Fundos de Investimentos são formas mais simples e fáceis do investidor acessar estratégias que podem parecer mais complexas a princípio. Obviamente, não há garantia de que podemos aplicar em fundos de olhos fechados, mesmo contando com equipes profissionais e com bastante experiência à frente da gestão do seu dinheiro, afinal, eventualmente pode-se tomar decisões não acertadas, ou fazer leituras do mercado que não se comprovam posteriormente. Por isso é fundamental sempre buscar o máximo de informações sobre as estratégias do fundo, a equipe gestora e ter em mente que, rentabilidade histórica auferida, não garante o mesmo desempenho no futuro. É essencial ter essa clareza no momento da escolha de onde alocar os investimentos.
Duas entidades do mercado financeiro dividem e classificam os fundos de acordo com suas estratégias e tipos de alocação: a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e a Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais). Cada uma usa critérios diferentes para classificá-los, e as instituições do mercado (Bancos e corretoras) muitas vezes, mesclam ambas as classificações.
Não será o foco deste artigo, mas a título de conhecimento, no caso da ANBIMA, vemos classificações em 3 níveis, onde são agrupados por classe de ativos, conforme o tipo de gestão (passiva ou ativa) e no último nível, de acordo com a sua estratégia.
Esse é um tipo de classificação mais abrangente, também mais complexa e teórica, voltada para trazer um nível mais profundo de entendimento. Por isso, vamos focar na classificação da CVM, que é mais comumente adotada pelo mercado e irá te ajudar a ter um entendimento completo.
A CVM classifica os fundos de investimento de acordo com sua política de investimentos, em outras palavras, sua estratégia, ou seja, o que ele faz! Basicamente, são 4 estratégias e, em alguns casos, podem vir com algum sufixo adicional, para deixar ainda mais claro sua intenção. São eles: Renda Fixa, Ações, Cambial e Multimercado.
- As carteiras compostas por títulos de renda fixa remuneram de acordo com a variação dos juros e/ou índices de preços. Aqui podemos ter títulos públicos e privados, e podem adotar os sufixos para deixar mais claro sua estratégia (RF Crédito Privado, RF Inflação curta, RF Debentures incentivadas).
- Fundos de ações buscam exposição ao mercado de ações, também podem adotar os sufixos para deixar mais claro sua estratégia (Long Only, Long Short, Long Biased, entre outras);
- Fundos Cambiais obtém retorno por meio das variações de preços e cotações de moedas ou cupons cambiais;
- Fundos Multimercados podem se utilizar de qualquer uma das estratégias anteriores, trazendo assim bastante diversificação para as carteiras de investimentos. Notamos também o uso dos sufixos (MM Macro, MM Macro Global, MM investimentos no Exterior, entre outras).
Aproveitando o ensejo, não poderia deixar de comentar sobre os Fundos de Índices ou ETFs (do inglês, exchange-traded fund, que em tradução literal seria algo como “fundos negociados em bolsa”). São fundos de investimentos que investem em ativos referenciados, ou qualquer índice que seja possível ao gestor montar uma carteira que replique fielmente. Um exemplo é o ETF do Ibovespa (índice das principais ações de nossa bolsa de valores), é preciso montar esse índice replicando exatamente uma carteira com essas ações.
As negociações de fundos de índices são extremamente populares no mercado americano, no Brasil ele foi regulado em 2002, mas nos últimos 3 anos esse tipo de fundo vem ganhando muito destaque. É possível hoje encontrar uma gama imensa de opções desses ativos em bolsa.
Tal como os fundos de investimento tradicional, nos ETFs o investidor terá uma taxa de administração (geralmente menor que nos fundos) e também pagará a taxa de corretagem na compra e venda desses ativos. Além disso, a tributação desses investimentos costuma seguir a linha do ativo que ele replica.
O desempenho também é parecido. Se você investe em um ETF do Ibovespa e esse índice subiu 5%, é esperado que o fundo de índice também suba os mesmos 5%. Caso apresente queda, o movimento também é esperado no ETF. Pequenas variações podem ocorrer, em função da taxa de administração aplicada, ou alguma outra dificuldade que o gestor tenha em função da liquidez de determinados ativos.
Portanto, busque informações no mercado antes de escolher o investimento que melhor se encaixe ao seu perfil e objetivos e, na dúvida, você sempre pode recorrer a orientação de um profissional!