Ação sobe 96% em agosto, mas está fora de escolhas de IA deste mês; Veja quem está
Quando dois dos meus autores preferidos não saem da minha cabeça, sinto que preciso externar algum aprendizado dos vários que aprendi, com alguém. Sendo assim, aí vai uma leve reflexão!
Sigmund Freud, notório por suas investigações sobre o inconsciente humano, rejeitava qualquer explicação transcendental para a condição humana.
Em sua visão ateísta, as crenças religiosas não passavam de construções psíquicas destinadas a aliviar o medo e a incerteza diante da vida e da morte.
Para Freud, a realidade deveria ser enfrentada sem ilusões, por mais desconfortável que fosse (na filosofia, chamamos isso de contigência). Particularmente, por isso Freud me fascina tanto!
Essa abordagem crua e racional também pode ser aplicada ao mercado financeiro, um ambiente onde ilusões, vieses e crenças infundadas, muitas vezes são confundidos com estratégia e competência.
Assim como Freud desconstruiu os mecanismos de defesa da mente, o investidor moderno precisa desconstruir seus próprios mecanismos de autoengano — especialmente a tendência de atribuir sucessos financeiros exclusivamente ao mérito pessoal, ignorando o papel do acaso.
Ou seja, trata - se apenas de vaidade humana, pois em grandes acertos financeiros, queremos acreditar em mérito próprio, unicamente. Afinal, como que eu ganhei muito dinheiro numa operação e contei com a sorte?
É justamente nesse ponto que me vem o livro, Iludidos pelo Acaso, de Nassim Nicholas Taleb. Nele, Taleb argumenta que o ser humano tem uma enorme dificuldade de reconhecer o impacto da sorte em sua trajetória.
No mercado financeiro, essa miopia pode ser desastrosa: muitos investidores bem-sucedidos confundem sorte com habilidade, acreditando que suas decisões foram racionais e superiores, quando na verdade foram apenas beneficiados por variáveis fora de seu controle. Como mencionei anteriormente!
O ateísmo freudiano, ao desmascarar ilusões reconfortantes, encontra eco no ceticismo de Taleb: ambos propõem uma visão menos romântica e mais honesta da realidade.
Assim como Freud desaconselhava a crença em deuses que organizam o caos da existência, Taleb nos alerta contra a tentação de enxergar ordem e lógica onde há, muitas vezes, apenas aleatoriedade e incerteza.
Nesse sentido, o investidor que reconhece o acaso como componente essencial do jogo financeiro está mais próximo da verdade — e mais preparado para lidar com suas perdas e ganhos — do que aquele que, iludido por narrativas de controle e previsibilidade, insiste em ver mérito onde houve apenas sorte.
Portanto, com um mercado tão incerto e exposto a mutações imprevisíveis, achei importante tal reflexão, pois percebam como o ceticismo pode ser bom. Não (querer) controlar ou prever as variáveis às expectativas, pode tirar um peso de suas decisões que resultem ganhos (principalmente).
Assim você as racionaliza, logo, aumenta os resultados (não se emociona), pode acreditar!
Bons trades a todos!