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Raio-X: Coinbase Global diversifica portfólio

Publicado 24.01.2022, 15:54
Atualizado 09.07.2023, 07:32

Nome: Coinbase Global (NASDAQ:COIN)

Ticker: COIN

Fundada em: 2012, por Brian Armstrong e Fred Ehrsam

Preço: US$191,97

Valor de mercado: US$41,31 bilhões

Com o crescimento e a valorização exponencial das criptomoedas, uma nova “corrida do ouro” foi iniciada: milhões de investidores no mundo todo tentam identificar qual será a próxima moeda a estourar e criar novos milionários da noite para o dia. Nesse frenesi desenfreado da busca pelo próximo criptoativo do momento, muitos investidores cometem um erro fundamental: quando uma corrida do ouro começa, você não quer ser o felizardo a encontrar uma pepita. Você quer ser vendedor de pás.

Foi isso que o ex-engenheiro de software do Airbnb (NASDAQ:ABNB) (SA:AIRB34), Brian Armstrong e Fred Ehrsam, trader do Goldman Sachs (NYSE:GS) (SA:GSGI34), perceberam em 2012. Combinando suas experiências, Armstrong e Ehrsam acreditaram que o mercado de criptoativos era extremamente promissor, mas para que ele pudesse crescer, seria necessário que comprar e vender criptomoedas pudesse ser fácil, descomplicado e seguro. Disso nasceu a Coinbase.

Descomplicando

Muitos investidores gostam de se martirizar imaginando os retornos que poderiam ter obtido caso tivessem comprado bitcoin dez anos atrás. Além do fato de que boa parte desses investidores muito provavelmente teria vendido suas criptomoedas assim que obtivessem 100% de lucro (ou até menos), eles também ignoram outra questão: dez anos atrás, negociar criptomoedas não era simples e nem um pouco seguro.

A maior parte das corretoras que existiam à época operavam às margens de qualquer regulação financeira e operando em jurisdições pouco tradicionais. Não eram raros os casos em que investidores ou até mesmo corretoras inteiras eram hackeadas, com um dos casos mais emblemáticos sendo o hack da Mt. Gox em 2014, quando mais de 850 mil bitcoins foram perdidos, o que a valores presentes equivale a mais de US$30 bi.

Além disso, para comprar e vender criptomoedas nesse tipo de corretora, era necessário ter conhecimento sobre como operar em mercados de renda variável, pois apesar de chamarmos essas instituições de corretoras, elas mais se assemelham a bolsas de valores, com livros de ordens internos e independentes uns dos outros. De certa forma, as corretoras de criptomoedas têm mais em comum com a Nasdaq e a CME do que com a Robinhood Markets Inc (NASDAQ:HOOD) e a Charles Schwab Corp (NYSE:SCHW) (SA:SCHW34).

Sediada nos Estados Unidos, a Coinbase surge com o propósito de facilitar a compra e a venda de criptomoedas até mesmo para investidores iniciantes (o que ela faz com interfaces simplificadas para o usuário) e de operar o mais próximo possível de acordo com as regulações da SEC, mesmo que estejamos tratando de uma área cinzenta como ainda é a das criptomoedas.

Cripto o quê?

Proof of work, staking, ASICs, SHA-256: esses são apenas alguns dos termos importantes para compreender o mercado de criptomoedas, o que faz com que o investimento nesse tipo de ativo possa ser extremamente intimidador até mesmo para investidores mais experientes. A ideia das criptomoedas de suplantar o sistema financeiro tradicional sem dúvidas é atraente, mas a ideia de “ser seu próprio banco”, em que você é o único responsável pela custódia e segurança do seu dinheiro é completamente assustadora para muita gente.

Sabendo disso, em 2018 a Coinbase lançou o serviço Coinbase Custody, que oferece custódia 100% segurada de mais de 150 criptoativos diferentes. Dessa forma, mesmo que haja a perda dos fundos dos clientes do serviço (o que até hoje não ocorreu), os valores em dólares seriam ressarcidos. Serviços como esses seriam alguns dos responsáveis por transformar a Coinbase na maior corretora de criptomoedas dos Estados Unidos.

