Por que o interesse na Black Friday caiu? O impacto da queda do poder de compra

Publicado 25.11.2025, 09:12

O Dia de Ação de Graças é um feriado norte-americano celebrado na quarta quinta-feira de novembro; inclusive, ele é mais importante até que o Natal. A Black Friday é um dia de grandes promoções que ocorre na sexta-feira seguinte, marcando o início da temporada de compras de Natal nos EUA.

A Black Friday chegou ao Brasil oficialmente em 2009, atingindo seu topo em 2019, quando o índice de interesse geral testou 764 pontos, segundo estudo feito pelo Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (Ibevar) em parceria com a FIA Business School. Em 2025, o índice de interesse geral apresentou recuo de 48,4% em relação a 2019, atingindo 394 pontos.

Mas por que essa queda?

Por muitas edições, a Black Friday brasileira foi cercada de polêmicas acerca de seus reais descontos, mas isso ainda não havia sido um fator motivador suficiente para gerar baixo interesse.

Macroeconomia

Mesmo com a renda média em alta — R$ 3.484,00, conforme a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Contínua), divulgada pelo IBGE — o poder de compra do brasileiro segue em queda.

Isso acontece porque, embora a renda nominal tenha crescido desde 2019, os preços subiram muito mais rápido. Entre pandemia, choques de oferta e anos de inflação acumulada, R$ 3.484 de 2025 compram menos do que comprariam seis anos atrás. O brasileiro até recebe mais no papel, mas sua cesta real de consumo encolheu. Na prática, o salário não acompanha o custo de vida, e isso reduz diretamente a disposição do consumidor para compras sazonais — especialmente aquelas vistas como supérfluas ou adiáveis, como as da própria Black Friday.

Um derivado desse encolhimento no orçamento é o aumento no número de famílias endividadas. Em 2019, 63,6% das famílias estavam endividadas; em 2025, esse número alcança 79,5%, segundo a Confederação Nacional do Comércio (CNC).

O consumidor brasileiro está menos impulsivo porque a macroeconomia mudou: juros altos por muito tempo, renda comprimida, instabilidade fiscal e um cenário de incerteza que faz a pessoa pensar duas vezes antes de parcelar o que quer que seja.

O consumo segue sendo um dos principais motores de renda e emprego. Mas, para que esse motor volte a acelerar, o país precisa oferecer condições mínimas de previsibilidade. Isso significa um ambiente mais seguro para o investidor da economia real, com estabilidade jurídica, tributária e monetária — elementos essenciais para estimular produção, crédito e, no fim da cadeia, a capacidade de compra do consumidor.

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