Provavelmente, não! Powell sabe disso e, a fim de controlá-la, terá que "quebrar" o trivial. Ou seja, assim como fora feito por Paul Volcker nos anos 80, Powell prepara uma "extraordinária" (elevação inesperada, fora da data comum) a ser anunciada a qualquer momento (finais de semana são datas comuns a tais movimentos incomuns)! Particularmente, - como já mencionei anteriormente - renda variável (BOLSA) só terá sentido próximo de setembro, pois até lá, a velha máxima do "sell in may and go away" terá concluído seu efeito prático. Ademais, o mundo hoje segue um curso muito dependente de variáveis mutáveis, em velocidade nunca vista antes, vide 1. Impactos da guerra (Rússia X Ucrânia); 2. Política de COVID zero na China; 3. Efeitos de medidas mais severas pelos BCs...
Contudo, ainda há o CDI, que premiará a taxas altas por um bom período, o que coloca em 'xeque" a "agressividade" de carteiras em renda variável, pelo menos até a data mencionada! Porém, só os corajosos mudarão de patamar!
06.07.2022 9:54
Com a economia em frangalhos, não haverá virada de ciclo às incorporadoras tão cedo! Ademais, com a inflação persistente, os juros permanecerão altos por um bom tempo, o que possibilita aos [poucos] poupadores, migrarem recursos às opções atreladas ao CDI. Tal movimento, já reflete uma retirada recorde na poupança em junho (mês passado), afetando diretamente as incorporadoras que dependem de tal investimento para o subsídio de suas construções. Contudo, o cenário ainda segue incerto e sem horizonte de "virada de ciclo"!
Hoje, tem ata do Fomc! Dependendo do tom da mesma, não descarto a possibilidade de uma "extraordinária" (alta) em eventual final de semana qualquer de julho, numa tentativa de recuperar alguma credibilidade perdida pelo Powell, diante de tanta confusão (entre último aumento de 0,75% e a ata do FED que dizia ser a última neste nível) e leniência do mesmo, no combate à inflação! Ou seja, a partir das 15h de hoje, teremos pistas dos próximos movimentos. Enquanto isso, o dólar sobe no mundo e busca paridade ao euro, aumentando as incertezas globais!
O ponto é que no relatório do FED (pós-reunião), Powell sempre lembra que é "dovish". Porém, com a população americana ainda com muito caixa, desemprego baixo e inflação leniente, será impossível controlar a alta nos preços com tal postura. Isto dito, não há outra saída a não ser fugir o trivial. Desta maneira, não descarto Powell aderir a uma postura similar a do seu ídolo, Paul Volcker e fazer algum aumento surpresa (diante de alguma "extraordinária"), como fora feito por quem controlou a inflação no passado (anos 80) como ninguém. Falta coragem? Provável, pois a reação dos mercados seria bem ruim, mas mesmo assim, o correto a fazer! Além do fato de que tal postura, recuperaria alguma credibilidade, "perdida" com tanta confusão e leniência do atual chairman do FED! Com isso, acredito que daqui pra frente (até setembro), tudo pode acontecer (imprevisibilidade)!
Aos pacientes, só vejo oportunidades num futuro próximo! Quem aderiu ao "sell in may and go away", encontrará um mercado ainda mais barato em meados de agosto/setembro, já tendo precificado o arrefecimento chinês pela política de COVID zero e provável estagnação do petróleo na casa dos US$ 100,00. Outra coisa, caso tenhamos 2º turno na corrida presidencial brasileira, na "janela" entre tais turnos, a Petrobrás deve subir forte!
Contudo, ficou claro que a inflação que assola o mundo é fruto de um assistencialismo demasiado, seja para empresas, seja (mais recentemente) para pessoas. Odeio frases de efeito, mas realmente, "não há almoço grátis"!
Por fim, nem tudo é tão ruim, pois com as iminentes altas das taxas de juros pelo globo e (já altas) aqui no BR, veremos de algumas forma, o dinheiro voltar a ter mais valor do que a taxas tão baixas, que forçava aos bem informados a terem coisas para conter tal desvalorização do dinheiro. Exemplo disso são as criptos, que já corrigem distorções!
Continuo achando que o aumento será de 0.50%, mesmo o consenso apostando em 0,75%. Inflação segue alta, mas já vemos há algumas semanas, fortes quedas nos mercados americanos. Ou seja, o primeiro passo está dado, pois a intenção do FED era exatamente esta queda (que deve continuar) e, assim, ligar o alerta da população ainda com caixa, mas não por muito tempo. A recessão já está sendo "forçada" a fim de controlar a inflação. Tal atitude pode ser paradoxal, mas ainda assim, é a melhor! Powell percebeu que a consequência das recentes injeções de capitais pelos Bancos Centrais das economias desenvolvidas, somadas às manutenções baixíssimas de juros, resultaram em tal inflação! O problema será a "quebraderia" nestas economias, onde as "zombie companies" virarão pó! Aparentemente, a tentativa de criar um capitalismo, onde nunca nada cai, falhou miseravelmente!