A base do sucesso

Atualmente a companhia conta com mais de 73 milhões de usuários registrados em mais de 100 países diferentes, que movimentam mais de US$300 bi por trimestre, além de deixarem mais de US$255 bilhões em custódia. E se cripto é um mercado exponencial, isso também se aplica à Coinbase: se em 2019 a receita da companhia foi de US$522 milhões, em 2020 a empresa faturou US$1,27 bi e para o ano fiscal de 2021 a expectativa é que a receita atinja os US$7,3 bi.

Tradicionalmente vista como uma corretora de varejo, o segmento institucional vem ganhando cada vez mais importância para a companhia, já superando o volume do varejo: no terceiro trimestre de 2021, dos US$327 bi transacionados na corretora, US$234 bi foram negociados por clientes institucionais. No entanto, o varejo ainda é a principal fonte de receita da companhia: no terceiro trimestre de 2021 a receita líquida obtida através de clientes institucionais foi de apenas US$67 milhões, enquanto que a receita obtida no varejo ultrapassou os US$1 bi. Ou seja, apesar do crescimento do segmento, a empresa ainda sofre para rentabilizar os clientes institucionais.

Além do serviço de custódia, a Coinbase também vem diversificando o seu portfólio através da Coinbase Ventures, braço de venture capital da companhia, que investe em projetos de finanças descentralizadas, web 3.0, metaverso e NFTs, que em breve terão uma plataforma própria para negociação, a Coinbase NFTs. Mesmo assim, a receita da companhia ainda é extremamente concentrada nas taxas de corretagem. Dos US$1,2 bi de receita líquida que a Coinbase teve no terceiro trimestre de 2021, apenas US$145 mi vieram de outros serviços que não a negociação de criptoativos.

Problemas com o xerife

Apesar de trabalhar para atuar sempre em conformidade com os reguladores americanos, por operar em uma área cinzenta que é a de criptoativos, nem sempre as coisas saem conforme planejado. Em 2021 a Coinbase esperava realizar o lançamento do seu serviço de crédito chamado Coinbase Lending, no qual usuários poderiam disponibilizar suas criptomoedas para aluguel e receber uma determinada taxa de juros como remuneração. Porém a SEC, órgão regulador do mercado de capitais americano, ameaçou impôr sanções à companhia, que por fim decidiu não realizar o lançamento do produto.

Acontecimentos como este mostram como o regulador pode ser um entrave para o crescimento da empresa, mas ele definitivamente não é o único problema potencial. A receita da companhia é extremamente impactada pela volatilidade dos criptoativos e, em momentos de menor volatilidade, tanto investidores de varejo quanto institucionais podem realizar volumes menores de negociações.

Se a receita da Coinbase vem crescendo exponencialmente, o crescimento de outro número da companhia preocupa alguns investidores: o número de seus funcionários. No terceiro trimestre de 2020 a empresa tinha cerca de 1.200 pessoas no seu quadro de colaboradores. Um ano depois, o número mais do que dobrou, somando mais de 2.700 pessoas trabalhando para a companhia. A expansão do quadro de funcionários é fundamental para o crescimento de uma companhia, no entanto alguns críticos apontam que isso impacta diretamente a despesa operacional da empresa e prefeririam que ela optasse por um crescimento “mais enxuto”, como o da sua principal concorrente, a FTX, segunda maior corretora de criptomoedas dos EUA, que tem menos de 200 funcionários em sua equipe.

Por fim, as barreiras de entrada no mercado em que a empresa atua são muito pequenas e sua liderança definitivamente não pode ser presumida como fato inquestionável. Basta lembrar que a Binance surgiu em 2017 e menos de um ano depois já era a maior corretora de criptomoedas do planeta. Riscos de ser superado por um novo entrante no mercado muito provavelmente são o que explica o relativo desconto da Coinbase em relação a outras bolsas como Nasdaq, CME e CBOE. Enquanto as bolsas tradicionais negociam a cerca de 20x EV/EBITDA, a corretora de criptomoedas negocia a cerca de 12x. Resta saber se isso indica uma oportunidade de entrada ou uma “value trap”, em que uma ação parece barata, apenas para se tornar ainda mais barata com a companhia indo ladeira abaixo.

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