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A níveis recordes, café pode subir mais? Rabobank espera bons preços para esse ano

Publicado 06.06.2024, 21:57
Atualizado 07.06.2024, 07:26
© Reuters
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Investing.com – Com preços recordes no café, os mercados da commodity devem seguir voláteis e com mais vetores de apreciação no curto prazo, mas há alguns fatores que pesam contra os preços em 2025. Essa é a opinião do Rabobank, que avalia que a alta na cotação do café robusta, que vem de déficits globais nas últimas safras, impulsiona também os preços do arábica, que preencheria parte deste espaço.

CONFIRA: Cotação das principais commodities

“Acreditamos que essa valorização está muito mais atribuída ao atual contexto do mercado de café robusta do que propriamente ao mercado de café arábica”, aponta Guilherme Morya, analista setorial de café do Rabobank, que conversou com a equipe do Investing.com Brasil.

Com a percepção de mercado de que o Vietnã, principal produtor do café robusta a nível global, vai exportar menos neste ano, as incertezas trazem maior volatilidade para os futuros da commodity – e ainda restam dúvidas se a próxima safra terá destino semelhante. Com produção mais concentrada e seca registrada na época da florada, as cotações do robusta seguem com valorizações mais expressivas.

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Veja os futuros das cotações do robusta e do arábica

Fonte: Investing.com

Fonte: Investing.com

Confira entrevista na íntegra:

Investing.com – Quais são os principais motivos da volatilidade recente para a commodity?

Guilherme Morya – Há alguns fatores hoje pesando nesse atual contexto de valorização dos preços de café, não só na Bolsa de Londres, que é o mercado do café robusta, mas também no mercado de café arábica, medido em Nova Iorque. Mas, é inevitável não comentar que acreditamos que essa valorização está muito mais atribuída ao atual contexto do mercado de café robusta do que propriamente ao mercado de café arábica.

O contexto da safra atual é de um déficit no balanço global do mercado de café robusta. Em 2021/2022, o mundo mais consumiu do que produziu o café robusta, 2022/2023 idem e, agora, também estamos passando por um déficit global. Acho que a diferença desse atual ano safra para os anos safras anteriores, quando também teve déficit, é que nesse ano safra há uma leve oferta do café arábica, que vem contribuindo um pouco para amenizar esse déficit do café robusta.

Então, a projetamos hoje no atual ano safra um superávit global de 500 mil sacas entre arábica e robusta. Mas, o café arábica está meio que “carregando” esse superávit.

ACOMPANHE: Cotações dos principais grãos

Inv.com – As cotações do robusta atingem recordes. O que move e que haveria de incerteza a respeito do mercado de café robusta?

Morya – Do lado do café robusta, existe um cenário bem apertado com relação ao balanço da oferta e a demanda. O mercado de café robusta é um pouco concentrado. O Vietnã é o maior produtor global, seguido pelo Brasil, e depois vem a Indonésia. Na última colheita, desses três grandes players, quem teve uma performance um pouco melhor foi o Brasil.

A safra do Vietnã, que geralmente produz na casa de 30 milhões de sacas, nesse último ano, na última colheita, eles não foram tão bem. Não é que foi incrivelmente mal, mas era esperado um aumento e eles colheram um pouco abaixo da média. Então, não se sabe ao certo quanto que foi essa colheita, se foi 29, 28 milhões, mas não foi um número tão baixo assim como a gente ouve em alguns lugares.

Teve a colheita agora em novembro do ano passado e foi até em fevereiro desse ano, em teoria eles estão com o café dentro dos armazéns. No entanto, há muitas notícias principalmente do Vietnã falando que eles não vão conseguir exportar o mesmo volume que eles exportaram na safra passada. Há um contexto de aperto global no mercado de café robusta, algumas notícias sobre o assunto e não sabemos dimensionar o quanto serão essas exportações. Então, tudo caminha para que seja um pouco menor.

Além disso, houve esse evento climático em abril, especialmente, que foi um período muito seco no Vietnã. Em abril, é o período da florada nas lavouras vietnamitas. E aí fica essa tensão, vamos dizer assim, em torno do que o Vietnã pode produzir na próxima colheita, que vai ser agora no final desse ano. Então, há um contexto muito incerto para o Vietnã e é por isso que as bolsas, principalmente Londres, vêm trabalhando com forte volatilidade.

