As ações da Tesla (NASDAQ:TSLA) subiram quase 10% na segunda-feira, 23, após o lançamento bem-sucedido do serviço de robotáxis autônomos em Austin, Texas, no domingo. O CEO Elon Musk anunciou que o serviço iniciou as operações com uma tarifa fixa de US$ 4,20, marcando um avanço relevante nas ambições da companhia no segmento de direção autônoma.
O lançamento coloca a Tesla em concorrência direta com a Waymo, subsidiária da Alphabet (NASDAQ:GOOG), que já opera serviços semelhantes em diversas cidades dos EUA.
Tesla estreia robotáxis em Austin, com acesso restrito a usuários convidados
A empresa iniciou o serviço com uma frota entre 10 e 20 unidades do Model Y circulando em uma área geográfica delimitada da cidade, equipada com teleoperadores de segurança e funcionários da Tesla aptos a intervir, se necessário. A operação foi limitada a usuários convidados, com diversos relatos positivos nas redes sociais, incluindo um usuário que afirmou ter feito 11 viagens sem incidentes.
Os veículos exibem a identificação "Robotaxi" e contam com integração à conta Tesla para acesso a serviços de streaming como Netflix (NASDAQ:NFLX), Spotify (NYSE:SPOT) e Disney+ (NYSE:DIS).
O serviço representa um marco estratégico para a Tesla em sua trajetória no mercado de veículos autônomos. O analista Dan Ives, da Wedbush, descreveu a experiência como "confortável, segura e personalizada", após realizar dois trajetos de teste com 15 minutos cada.
Ives destacou especialmente a capacidade do veículo de "navegar com precisão e cautela" em situações desafiadoras, como ruas estreitas com tráfego em sentido contrário e obstáculos. O analista reiterou recomendação de desempenho acima da média, com preço-alvo de US$ 500, classificando o lançamento como "estruturante" para o futuro da Tesla nesse segmento.
Desafios para escalar operação permanecem
Apesar do entusiasmo, os obstáculos para escalar o serviço são relevantes. Concorrer com a Waymo, líder do setor, exigiria milhares de veículos operando sem supervisão humana e uma estrutura logística para limpeza e manutenção da frota. O analista Dan Levy, do Barclays (LON:BARC), alertou para o risco de otimismo excessivo, reforçando que o processo de expansão será longo e complexo. Ele mantém recomendação neutra, com preço-alvo de US$ 275.
Ações da Tesla acumulam alta superior a 10%
Na última cotação disponível, os papéis da Tesla eram negociados a US$ 357,43, alta de US$ 35,27 ou 10,95% no pregão de segunda-feira, superando amplamente o desempenho dos principais índices. A ação abriu o dia a US$ 327,52, alcançando máxima intradiária de US$ 357,47, com volume de 93,4 milhões de ações negociadas, abaixo da média de 125,9 milhões. No acumulado do ano, o papel ainda recua 11,49%, mas em 12 meses registra valorização de 95,31%.
A capitalização de mercado da Tesla chegou a US$ 1,151 trilhão. As métricas de avaliação mostram um P/L histórico de 205,42 e um P/L projetado de 166,67. A empresa acumula receita de US$ 95,72 bilhões nos últimos 12 meses, com margem líquida de 6,38% e lucro diluído por ação de US$ 1,74. O balanço segue robusto, com US$ 37 bilhões em caixa e baixa alavancagem, refletida em um índice dívida/patrimônio de 17,41%.
Perspectivas dividem Wall Street
Analistas seguem divididos quanto ao futuro da companhia. As projeções variam de um piso de US$ 115 a um teto de US$ 500, com média de US$ 301,97. O lançamento do robotáxi reforçou a confiança dos otimistas, enquanto os céticos seguem questionando a capacidade da empresa de escalar suas operações autônomas de forma segura e rentável, especialmente frente à concorrência consolidada da Waymo, que já ultrapassou a marca de 10 milhões de viagens.
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