Os preços da soja seguem em alta no mercado brasileiro. Segundo pesquisadores do Cepea, o impulso vem principalmente da valorização do farelo. Além disso, as fortes chuvas no Rio Grande do Sul (segundo maior estado produtor da oleaginosa) vêm retardando as atividades de campo e gerando preocupações sobre a qualidade das lavouras e o volume ofertado tanto do grão quanto dos derivados. Em abril, os Indicadores ESALQ/BM&FBovespa – Paranaguá e CEPEA/ESALQ – Paraná atingiram as maiores médias do ano, em termos reais (calculado por meio do IGP-DI, de março/24), de R$ 129,79/sc e de R$ 122,66/sc de 60 kg, respectivas altas de 4% e de 4,6% frente às de março.
MILHO: INDICADOR TEM QUEDA REAL DE 13,6% EM UM ANO
Em abril, o Indicador do milho ESALQ/BM&FBovespa (referência região de Campinas – SP) caiu 5,9% em relação ao mês anterior. Na comparação anual, a queda é de 13,6%, em termos reais (calculado por meio do IGP-DI de março/24). De acordo com pesquisadores do Cepea, produtores seguem voltados ao desenvolvimento da segunda safra e à colheita da safra verão, postergando a comercialização do cereal. Do lado da demanda, pesquisadores do Cepea apontam que os estoques remanescentes de 2022/23, a colheita da safra verão em bom ritmo e as lavouras de segunda safra desenvolvendo sem grandes problemas têm levado compradores a limitarem as aquisições apenas para o curto prazo. Ainda conforme levantamentos do Cepea, a colheita da safra verão no Rio Grande do Sul foi paralisada nos últimos dias devido ao excesso de chuvas e aos alagamentos em diversas regiões do estado. No sul de Mato Grosso do Sul, Paraná e São Paulo, o baixo volume de chuvas e as altas temperaturas começam a deixar agentes apreensivos.
MANDIOCA: INDÚSTRIA DE FÉCULA DIMINUI ESMAGAMENTO EM 9%
O volume de mandioca processado pela indústria de fécula na última semana caiu 9% em relação à anterior, totalizando 61,6 mil toneladas, de acordo com estimativas do Cepea. Segundo pesquisadores deste Centro, a queda esteve atrelada, principalmente, ao menor número de dias de moagem, tendo em vista o feriado de 1º de maio (Dia do Trabalhador). Com a redução no esmagamento, a ociosidade voltou a subir, para 51% da capacidade instalada na média semanal, ainda conforme levantamento do Cepea. A oferta de matéria-prima, por sua vez, seguiu superior à demanda. Isso porque, apesar da baixa umidade nos solos e das altas temperaturas, produtores continuaram avançando com a colheita, sobretudo nos casos em que há a necessidade de liberação de áreas.
OVOS: PODER DE COMPRA CAI NO MÊS, MAS AVANÇA EM UM ANO
Levantamentos do Cepea mostram que as fortes quedas nos preços dos ovos comerciais em abril, devido à menor demanda, reduziram o poder de compra de avicultores paulistas frente aos principais insumos utilizados na atividade (milho e farelo de soja), em relação ao mês anterior. No comparativo com o mesmo período do ano passado (abril/23), porém, observa-se melhora na situação dos avicultores, visto que os insumos se desvalorizaram de forma mais intensa que os ovos, ainda conforme pesquisas do Cepea. Quanto aos impactos das fortes chuvas que atingem o Rio Grando do Sul, colaboradores consultados pelo Cepea informam que as negociações de ovos têm sido prejudicadas. Com rodovias e pontes interditadas, o transporte do produto para atender à demanda em parte das regiões gaúchas e também de fora do estado vem sendo comprometido. Além disso, produtores relatam dificuldade em adquirir insumos, como embalagens, caixas e rações.