Publicado originalmente em inglês em 20/07/2021
- Os resultados serão divulgados na quarta-feira, 21 de julho, antes da abertura do mercado;
- Expectativa de receita: US$9,3 bilhões.
- Lucro por ação: US$0,56
Quando a Coca-Cola (NYSE:KO) (SA:COCA34)divulgar seu último balanço trimestral amanhã, antes da abertura, a expectativa é que suas vendas tenham se recuperado para o nível pré-pandemia com a reabertura econômica nos países com vacinação mais avançada.
A estimativa de consenso dos analistas é que seu lucro por ação seja de US$0,56 para o período encerrado em 30 de junho, uma alta em relação ao LPA de US$0,42 de um ano atrás. A previsão é que as vendas disparem para US$9,3 bilhões, uma alta de 29% em relação ao mesmo período do ano passado, quando o mundo estava enfrentando a primeira onda da Covid-19, que forçou o fechamento de cinemas e restaurantes.
Em abril a Coca reafirmou sua perspectiva de crescimento percentual de vendas orgânicas em um dígito em 2021 e expansão do lucro por ação comparável de até dois dígitos. Essas estimativas, no entanto, pode ser otimistas demais para a gigante do setor de bebidas, em meio à disparada de casos de coronavírus em algumas partes do planeta, inclusive em países com altas taxas de vacinação, como o Reino Unido.
Esse recrudescimento das infecções fez com que muitos investidores reavaliassem suas expectativas de crescimento econômico nos próximos meses. A Coca, por sua vez, já alertou os investidores que a recuperação das vendas será “assíncrona”. O volume de casos unitários, por exemplo, caiu 6% na América do Norte durante o primeiro trimestre, mas subiu 9% na Ásia-Pacífico. Globalmente, o volume unitário de casos era estável.
Riscos de inflação
Outro risco que as empresas de produtos embalados enfrentam é o salto dos preços de matérias-primas. Para a Coca, são os custos mais altos de plástico e alumínio. O diretor-geral financeiro John Murphy disse à Bloomberg, em abril, que a companhia estava “bem posicionada” para resistir à pressão de cursos no curto prazo, mas que o próximo ano seria desafiador.
Apesar desses desafios, alguns analistas acreditam que a Coca-Cola tem condições de superar as estimativas este ano, na medida em que o consenso subestima a recuperação em relação à pandemia.
Entre os 26 analistas pesquisados pelo Investing.com, a maioria classificava a ação como outperform (desempenho acima da média). Além disso, em nota recente, o Morgan Stanley (NYSE:MS) reiterou sua classificação de excelente desempenho para a ação e elevou seu preço-alvo de US$60 para US$64.
“No curto prazo, vemos uma boa recuperação do LPA/faturamento pós-Covid; no longo prazo, um retorno para o forte crescimento de vendas pré-Covid vs. concorrentes, melhor execução com uma reorganização e margens mais elevadas com produtividade e menores gastos com marketing”.
A fim de mitigar o impacto da queda nas vendas, a Coca disse, em dezembro, que cortaria 2.200 postos de trabalho. Além disso, a empresa se concentraria nas marcas centrais, desfazendo-se das menores, como Tab, refrigerante diet popular na década de 1970, e da água de coco Zico.
As ações da KO estão estáveis neste ano, depois de se recuperar da queda da pandemia. Elas fecharam na terça-feira a US$55,73.
Conclusão
A Coca-Cola continua sendo uma sólida ação pagadora de dividendos para investidores de longo prazo, com um rendimento de 3% e proventos trimestrais de US$ 0,42. Há 58 anos consecutivos a companhia vem aumentando sua distribuição de dividendos.
Acreditamos que a Coca é uma boa ação defensiva, principalmente diante do aumento do risco das ações de crescimento em face do recrudescimento da pandemia, que está fazendo os investidores buscarem ações de consumo seguras.