O Que Fazer se Você Está em Pânico Com a Queda Recente das Ações

Publicado 13.05.2021, 13:07
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A última semana foi estressante para alguns investidores.

Nesta coluna semanal, faz algum tempo que eu venho falando sobre minha preocupação com a inflação, em especial na última edição, da quinta-feira passada (06/05/2021), que dediquei inteiramente para falar disso.

Parece que de lá para cá o receio com a inflação aumentou muito nos mercados, ainda mais com a divulgação de um CPI (índice de inflação ao consumidor americano) muito maior que o mercado previa, divulgado ontem, no dia 12/05/2021.

O CPI trouxe consigo a informação que o núcleo da inflação americana registrou o maior aumento em 26 anos e levantou uma bandeira vermelha sobre um risco já iminente.

A recuperação econômica dos EUA está pujante, uma vez que a vacinação por lá já está atingindo proporção alta da população jovem, ao contrário do que vivenciamos no Brasil, onde a vacinação se dá a passos de tartaruga.

Esta recuperação da economia nos EUA está trazendo consigo o aumento de preços, dado que a oferta não é tão elástica.

Provavelmente a alta de preços do setor de serviços, que estava morto na pandemia, vai se juntar à alta de preços às commodities nos níveis mais altos de muitos anos e teremos inflação um pouco mais persistente pela frente, em minha opinião.

A inflação mais alta traz consigo a expectativa do mercado de uma normalização mais rápida dos estímulos monetários – leia-se: haverá muito provavelmente a necessidade de aumento da taxa de juros nos EUA antes do previsto, embora os dirigentes do Fed e o próprio presidente Biden insistam e repitam veementemente o contrário.

O mercado que não é bobo nem nada, não cai em discurso – muito menos de políticos - e não vai literalmente pagar para ver se o juros sobe mais rápido ou não, está precificando rapidamente esta provável alta de juros antecipada e isto tem impactado negativamente ações de empresas de tecnologia e alguns outros ativos que vem sendo influenciados pela alta liquidez no sistema gerada com a pandemia, como as criptomoedas.

Voltando para o título, se você é um destes investidores que está em pânico com a queda recente de seus ativos, meu conselho é: Apegue-se à perspectiva micro.

Pergunte e responda a si mesmo quais as perspectivas intrínsecas de cada um dos ativos que você possui no seu portfólio independentemente da alta de juros no curto prazo.

Você acha seus ativos têm a capacidade de continuar se valorizando, mesmo em um cenário de alta de juros expressiva nos EUA? Ou tal alta vai ser prejudicada se os Treasures de 10 anos aumentarem de 1,6% para mais de 2%?

Se as ações, mesmo sendo do setor de tecnologia, têm condições de entregar crescimento acelerado e gerar fluxos de caixa razoáveis nos próximos 5 a 10 anos, mesmo com uma taxa de juros superior, eu não ficaria em pânico.

Agora, se a alta recente de tais ativos foi mais motivada pelo excesso de liquidez do que pela capacidade real de entregar crescimento e geração de caixa relevante nos próximos 10 anos, então, eu sairia correndo e desta posição, antes que seja tarde demais.

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