21.05.2022 9:42
Que absurdo! Sabemos que vários fundos LONG BIAS são oferecidos pelas gestoras se pautando justamente na entrada do estrangeiro na bolsa - em período decorrido - como viés (aqui o "BIAS") de boas oportunidades no longo prazo (aqui o "LONG")! Conclusão!? Não subestimemos os gringos e jamais confiemos nos números da B3 ("Particularmente, nunca confiei.")!
Perfeito, Bruce (textos ótimos como sempre)! Na minha opinião, mesmo que a FIPE continue a pressionar (para cima) os preços dos veículos no curto prazo, pode acabar cedendo no médio e longo!
No entanto, sobre a prerrogativa da falta de abastecimento de chips, vimos os preços dos veículos novos disparando e, inercialmente, pressionando os dos seminovos. Em meados de 2021 havia quem pedisse acima do índice no seu "suado' seminovo para revenda (e vendia). Porém, hoje o cenário já é mais pressionado pela crise, o que faz os "vendedores" já pedirem abaixo da FIPE para vender, pois a inflação segue pressionando e abalando inclusive, a confiança do consumidor!
Contudo, acho que as atuais compras (caras) de veículos novos e posse, para posterior revenda de seus seminovos (pela MOVI3), são drivers que o mercado considera atualmente. Ou seja, tais fatores a mantêm estagnada na B3 que sob a ótica do investidor, a acha alavancada demais. Uma vez que, se a FIPE cair, tudo será precificado no balanço!
Isso só surpreende aos que têm fetiche com criptomoedas. Consideremos a principal delas, a Bitcoin! Até hoje, com mais de 10 anos de mercado financeiro, não consigo defini-la. Na minha opinião, ela tende a zero! Há quem a defenda como opção de hedge em tempos de crise. Porém, o mundo ainda adota o ouro, mesmo após a quebra do padrão deste em 1944 e do fim do padrão dólar-ouro em Bretton Woods (1971). Ou seja, mesmo que com rentabilidade próxima a zero, não houve outro metal que o substitua, corroborando sua função social de décadas! Já a Bitcoin, que é de 2008, nunca fez nada pela humanidade e, para piorar, já há muitas criptos com funções iguais - meramente de especulações e que desde os seus picos, só caem!
Por aqui (BR), não sabemos o que é queda em maio no IBOV desde 2018. Porém, tanto aqui quanto nos principais mercados do globo, a velha máxima do "sell in may and go away" deve se solidificar! Ou seja, quem tiver paciência em esperar até meados de agosto, provavelmente comprará ativos já muito baratos (4X EBTIDA), ainda mais descontados (commodities e bancos)! Até lá, pra quem tem tempo de operar e fazer o follow-up diário, boas oportunidades sempre surgem (a cada 10 dias pelo menos), mas com seletividade! Já no que tange o "murchar de tudo" no título desta matéria, eis que se trata de um efeito inercial, pois a redução de estímulos, somada ao aumento dos juros pelo FED, reflete nas diversas áreas da economia e, com isso, a bolha começa a perder força, (com a "ajuda" da inflação, claro)!
O BCE deverá aumentar as taxas de juros em julho para impedir que a inflação alta se consolide, pois ela está subindo a um nível recorde (7,5% só no mês passado)! O risco dele agir tarde está aumentando notavelmente, pois quanto mais as pressões inflacionárias se espalham, maior a necessidade de um aumento forte e abrupto das taxas de juros. Ou seja, todos sabemos no que vai dar! Inclusive, vi uma entrevista ontem, onde a própria diretora do BCE Isabel Schnabel, tem defendido uma rápida redução do estímulo e um aumento dos juros "já" em julho (eu digo "ainda"). Inacreditável que brinquem assim! Desconfio que não será transitória (inflação no globo), pois além de pandemia, guerra e a modinha cínica do ESG; o tempo da sangria chegou, pois não dá para manter crescimento artificial com tanto (QE) Quantitative Easing pressionando de modo conflitivo a oferta e demanda (inercialmente). Por fim, desconfio do atual preço da mão de obra chinesa, que se subir (em breve), agravará tudo aqui posto!
O bem da verdade é que com tal aquisição, Musk fica em certa medida, alavancado! Sua retórica utópica, ou cínica de que adquiriu a plataforma para dar 'liberdade de expressão" aos usuários é um alerta ao mundo real e, qualquer excesso, pode resvalar na Tesla (onde investidores do mundo real observam tais movimentos de perto)!
