Lula assina nesta segunda-feira decreto que regulamenta Lei da Reciprocidade, diz Rui Costa
- A guinada política de Elon Musk pode estar testando a paciência dos investidores.
- Com entregas aquém do esperado e sucessivas revisões negativas nos lucros, a pressão sobre a Tesla aumenta.
- Se o suporte em US$ 300 for rompido, o próximo alvo pode ser US$ 220 — independentemente dos robotáxis ou de novos partidos.
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Elon Musk aprofundou sua atuação política ao lado de Donald Trump durante a última campanha presidencial. A relação entre ambos parecia bem alinhada mesmo após a posse do novo presidente, com Musk assumindo um papel no chamado Departamento de Eficiência Governamental. Apesar disso, surgem sinais de ruptura, especialmente diante da possível criação de um novo partido político liderado pelo próprio Musk. As ações da Tesla (NASDAQ:TSLA) reagiram com queda de 7%, refletindo a preocupação dos investidores com a escalada do CEO para o campo político.
Além do ruído institucional, questões fundamentais também têm pressionado os papéis da companhia, em especial os resultados de vendas, que seguem atrás da principal concorrente chinesa, BYD (SZ:002594). A continuidade do movimento de baixa dependerá da divulgação dos resultados trimestrais, marcada para o dia 23 de julho.
Musk na política: risco de conflito com o mercado?
A suposta legenda a ser criada por Musk se chamaria “America Party”, iniciativa motivada, segundo o empresário, pela insatisfação com a nova política tributária de Trump, vista por ele como nociva às contas públicas e infladora da dívida nacional. Caso o plano se concretize, o risco de conflito entre interesses corporativos e políticos se intensificaria, como já sugerem os recentes movimentos de mercado.
Mesmo sem esse fator, os executivos da Tesla têm motivos para atenção. A montadora entregou 384.122 veículos no último trimestre, número que representa uma queda de 13,5% na comparação anual (o consenso de mercado apontava para 500.000 unidades). Apesar de estar levemente acima do registrado no primeiro trimestre, o volume ainda fica bem atrás da BYD, que entregou 607.000 veículos no mesmo período, superando a Tesla pelo terceiro trimestre consecutivo.
Projetos de longo prazo ainda não sustentam valuation
Do ponto de vista estratégico, os principais vetores de crescimento da Tesla seguem associados a projetos de longo prazo, como armazenamento de energia, direção autônoma e os futuros robotáxis. Embora esses pilares possam garantir uma vantagem tecnológica no futuro, são pouco relevantes para a sustentação do preço das ações no curto prazo.
Sob uma perspectiva fundamentalista, os sinais permanecem negativos. A estimativa de preço justo calculada pela InvestingPro indica deságio de 8,8%, e o índice de saúde financeira da empresa marca apenas 2 pontos, em uma escala que vai até 5.
Revisões de lucro reforçam pessimismo com os resultados
Outro dado que reforça a cautela: 22 analistas revisaram para baixo suas projeções de lucro antes do resultado, sem que nenhuma revisão positiva tenha sido registrada, o que ajuda a ilustrar o sentimento majoritário do mercado.
Fonte: InvestingPro
Pressão técnica abaixo dos US$ 300 por ação
Do ponto de vista técnico, os papéis da Tesla entraram em uma fase de consolidação, com cotações oscilando na faixa dos US$ 300. O suporte imediato se posiciona logo abaixo desse nível.
Caso a pressão vendedora ganhe força e rompa essa faixa, o próximo objetivo técnico seria US$ 220 por ação. Por outro lado, o principal obstáculo altista está em torno dos US$ 360, zona que atua como resistência de médio prazo e barreira importante à retomada de tendência.
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