- As tarifas de 25% anunciadas por Trump sobre veículos e autopeças impactam montadoras de forma desigual.
- Empresas como Tesla serão menos expostas e marcas europeias enfrentando maiores desafios.
- O mercado segue pressionado pelas incertezas sobre a política tarifária, com sinais técnicos mistos e risco crescente de correção.
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Apesar do que muitos possam imaginar, o impacto das novas tarifas de 25% sobre a importação de veículos não beneficia automaticamente todas as montadoras americanas em detrimento das estrangeiras.
De acordo com dados do Bank of America (NYSE:BAC), cerca de 80% dos veículos vendidos pela Ford (NYSE:F) nos Estados Unidos são produzidos domesticamente. No entanto, General Motors (NYSE:GM) e Stellantis (NYSE:STLA) — responsável pelas marcas Jeep e Chrysler — produzem apenas cerca de 50% de seus veículos nos EUA. Entre as grandes montadoras, a Tesla (NASDAQ:TSLA) é, provavelmente, a menos afetada, já que praticamente toda sua produção voltada ao mercado americano ocorre em fábricas no Texas e na Califórnia. Por outro lado, marcas como Porsche (ETR:P911_p), Volvo (OTC:VLVLY) e Audi enfrentam um cenário mais desafiador, pois não possuem produção local nos Estados Unidos.
As tarifas sobre veículos fazem parte da primeira etapa de um plano em duas fases para estimular a produção automotiva dentro dos EUA. A segunda etapa, com início marcado para 3 de maio, inclui tarifas sobre autopeças — e tende a ter impacto ainda maior em algumas montadoras. Isso porque, embora uma parcela relevante dos veículos seja montada nos EUA, muitos componentes ainda são importados. A Tesla, por exemplo, mesmo produzindo quase 100% de seus veículos no país, utiliza apenas entre 60% e 65% de peças de fornecedores americanos. As tarifas incidirão sobre itens como motores, transmissões, eletrônicos e outros componentes, salvo quando cumprirem critérios estabelecidos no Acordo EUA-México-Canadá (USMCA).
Atualização de mercado
Na sessão de ontem, voltaram à tona os efeitos negativos das tarifas automotivas sobre os mercados, reforçando o recente fracasso da recuperação observada próximo à média móvel de 200 dias (MMD 200). Embora o sinal técnico de enfraquecimento seja relevante, ainda é cedo para confirmar uma nova fase corretiva mais prolongada. Por ora, o mercado segue com sinal positivo de compra, sustentado por fluxos financeiros ainda favoráveis. No entanto, um agravamento das condições pode inverter esse quadro. O canal de alta iniciado nas mínimas recentes permanece intacto, mas sinais de reversão nos fluxos de capital e rompimento desse canal seriam indicativos de maior aversão ao risco.
Apesar do viés de cautela, o mercado segue em condição técnica de sobrevenda, o que reduz a probabilidade de uma queda acentuada como a observada em fevereiro. Estamos atentos para adotar proteções na carteira e reduzir exposição, mas aguardamos confirmação de que a fraqueza atual representa uma correção mais ampla e não apenas uma reação pontual às manchetes sobre tarifas e rebalanceamentos de fim de trimestre.
Mantemos postura cautelosa, mas preocupada.
PIB ajustado pelo ouro: divergência entre modelos
Um artigo recente, discutimos a diferença entre o modelo GDPNow do Fed de Atlanta e os modelos Nowcast de outras regionais do Fed, que projetam crescimento em torno de 2%. O GDPNow passou a indicar crescimento próximo de zero no primeiro trimestre, refletindo, em grande parte, o impacto negativo do déficit comercial. Parte disso se deve a antecipações de importações feitas para escapar das tarifas — especialmente após os anúncios de taxação sobre aço, alumínio (a partir de 12 de março) e agora veículos. Além disso, a forte entrada de ouro no país influenciou o resultado. Mais de 600 toneladas de ouro, em sua maioria provenientes da Suíça, Canadá, Londres e Cingapura, ingressaram nos EUA desde o fim de 2024.
Esse movimento de importação antecipada ocorre porque o ouro, embora ainda não tarifado, passou a ser visto como um possível próximo alvo, dada a retórica mais agressiva do governo. Importadores têm buscado se antecipar para evitar custos futuros caso novas tarifas sejam implementadas.
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