Ibovespa titubeia após máximas e com ameaça dos EUA no radar
Após revisar os movimentos dos futuros do ouro em diferentes tempos gráficos, concluo que as preocupações geopolíticas predominantes, que vêm criando uma nova ordem financeira para escapar dos impactos das tarifas comerciais do governo Trump, resultaram em uma onda de compras de pânico entre os bancos centrais globais recentemente. Esse movimento, contudo, parece estar chegando ao fim, já que adquirir ouro nesses níveis poderia ser autodestrutivo caso algum banco central decida ampliar consideravelmente suas reservas.
Na quarta-feira, o banco central da Polônia anunciou planos de elevar a participação do ouro para 30% de seus ativos de reserva, com o objetivo de reforçar a segurança financeira do país. O NBP já detém mais de 515 toneladas de ouro, equivalentes a aproximadamente 22% de suas reservas oficiais, mas afirmou que o volume e o momento de novas compras dependerão das condições de mercado.
Esse anúncio elevou o sentimento altista, alimentando expectativas de que os contratos futuros de ouro poderiam testar a faixa de US$ 5.000 ainda neste ano ou no próximo. Contudo, analiso a notícia sob outra ótica: o próprio comunicado do banco central polonês sugere ceticismo em comprar mais ouro a preços tão elevados, já que condiciona o timing e a escala das aquisições à conjuntura de mercado.
Em análises anteriores já destaquei que a China começou a reduzir sua dependência do dólar como forma de mitigar os efeitos das tarifas comerciais dos EUA, introduzindo o petroyuan para a compra de petróleo da Arábia Saudita. A Rússia parece seguir a mesma direção, enquanto os Estados Unidos buscam desestimular Índia e outros países emergentes a adquirir petróleo russo, impondo tarifas elevadas.
Esse cenário de transição pode consolidar uma nova ordem financeira, especialmente voltada a reduzir os impactos de disputas tarifárias. Ao mesmo tempo, cresce a incerteza em relação à decisão da Suprema Corte sobre o recurso de Trump, fator que pode neutralizar os movimentos altistas recentes.
Níveis técnicos a observar
No gráfico mensal, os futuros de ouro enfrentam forte pressão vendedora após romper a resistência imediata em US$ 3.544. A continuidade desse movimento desperta ceticismo, já que os contratos estão em região de sobrecompra desde abril de 2025, quando formaram um candle indeciso entre US$ 3.146 e US$ 3.544. O movimento atual sugere uma extensão artificial desse ciclo, que pode se esgotar a qualquer momento, uma vez que a maior parte dos bancos centrais demonstra relutância em ampliar compras nesse patamar, reduzindo o potencial do ouro como ativo de proteção.
Entendo que, caso os futuros de ouro não consigam se manter acima da resistência imediata de US$ 3.714, o fechamento mensal pode ocorrer abaixo do suporte de US$ 3.544.
No gráfico semanal, os futuros atingiram nova máxima em US$ 3.714, após testar mínima em US$ 3.349 em 18 de agosto de 2025. Esse movimento acentuado sugere que a valorização recente pode ter sido impulsionada apenas pela euforia em torno do metal, abrindo espaço para uma onda de vendas já na próxima semana, caso o fechamento semanal ocorra abaixo do suporte de US$ 3.655.
De forma inversa, uma movimentação sustentável acima da resistência de US$ 3.714 abriria espaço para grandes vendedores iniciarem novas posições vendidas, com stop loss em US$ 3.737 e alvo em US$ 3.578.
No gráfico diário, os futuros enfrentam forte pressão vendedora na resistência imediata de US$ 3.694 e mostram sinais de reversão. Apesar de várias tentativas de rompimento, os compradores não conseguiram sustentar o movimento, e a máxima de terça-feira, em US$ 3.714, limitou o potencial de alta.
Vejo que, se os contratos testarem o suporte imediato na média móvel exponencial de 9 dias, em US$ 3.654, um fechamento abaixo desse nível poderia levar à busca do próximo suporte em US$ 3.617 na próxima semana.
No gráfico de 5 horas, os futuros de ouro formaram um martelo de baixa, apesar da recuperação altista a partir da mínima de US$ 3.652 na sessão anterior. Esse padrão sugere exaustão compradora, e a próxima vela de 5 horas poderá confirmar o desenho com nova pressão vendedora nesta sexta-feira.
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