Voltando a subir
Dólar começa esta segunda-feira entre R$ 3,10 e R$ 3,14, fazendo justiça à sexta passada - quando três coisas importantes aconteceram:
1) Nos EUA, Janet Yellen fez um discurso compatível com aumento dos juros em setembro. A presidente do Fed pode até adiar a data, mas não pode rasgar o calendário.
2) No Brasil, Caged reportou a pior destruição de vagas de trabalho para um mês de abril desde o início da série histórica. Na verdade, só há dois casos de queda de emprego em abril, sendo o primeiro em 1992.
3) No Planalto, o ministro Levy saiu desmoralizado com o contingenciamento definido caprichosamente abaixo do piso levyano de R$ 70 bilhões, em R$ 69,9 bilhões.
Jogado aos seus pés
Quer ouvir algo engraçado? Tinha gente achando que câmbio estava "esticado" a R$ 3,00, ajustando-se a um "pessimismo exagerado".
Em vez de exagero, eu acho que o mercado está mesmo é comedido:
1) Você há de concordar que, a cada dia que passa, aumenta a probabilidade de contração monetária nos EUA.
2) Ao contrário do que ocorreu no primeiro trimestre, os dados de emprego em abril não podem se esconder atrás de desculpas sazonais. Temo pelos próximos Cageds.
3) Levy tentou ser rápido no início do mandato para aproveitar a defasagem da piora econômica. O benefício dessa defasagem acabou. De agora em diante, o ajuste é assim: aqui se faz, aqui se paga.
Aqui se faz, aqui se recebe
Antes do dólar subir, a R$ 1,50, éramos loucos.
Depois, quando o câmbio bateu em R$ 3,29, viramos sábios.
Por um breve momento, voltamos a enlouquecer com os R$ 2,91 no fim de abril.
E agora - ao que parece - estamos retomando nossa sapiência...
Nem louca, nem sábia, a Carteira Empiricus deve ignorar julgamentos alheios para poder lucrar com cabeça própria.
Numa briga cada vez mais interessante do carrego do dólar contra o CDI, essa estoica Carteira supera a rentabilidade de 2% no mês.
Venha junto, e que venha junho.
Muito feliz comigo mesmo
Não adianta ficar só reclamando do Governo. Isso até funciona para o fim de semana, mas durante a semana temos que trabalhar para não engordar ainda mais as estatísticas do Caged.
Tome por exemplo as educacionais. Sem FIES, elas foram atrás de modelos de crédito privado para financiar seus alunos.
O custo de 2% ao mês pode não ser tão bom quanto o 0,28% ao mês do FIES, mas pelo menos é de verdade.
Pergunte ao aluno: você prefere pagar 0,28% a.m. para parar de estudar ou 2,00% a.m. para se formar?
Melhor ganhar um salário baixo no Sport - que é líder do Brasileirão - do que não ganhar um salário altíssimo no Flamengo - que é zona de rebaixamento.
Eu sou mais (ou menos) eu
Segundo estudo da OCDE, o Brasil é o terceiro país do mundo que mais exige fornecedores com conteúdo local.
Não vou entrar no risco téorico desse tipo de exigência, pois a prática fala por si com os caríssimos e atrasadíssimos projetos do Pré Sal.
Em vez de prosperar, nosso conteúdo local declarou falência.
Para ser justo, conteúdo local pode ser péssimo, ou pode ser bom. Depende - obviamente - se o fornecedor é bom ou péssimo.
O topo da lista da OCDE é ocupado pelos EUA.
Para uma dica de conteúdo local de qualidade - e listado em Bolsa - dê uma espiada no M5M PRO de hoje.