Sabemos que Powell sempre adotou uma postura dovish (estímulo à economia). Portanto, continuo duvidando de aumentos em 0,5%. Li recentemente que houve 16 ciclos de aperto monetário nos Estados Unidos, Reino Unido e Europa desde o final da década de 70 e,13 deles terminaram em recessão! Outrossim, sabemos que há três razões pelas quais taxas mais altas foram seguidas por recessões:
1ª. A economia é atingida por um choque que nada tem a ver com as taxas de juros. A pandemia de COVID, que interrompeu um ciclo de aperto de 36 meses do Fed, é um bom exemplo.
2ª. Os bancos centrais têm sido muito tímidos, permitindo o superaquecimento das economias e a formação de bolhas (quando elas estouram = recessão).
3ª. Os bancos centrais começam a subir as taxas tarde demais e depois precisam apertar agressivamente para acompanhar a inflação, provocando uma recessão.
Por fim, acredito que Powell está na 3ª, pois [a meu ver] a recessão é inevitável! Porém, caso dure pouco e corrija distorções, aceitável!
É uma loucura o que acontece no Mundo, atualmente! Após a aventura "trumpista", vejo que a população no globo, (não sou adepto da síndrome de vira-latas) nada aprendeu! Por aqui, elegemos Bolsonaro; na Hungria, elegeram Orbán (pela 4ª vez); e na França, flertam com a Le Pen!
De quem é a culpa? De todos! A esquerda, quando poderia aprender e brilhar aos olhos dos que não mais aguentam tais figuras "conservadoras", se faz sínica e discursa aos que a interessam!
Se Le Pen ganhar e sair da UE e OTAN (como já sinalizou), a Rússia pode virar a Europa de cabeça pra baixo, pois o único país com poder nuclear do bloco no continente, seria, inclusive, mais próximo ao Putin, pela finidade entre os dois!
A conclusão: Francis Fukuyama estava errado quando escreveu o livro Fim da História, que apontava o fim das contradições históricas, onde não haveria mais outra forma de governo que não a sociedade de mercado e o socialismo. Ledo engano, pois a China vê tudo, correndo por fora e segue como incógnita!
A pergunta que não quer calar é: "Até onde vão os preços do trigo?" Desde o início da guerra Rússia-Ucrânia, as cotações já subiram 40%. Os dois países são grandes produtores e exportadores do grão e respondem por cerca de 30% das vendas no globo.
Com a guerra, o preço do trigo subiu e pode estimular o plantio aqui no Brasil.
Há quem diga que os preços de pães, massas, derivados do trigo vão subir aqui (BR) ainda neste primeiro semestre. De acordo com os técnicos do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA), embora os preços internos no Brasil tenham subido nas últimas semanas, ainda não subiram tanto porque o mercado interno depende mais do trigo da Argentina. Quase metade do trigo consumido em solo tupiniquim vem do exterior. Ainda assim, o indicador do CEPEA com base no Estado do Paraná aponta que os preços pagos ao produtor de trigo estão defasados. Com isso, não vejo mais a commodity ZWK2 como uma opção de hedge na CME Group (Bolsa de Chicago)! Quem ganhou, ganhou!!!
06.03.2022 9:40
Para mim, mesmo que o barril do Brent esteja US$ 118,00 (6,85% acima desta publicação - um dia depois - pelo Bruce), a PETR3 (minha preferida), segue com perspectiva extremamente favorável! A demanda mundial seguirá aumentando, ao passo que a oferta, segue reprimida (guerra). Ademais, a atual defasagem na precificação aos postos, será, como diz a matéria, quase impossível de manter! Com isso, o reajuste é inevitável e, mesmo que o jogo político interfira, será mais efeito retórico que prático!
Por fim, temos o EBTIDA recentemente reportado, mostrando o quão barata está a companhia, principalmente no que tange a montagem de uma carteira de médio/longo prazo. O sinal é verde e não amarelo, como estão vinculando por aí!
No atual cenário, o melhor é aderir ao pragmatismo de mercado, uma vez que o setor de commodities estão com os múltiplos extremamente baixos! Ou seja, Petrobrás e Vale em carteira, pois suas respectivas commodities aos atuais níveis, já as deixam muito baratas, mas a situação pode se agravar [guerra] e, com isso, vão valorizar mais ainda! BDR, Techs, Metaverso e BTC continuarão como incógnitas (fujam destas)!
Contudo, vale salientar que os impactos de tais altas nas commodities, serão sentidos na economia real. Consequência disso? Inflação (menos consumo, crédito, etc)! Fujamos de ações atreladas ao consumo! Sejam pragmáticos!