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- O surpreendente relatório de empregos de agosto consolidou as expectativas de corte de juros pelo Federal Reserve na próxima semana, direcionando toda a atenção do mercado para o relatório crucial de inflação (IPC) desta quinta-feira.
- O comportamento do consumidor também está em evidência nesta semana, com a Kraft-Heinz anunciando uma grande cisão em resposta à mudança de preferências.
- Os balanços de Kroger e Restoration Hardware devem mostrar a força dos gastos tanto em itens essenciais quanto em produtos de maior valor.
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Mercado de trabalho enfraquece e leva probabilidade de corte de juros do Fed a 100%
A atualização do mercado de trabalho divulgada na semana passada deve levar a uma mudança na política monetária do Federal Reserve. O relatório de agosto mostrou forte desaceleração, com a criação de apenas 22 mil vagas fora do setor agrícola, bem abaixo da expectativa de 75 mil dos economistas consultados pela Dow Jones. Como resultado, a taxa de desemprego subiu para 4,3%, o maior nível em mais de um ano.
A confiança dos trabalhadores também foi afetada. A pesquisa de expectativas do consumidor do Fed de Nova York em agosto mostrou que, em média, os entrevistados acreditam ter 44,9% de chance de conseguir outro emprego caso percam o atual — o menor patamar da série histórica iniciada em 2013.
Apesar do quadro negativo no mercado de trabalho, os índices acionários se mantiveram relativamente firmes, alguns até em alta, já que os dados mais fracos praticamente garantem um corte de juros na reunião do FOMC da próxima semana. Desde a divulgação do NFP de agosto, a ferramenta FedWatch do CME Group aponta 100% de probabilidade de corte de juros em 17 de setembro.
Entre os traders de juros consultados, a maioria (88,2%) projeta redução de 25 pontos-base, enquanto 11,8% já esperam corte de 50 pontos-base.
Outro fator que pode influenciar as apostas é o relatório do IPC de agosto, que será divulgado na quinta-feira. A inflação segue elevada, e o Fed tem buscado equilibrar os riscos de preços altos com o enfraquecimento do emprego.
No discurso anual em Jackson Hole, há duas semanas, o presidente do Fed, Jerome Powell, adotou tom mais brando que o usual.
“Com a política em território restritivo, as perspectivas de base e o balanço de riscos podem justificar ajustes na nossa posição de política monetária”, afirmou.
Powell observou que, embora o mercado de trabalho dos EUA ainda demonstre resiliência, os riscos vêm aumentando, assim como os ligados à inflação decorrente de tarifas.
Reestruturação: Kraft-Heinz anuncia cisão após anos de dificuldades
Na semana passada, a Kraft-Heinz (NASDAQ:KHC), gigante do setor de consumo, anunciou a intenção de se dividir em duas companhias independentes de capital aberto. A notícia inicialmente provocou queda de 7% nas ações, que depois se recuperaram parcialmente, encerrando a semana com baixa de 2,4%.
O anúncio desagradou também a Warren Buffett, cuja Berkshire Hathaway detém 27,5% da companhia. Buffett, que junto à 3G Capital liderou a fusão entre Kraft Foods e H.J. Heinz em 2015, comentou à CNBC:
“Certamente não foi uma ideia brilhante juntá-las, mas também não acredito que separá-las vá resolver.”
A empresa enfrenta dificuldades há anos, com as ações acumulando queda de 13% em 2025, reflexo da mudança do consumidor para alimentos mais saudáveis.
Cisões como essa são pouco comuns: este foi o único spinoff do terceiro trimestre até agora, elevando o total do ano para 12. Nos últimos dez anos, o maior número de operações desse tipo ocorreu em 2021 (39), enquanto o menor foi em 2023 (18).
Fonte: Wall Street Horizon
Resultados à vista: Kroger e Restoration Hardware
Na quinta-feira (11.set), Kroger (NYSE:KR) e Restoration Hardware (NYSE:RH) divulgam resultados, oferecendo nova visão sobre o comportamento do consumidor.
A Kroger vem se destacando no atual cenário, conquistando clientes em busca de preços mais baixos e refeições feitas em casa. No 1º trimestre, a rede elevou sua projeção de vendas anuais. Para o 2º trimestre, o consenso do mercado projeta crescimento de 6% no lucro por ação e estabilidade na receita.
A situação da Restoration Hardware é distinta. O setor de móveis e decoração tem mostrado resiliência maior que o esperado. Consumidores de alta renda seguem comprando, enquanto preços elevados de imóveis e hipotecas incentivam investimentos nas casas atuais em vez de mudanças.
A Williams-Sonoma (NYSE:WSM) reportou aumento de 15% no lucro por ação no mês passado. Já a Home Depot (NYSE:HD), que enfrentou adiamento em projetos de grande porte, registrou alta de 2,6% nas vendas acima de US$ 1.000 no segundo trimestre.
O risco para empresas como RH é o impacto de tarifas. No fim de agosto, o presidente Trump afirmou que investigará o setor de móveis importados e que itens vindos do exterior podem ser submetidos a tarifas adicionais. O comentário provocou queda em papéis como Restoration Hardware, Williams-Sonoma e Wayfair (NYSE:W).
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