Por algumas semanas, parecia que o ciclo havia virado. Mas a pressão vendedora praticamente se dissipou, à medida que o sentimento dos investidores se recuperou e os mercados voltaram a subir sob uma ótica de alocação global de ativos. Uma análise de ETFs representativos sugere que o apetite por risco retornou à estratégia de longo prazo, com base nos preços de fechamento da última sexta-feira (27 de junho).
Ainda há espaço para discutir se o sinal de aversão ao risco chegou, de fato, a prevalecer em carteiras globalmente diversificadas. Como destacado recentemente na publicação The ETF Portfolio Strategist, um indicador de tendência de longo prazo baseado em uma cesta de ETFs de alocação global nunca abandonou sua posição pró-risco durante a recente turbulência, permanecendo em postura construtiva ao longo de todo o período. Em contrapartida, os indicadores de curto e médio prazos sinalizaram aversão ao risco logo nas primeiras semanas de correção. A lição aqui é clara: investidores com horizonte suficientemente longo, e capacidade de filtrar a volatilidade de curto prazo, foram recompensados por não se deixarem levar pelos ruídos do momento.
Segundo a razão entre o ETF de alocação agressiva (AOA) e sua contraparte conservadora (AOK), a exposição global voltou a demonstrar um claro viés de risco.
Ao se observar as classes de ativos individualmente, no entanto, o cenário é mais heterogêneo. Apesar do S&P 500 ter encerrado a última sexta-feira em nova máxima histórica, o índice de apetite por risco medido pela relação entre o ETF SPY (S&P 500) e seu equivalente de baixa volatilidade (USMV) ainda não recuperou integralmente o terreno perdido desde a correção de abril.
O mesmo se observa na comparação entre ações americanas de ampla cobertura (VTI) e ações de mercados desenvolvidos no exterior (VEA), com os papéis dos EUA seguindo mais fracos.
Essa tendência também se repete na relação entre o VTI e os mercados emergentes (VWO), sinalizando perda de força relativa das ações americanas.
Entre os destaques negativos persistentes do ano está o desempenho inferior das small caps dos EUA (IJR) em comparação com as grandes empresas representadas pelo SPY.
Outro ponto de atenção é o comportamento do indicador que compara ações (SPY) e renda fixa (BND). A média móvel de 50 dias desse indicador apresentou recuperação, mas ainda não superou a média de 200 dias, um sinal de que a cautela continua presente no mercado.
A principal conclusão dos gráficos é que, embora o cenário global de alocação aponte novamente para uma retomada do risco, os ativos americanos ainda apresentam sinais divergentes. Entre os fatores que explicam essa dinâmica estão a incerteza sobre os próximos passos da política monetária do Federal Reserve, as tarifas comerciais e os impactos inflacionários do projeto de lei de gastos atualmente em discussão no Senado. O sentimento nos EUA começa a minimizar esses riscos, mas ainda não indica uma migração definitiva para o risco. Será que esta será a semana em que os investidores voltarão ao campo otimista sem ressalvas?
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