Lula diz que espera encontrar com Trump e que enviou carta convidando para COP30
O ouro vive um momento de respiro estratégico. Depois de uma alta de mais de 60% desde meados de 2024, impulsionada por inflação persistente, incertezas geopolíticas e compras recordes de bancos centrais, o metal encontrou um ponto de equilíbrio próximo das máximas históricas. A faixa entre US$ 3.262 e US$ 3.455 virou um verdadeiro “campo de batalha” técnico, onde forças compradoras e vendedoras se alternam sem que haja, até agora, um rompimento definitivo.
No gráfico diário, essa consolidação se arrasta há meses e sugere que o mercado está acumulando energia para o próximo grande movimento. Historicamente, períodos prolongados de congestão em patamares elevados tendem a anteceder rompimentos expressivos, seja para confirmar a tendência de alta ou para uma correção mais ampla.
Fundamentos que mantêm o viés positivo
O cenário macroeconômico continua favorável ao ouro. O CPI de julho, divulgado nos EUA, avançou 0,2% no mês e 2,7% no acumulado anual, levemente abaixo das expectativas do mercado. Esses números reforçam as apostas de que o Federal Reserve promoverá cortes de 25 pontos-base já em setembro e novamente em dezembro.
Taxas mais baixas reduzem o custo de oportunidade de manter ouro na carteira, fortalecendo a demanda por um ativo que, embora não gere rendimento, preserva valor e protege contra a perda do poder de compra.
A fraqueza recente do dólar após os dados de inflação adicionou outro vetor de alta: com a moeda americana mais barata, o ouro se torna mais acessível para compradores internacionais, ampliando a procura no mercado físico.
Paralelamente, bancos centrais seguem adquirindo ouro em volumes históricos. Hoje, o metal já supera o euro como segundo maior ativo de reserva global, ficando atrás apenas do dólar. O detalhe mais relevante é que essa demanda institucional persiste mesmo com preços próximos de máximas históricas, sinalizando uma visão estratégica de longo prazo.
Técnico aponta para possível disparada
Fonte: APP da XTB.
Do ponto de vista técnico, o ouro mantém suporte primário em US$ 3.262 e secundário em US$ 3.211. A resistência crítica está em US$ 3.455. Um rompimento consistente desse patamar poderia abrir caminho para US$ 3.588, alvo projetado pelas extensões de Fibonacci, e possivelmente até níveis mais ambiciosos caso novos catalisadores positivos surjam.
A média móvel exponencial de 50 dias, posicionada atualmente na casa de US$ 3.348, funciona como um suporte dinâmico. Enquanto o preço se mantiver acima dela, o controle tende a permanecer com os compradores.
O que pode mudar o jogo
O principal fator de risco de curto prazo é a comunicação do Federal Reserve. Um tom mais restritivo do presidente Jerome Powell ou indicadores econômicos mais fortes que o esperado poderiam reduzir a probabilidade de cortes e fortalecer o dólar, empurrando o ouro para a região de US$ 3.200.
O ETF VanEck Gold Miners (NYSE:GDX) dispara para máximas de vários anos enquanto o Invesco Physical Gold (LON:SGLD) consolida próximo ao topo histórico, refletindo a força do ouro tanto no setor de mineração quanto no mercado físico. Fonte: APP da XTB.
No entanto, mesmo em cenários de correção, a conjunção de demanda institucional forte, ambiente monetário mais brando e riscos geopolíticos latentes mantém o viés estrutural de alta. Muitos investidores enxergam esses recuos como oportunidades de reposicionamento, especialmente se acreditarem que o rompimento de US$ 3.455 é apenas uma questão de tempo.
O ouro está “parado” apenas na superfície. Por trás da consolidação, os fundamentos e a leitura técnica indicam que o mercado está se preparando para o próximo grande movimento. Quem esperar demais pode ver o rompimento acontecer de forma rápida, sem tempo de entrada confortável, e a história mostra que, em ouro, movimentos pós-rompimento tendem a ser vigorosos.