta…… erra! Até que uma hora acontece. Não há evolução sem um processo de tentativa e erro. Essa é a essência da natureza, uma caminhada darwiniana caracterizada por mutações genéticas, que nada mais são do que erros na replicação do DNA de um organismo.

Se você não topa errar, se não aceita incorrer em pequenos prejuízos, está simplesmente contrariando a seleção natural e a evolução, aqui aplicada ao próprio patrimônio. Ou você desenvolve uma capacidade sobre-humana ou ainda estará sob as mesmas leis da natureza de cada um de nós.

Ao apostar em ativos de alto risco (e esse é o verbo adequado, sem qualquer preconceito contra ele), você vai errar várias vezes. É a natureza da coisa. Mas se eles carregarem uma assimetria convidativa, representada na chamada convexidade, bastará um grande acerto em meio a vários pequenos erros para fazer-lhe rico. Veja como a própria vida é assim também. Você pode ter várias ideias ruins na sua caminhada, basta uma boa para mudar tudo. A Empiricus foi a nossa boa ideia, por exemplo – e eu confesso que já tive uma centena de outras ideias ruins.

O que me atrai no bitcoin e nas criptomoedas de maneira estrutural é justamente seu perfil convexo. Agora, a partir da queda recente, estou considerando reforçar minha posição, retomando o tamanho original. Confesso estar particularmente estimulado por saber que o family office de George Soros se prepara para começar a negociar moedas digitais.

Ainda não escolhi se compro mais ou apenas carrego as que já possuo. Tomarei a decisão após acompanhar os ensinamentos dos brilhantes criptoguys aqui da Empiricus. Vinicíus Bazan e André Araújo preparam um material totalmente inédito e exclusivo sobre as criptomoedas. Eu mesmo estou ansioso para entrar em contato com isso. Hoje recomendo para você a mesma coisa que estou fazendo para mim mesmo.

Seja bem-vindo.

Nem só de criptomoedas vive o homem. Deixe-me falar sobre coisas mais ortodoxas antes de avançar às coisas mais frívolas do dia. Temos hoje um exemplo emblemático de como a imprensa tradicional presta um desserviço ao investidor pessoa física.

Matéria principal da Folha Mercado nesta segunda-feira diz assim, ipsis litteris: “A ameaça de uma guerra comercial entre Estados Unidos e China e as incertezas em relação às eleições após a prisão do ex-presidente Lula levaram analistas a reforçar a recomendação de cautela aos investidores.

A orientação é buscar aplicações que consigam amortecer o impacto negativo dessas turbulências.”

Agora, deixe-me expor o que a carta do Verde relativa ao mês de março fala do mesmo tema. É um fundo menor, que está começando, mas acho que tem algum futuro: “Como vemos esse conflito e suas consequências para o mercado? (…) Vemos alguns riscos para o crescimento global, mas em princípio ainda dentro de uma trajetória construtiva para o mundo. A lógica de mais volatilidade veio para ficar, mas não deveria alterar os retornos esperados, pelo menos por ora. Por isso mantemos os portfólios com posicionamento basicamente estável, mas atentos às oportunidades que a volatilidade pode trazer”.

A boa informação é o ativo mais valioso do mundo para tomada de decisão de investimento. Ocorre, porém, que a informação hoje constante nos jornais não somente não é boa. Ela é ruim, se transformando num mapa errado. E não ter mapa é sempre preferível a ter um mapa errado. O investidor estará em melhor situação se não ler do que se ler. É uma aberração.

Quem escreve nos jornais nunca ganhou dinheiro em Bolsa e as fontes com quem os jornalistas de finanças falam com frequência hoje em dia também não são grandes ganhadores de dinheiro em seus próprios negócios ou investimentos.

Neste caso específico, a tensão gerada com a potencial guerra comercial entre EUA e China, com consequente queda dos mercados globais, parece, ao menos por enquanto, mais uma oportunidade de compra do que um fator a ensejar necessidade de cautela nos investidores.

Esta segunda-feira amanhece como evidência material nesse sentido. Donald Trump fez mais uma vez o que mais gosta: recorreu ao Twitter para nos atualizar sobre a situação das discussões com a China, sinalizando avanços em prol de um acordo para evitar a guerra comercial. Autodenominou-se “amigo para sempre” de Xi Jinping e previu um futuro brilhante para os dois países.

Futuros de Wall Street abrem em alta destacada com esperança de acordo entre as partes.

Mesma calmaria não é vista no mercado de moedas. Bloomberg fala da possibilidade de desvalorização do yuan como reação da China às medidas restritivas de Trump. Dólar sobre contra moedas emergentes, em especial contra o rublo e o rand.

Por aqui, mercado pode reagir à prisão do ex-presidente Lula, que tende a enfraquecer a esquerda. Ainda assim, otimismo pode ser contido em meio à expectativa por nova votação no STF na quarta e por falta de aglutinação das forças de centro.

Agenda do dia traz relatório Focus e uma série de indicadores de inflação por aqui. IGP-DI marcou alta de 0,56%cento, contra expectativa de 0,66%; IPC-Fipe subiu 0,06% frente a 0,08% esperado; e IPC-S avançou 0,31% contra 0,21% da estimativa de consenso.

Ibovespa Futuro sobe 0,3%, dólar avança modestamente contra o real e juros futuros procuram definir tendência.

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