Estimativas apontando safra abundante no Brasil, recentes chuvas na Argentina e comemorações do ano novo chinês (que afastaram os asiáticos das negociações) pressionaram com certa intensidade as cotações da soja na semana passada. Diante disso, em algumas regiões, os valores de negociação são os menores desde dezembro de 2021. De acordo com pesquisadores do Cepea, a queda nos preços do grão se deve também à desvalorização do dólar e à fraca demanda de indústrias brasileiras, que aguardam a evolução da colheita para realizar novas aquisições, à espera de valores mais atrativos. Esses compradores estão atentos ao baixo volume comercializado da safra 2022/23.
MILHO: AVANÇO DA COLHEITA PRESSIONA VALOR INTERNO
Com a colheita da safra verão avançando nas principais regiões do Brasil e a semeadura da segunda temporada começando, a expectativa de agentes do setor é de aumento na oferta de milho no spot nacional. Segundo pesquisadores do Cepea, esse cenário mantém compradores afastados do spot e os preços do cereal em queda. Já nos portos, o ritmo de negócios envolvendo milho para exportação diminuiu na semana passada, mas os embarques brasileiros seguem elevados, refletindo os fechamentos realizados em períodos anteriores. Dados da Secex mostram que, até a terceira semana de janeiro (15 dias úteis), o Brasil escoou 4,22 milhões de toneladas de milho, praticamente o dobro do volume embarcado em janeiro/22, de 2,73 milhões de toneladas.
MANDIOCA: VOLUME OFERTADO É DISTINTO DENTRE AS REGIÕES
Apesar de a oferta de mandioca ter aumentado nos últimos dias, o volume disponibilizado está desigual dentre as regiões acompanhadas pelo Cepea. Parte dos mandiocultores tem retomado as entregas de mandioca, mas há restrição de lavouras em ponto de colheita. Além disso, outros produtores estão priorizando os tratos culturais, postergando, portanto, a comercialização. Segundo pesquisadores do Cepea, a demanda segue fortalecida, com disputa por matéria-prima entre empresas de diferentes regiões. Esse cenário mantém os preços firmes. Na semana passada (de 23 a 27 de janeiro), o valor médio a prazo da mandioca posta fecularia foi de R$ 1.203,06/tonelada, com leve alta de 0,2% frente ao do período anterior.
OVOS: PODER DE COMPRA DO AVICULTOR CAI PELO 5O MÊS SEGUIDO
Os preços dos ovos comerciais continuam em queda em janeiro frente aos de dezembro na maior parte das regiões acompanhadas pelo Cepea. Já os valores médios mensais dos principais insumos consumidos na avicultura de postura – milho e farelo de soja – estão em alta. Segundo dados do Cepea, este cenário vem reduzindo o poder de compra de produtores em janeiro – ressalta-se que esse cenário desfavorável ao avicultor é verificado pelo quinto mês consecutivo.