Mercados Globais
Com a agenda econômica tendo poucos eventos, os mercados globais estão realizando um pouco do rally de 2016. A maioria das bolsas encerra o ano com altas importantes, como a de Tóquio, que depois de cair 22% nos dois primeiros meses do ano, ter um primeiro semestre de forte volatilidade, acabou subindo durante o segundo semestre e recuperando tudo o que perdeu. O índice DAX, de Frankfurt, encerra o ano com 7% de alta e o S&P500, da bolsa de Nova York, com 10% de alta e nível de preços recorde. Hoje o dólar teve queda no pregão da Ásia, batendo 116,40 yen/dólar e na Europa, também recuou frente ao euro, sendo cotado a 1.047 dólar/euro. Apesar disso, o dólar encerra o ano muito mais valorizado do que estava no final de 2015. Veja o gráfico do euro:
O ano termina com os desafios de 2015 colocados de perspectiva diferente: o quantantive easing mostrou-se poderoso, mas insuficiente para recuperar plenamente o vigor das economias avançadas. Contudo, a partir da mudança do quadro político, é possível que o ciclo de juros básicos seja interrompido. O surgimento de Donald Trump mudará completamente o cenário para os mercados da Europa e Ásia.
Nos EUA a agenda econômica também está magra e teremos um pregão de ajuste final para o encerramento do ano.
Brasil
O mercado brasileiro tem agenda econômica repleta e o cenário político tomado pelo veto presidencial ao plano de recuperação fiscal dos estados.
A FGV divulgou o IGP-M de dezembro e ele veio um pouco acima do esperado, em 0,54%, após cair 0,03% em novembro. A alta veio do atacado, que subiu 0,69% no mês, fechando 2016 com 7,17%. O atacado teve pressão no segmento de produtos industrializados, pressionados por combustíveis e lubrificantes. Apesar da alta do mês, o fechamento do IPG-M é muito menor do que já foi projetado no primeiro semestre pelos analistas, confirmando um ambiente de “surpresa inflacionária” para baixo.
Saem dados do mercado de trabalho, com o desemprego medido pela PNAD podendo ficar entre 11,60% e 12%, segundo levantamento da Broadcast, e o CAGED, que deverá mostrar mais uma destruição de vagas em novembro.
Além dos indicadores econômicos, o mercado repercutirá a decisão do presidente Michel Temer de aprovar a Renegociação dos Estados com veto ao capítulo da Recuperação Fiscal. Esse capítulo é destinado aos estados que solicitam waiver de três anos para o pagamento da dívida à União. Na votação da Câmara foram retiradas as exigências que o governo federal faria aos estados (congelamento de salários e contratações, aumento da contribuição previdenciária dos funcionários públicos, etc). Agora esse capítulo será refeito, discutido com a base do governo na Câmara e com os governadores. Colocado dessa forma, o evento é positivo para os mercados que já viam a derrota do governo como consumada à época da votação na Câmara.
No último pregão do ano, com notícias positivas e ajustes nas carteiras dos investidores, o mercado pode ter mais uma alta, a quinta seguida.
Feliz 2017!