A tensão geopolítica voltou com força total aos mercados neste fim de semana. Os Estados Unidos lançaram ataques aéreos contra três principais instalações nucleares do Irã na noite de sábado (21) para domingo (22), marcando um novo capítulo no já conturbado conflito no Oriente Médio.
Como resposta imediata, o petróleo Brent acumula alta de 11% desde o dia 13, quando Israel avançou em sua ofensiva. A expectativa é de que os preços continuem subindo nesta segunda-feira (23), impulsionados por temores sobre o abastecimento global – considerando que a região concentra cerca de um terço da produção mundial de petróleo.
O movimento já afeta diferentes frentes do mercado:
- Opções em petróleo indicam forte pressão compradora;
- Preços do frete marítimo e do diesel sobem;
- A curva futura do petróleo está sendo redesenhada com prêmios de risco mais acentuados.
Além disso, o dólar se fortalece nos mercados asiáticos, já que investidores globais buscam segurança em ativos de refúgio. A valorização da moeda americana pressiona países emergentes como o Brasil, com impacto direto sobre:
- Custo das importações de combustíveis e insumos dolarizados;
- Inflação doméstica, já sensível a choques externos;
- Fluxo cambial e juros, dado o potencial aumento na aversão ao risco.
No cenário interno, o Banco Central e o governo brasileiro monitoram os desdobramentos para definir ajustes na política monetária e nas projeções de crescimento. O momento exige cautela redobrada dos investidores e atenção a possíveis reações coordenadas entre grandes potências.