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Por Que Todos Acham que o Fundo do Poço Ainda Não Chegou?

Publicado 01.10.2015, 14:35
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Por que todos acham que o fundo do poço ainda não chegou?

Longa matéria do Valor hoje afirma: a “correção na Bovespa ainda não acabou”. Analistas ali citados formam consenso de que a Bolsa brasileira ainda não teria ficado suficientemente barata.

Por que ninguém afirma que a Bolsa atingiu o fundo do poço?

Porque identificar topos e fundos, de fato, não pertence à capacidade humana.

Porque os analistas, economistas e todos os demais platônicos de estirpe semelhante apoiam-se, mesmo sem saber, na hipótese de ergodicidade...

Ou seja, acreditam que as séries financeiras preservam suas propriedades estatísticas ao longo do tempo. Assim, por construção, é impossível identificar as quebras estruturais, as mudanças de tendência.

Ora, se o argumento predominante fosse de que o fundo do poço chegou, e a hora é de comprar Bolsa, por óbvio isso estaria nos preços, não?

E assim não teríamos mais a tal tendência declinante da Bolsa, para tentarmos inferir se o fundo do poço chegou ou não.


O que é mais provável?

Num cenário como esse, tudo que você tem a fazer é comprar barato sob uma perspectiva histórica abrangente, tentando certificar-se de que as surpresas estão do lado positivo.

Todos formam suas percepções sobre ativos financeiros com base na informação disponível. Esquecem-se, porém, que essa já se encontra incorporada aos preços. E o que formará preço, à frente, será justamente a informação não disponível.

O próximo movimento de longo prazo em Bolsa sempre será maior do que podemos supor. Como heurística, admita que o Ibovespa pode dobrar ou cair pela metade em seu próximo movimento.

É mais provável termos o índice a 22,5 pontos ou a 90 mil em cinco anos?


Por que a reforma ministerial reforça a tese da virada de mão?

A presidente Dilma acaba de formar o pior ministério da história brasileira. Colocou o baixo clero do PMDB no governo, como forma de agradar todas as alas do partido e tentar recuperar alguma governabilidade.

Tem a cara do governo Sarney. E isso já nos remete à inflação, que deve ser quem fará o ajuste fiscal pra gente.

Inflação incha o preço dos ativos e as ações podem ser também um seguro contra a disparada dos preços. Para preservar seus indicadores de valuation, os preços precisam subir.

Pense na tradicional relação Preço sobre Lucro, hoje em 10x, em leve desconto em relação à média dos últimos cinco anos - depois de muito tempo viemos abaixo da média recente, mas isso nem vem ao caso.

Para que a empresa lucre a mesma coisa em termos reais, os lucros precisam acompanhar a inflação. Logo, o denominador dessa razão está subindo ao longo do tempo num cenário inflacionário. Portanto, para que a relação de 10x seja preservada, os preços também precisam crescer.

Ou seja, sem crescimento de lucros e sem re-rating, a Bolsa precisaria subir 10% em 2015. Estamos devendo cerca de 20%.

Nada mal para um rali de fim de ano.

E ideal para construir riqueza de longo prazo com as 4 oportunidades de uma vida.

As 7 maravilhadas do mundo (sqn)

O apresentador norte-americano Jim Cramer, da CNBC, listou o que considera os sete pilares de fraqueza do mundo atual.

Sem estas questões resolvidas, não teremos base de sustentação para uma retomada consistente dos mercados e economias globais:

1) As ações ainda precisam chegar em um nível que torna-se ridículo vendê-las
2) O Federal Reserve precisa remover a incerteza relacionada à taxa de juro dos EUA
3) Os riscos de Volkswagen, Petrobras (SA:PETR4) e Glencore (LONDON:GLEN) precisam ser resolvidos
4) O dólar precisa se estabilizar


5) A produção industrial chinesa precisa crescer
6) O setor energético precisa se estabilizar
7) As projeções de lucros corporativos, elevadas, precisam ser reduzidas

Com uma dívida de meio trilhão de reais, em meio a um dos maiores escândalos de corrupção da história e detentora da maior dívida corporativa do mundo, o “orgulho” nacional virou ameaça sistêmica.

Inversão de papéis

Para ter uma ideia do tamanho do problema da estatal, hoje Petrobras paga juros mais elevados do que a russa Rosneft, por exemplo, que nunca conseguiu captar dívida de loooongo prazo (sua dívida mais longa vence em 2024, enquanto a brasileira possui títulos com vencimento em 2044 e até Century bonds).

Rosneft, inserida em contexto (russo) de governo totalitário, guerra civil e sofrendo sanções comerciais de algumas das principais economias do mundo, paga 7% de juros para conseguir emprestar dinheiro, enquanto a Petro não está conseguindo captar oferecendo quase 13% em dólares (vide a dificuldade de colocar a sua oferta de debêntures).

Para ter uma ideia da velocidade de deterioração desse quadro, vale destacar que um ano atrás o retrato era rigorosamente o oposto:

Juros dos títulos

Fonte: Empiricus

O risco de contágio

Mas voltando ao tamanho do problema que Petrobras se tornou...

Em M5M dessa semana comentei como o escândalo das fraudes na avaliação de emissões da Volkswagen pode impactar o setor e a economia alemã como um todo, pelo tamanho de suas provisões de perda e o seu peso na economia local.

E como o desdobramento disso pode ser extremamente prejudicial à União Europeia, tendo em vista que uma economia alemã com queda de arrecadações e diante de potencial recessão técnica naturalmente não tem o mesmo punch para resgatar vizinhos problemáticos.

A Petro estava equiparada à Volkswagen na lista do Cramer, e tem motivos para tal.

Há, sim, risco sistêmico (de espraiamento para outras esferas da economia) e risco crescente de iliquidez para Petrobras no curto prazo, ainda que não haja risco relevante de quebra da empresa...

Explico.

Em dezembro passado foi anunciado que Petrobras negociava ajuda do governo para lhe fornecer empréstimo de R$ 7 bilhões, em engenharia financeira que envolvia a Eletrobras (SA:ELET3).

E sabe quem são os maiores detentores de dívida da Petrobras?

Caixa e BB.

Hoje, a imprensa deu que Petrobras chegou a um acordo sobre uma dívida por R$ 4 bilhões com o Banco do Brasil (SA:BBAS3).

Segundo a Folha, a ideia da companhia teria sido substituir dívida antiga denominada em dólares em prazo curto por uma de um prazo mais longo denominada em dólares, aliviando o fluxo de caixa e o descompasso do balanço da Petrobras (dívida dolarizada versus receitas em reais).

Lembrando que o BB já é o maior credor da Petro, que por sua vez é a companhia mais endividada do mundo.

Bom para todos?

É bom para Petrobras, mas é bom para o BB?

Se o BB vai salvar a Petro, quem vai salvar o BB?

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