A gente faz uma analogia com o mercado de cacau que também que está bem valorizado etc. E algo que eu acho que faz sentido é que, para o cacau, não há muitas alternativas de substituto. No caso do café robusta, há procura para o café arábica. Então, como o cenário já é apertado, globalmente falando, estamos falando de um superávit de 500 mil sacas no atual ano safra, então, no caso do robusta, você vai para o arábica. Dessa forma, é por isso que estamos observando que o café robusta vem apresentando altas maiores, mas vem carregando consigo as altas no café arábica também.

Inv.com – Esse tende a ser o terceiro ciclo de déficit global do café robusta? Há alguma perspectiva de normalização futura desse mercado ou é muito cedo para saber?

Morya – Exato. Hoje está muito no começo, ainda, do desenvolvimento dos grãos do Vietnã. Como ainda existe muita incerteza, onde há incerteza existe volatilidade dos preços. E isso a gente pode observar nos relatórios da Comissão de Trading da Bolsa de Nova Iorque, que apontam que a participação dos fundos não comerciais nesse mercado aumentou bastante nos últimos dois ou três meses. Dependendo do relatório, indica uma posição líquida comprada em mais de 50 mil contratos, então isso é bastante, olhando historicamente para o mercado de café. Há uma oportunidade muito grande surgindo, principalmente para os fundos não comerciais que procuram esses spreads.

Há, então, uma incerteza muito grande no Vietnã e provavelmente só teremos uma claridade desse cenário no Vietnã ao longo do segundo semestre. Primeiro, teremos que entender como será a performance das exportações vietnamitas nos próximos meses. Em agosto para setembro teremos maior claridade do que realmente aconteceu, quão impactado foi ou não a safra vietnamita por conta da seca. Então, a gente acredita que, nesses próximos meses, o mercado seguirá bem volátil por conta dessa questão no Vietnã, no mercado de café robusta.

Inv.com – Os conflitos atuais também afetam a logística de distribuição e disponibilidade da commodity? De que forma?

Morya – A cerejinha do bolo é que, além dessa parte de oferta, seguem os conflitos no Mar Vermelho. Interessante salientar que esta é a principal rota de comercialização entre a Ásia para a Europa, considerando o café de Vietnã e Indonésia, sendo a Europa o maior consumidor de café do mundo. Então esses conflitos reacendem uma volatilidade maior para o mercado. Os custos dos fretes subiram já nas últimas duas, três semanas.

Inv.com – Quais são as perspectivas do banco para as principais cotações?=: do robusta e arábica? A volatilidade continua?

Morya – Quando o café deu o primeiro pico para 2,30 acho que era algo que o mercado não estava esperando. Hoje olhando para esse mercado, a gente viu que os preços, principalmente olhando para o mercado de café arábica, eles meio que se acomodaram nesses patamares acima de 2 dólares e o mercado de café robusta até pouco tempo atrás estava beirando 3.700 dólares agora já está sendo operada 4.100. Então é um mercado muito complicado de estabelecer uma base, mas não surpreenderia a gente, principalmente por conta da participação dos fundos não comerciais, eles romperem e subirem um pouco mais inclusive. Então a gente pode ver que num horizonte de curto prazo, onde ainda existe muita incerteza, importante lembrar que os fundos não comerciais já estiveram um pouco mais participativos, não seria surpresa ver os preços de café valorizarem um pouco mais sim.

Inv.com – Algum outro fator que o investidor precise ficar atento neste momento, em sua opinião?

Morya – Existe um outro fator também que eu acho que pode começar a pesar no segundo semestre, que é a antecipação das importações de café por parte da União Europeia, com essa lei de desmatamento que eles vão implementar a partir de 2025. Até 2024, o que eles importarem de café, existem outros produtos nessa linha da lei de desmatamento, que eles chamam de UDR, eles não precisam comprovar a geolocalização.

Então, tudo que for importado em 2024 não precisa comprovar a geolocalização e tudo que for importado a partir de 2025, eles vão precisar indicar essa localização para realmente comprovar que esse produto não veio de área de desmatamento após 2020.

Imaginamos que, principalmente agora no segundo semestre, quando começa a ter um tráfego maior de navios no oceano, pode ter uma antecipação de importação de café, principalmente por parte da União Europeia, e isso pode ser um outro fator de valorização dos preços. Então, olhando no horizonte de curto prazo, principalmente em 2024, a gente mantém uma expectativa de bons preços para esse ano.

Inv.com – O que pode pesar um pouco contra esse cenário de valorização?

Morya – É o fato de que os países produtores de arábica estão performando bem. O Brasil possui uma perspectiva boa de produção. Além deles, Colômbia e Honduras, que são os dois países super relevantes no mercado de café arábica, estão exportando e mostrando índice de produção bons também para esse ano e o próximo.

O último ponto também que poderia pesar um pouco contra essa valorização é que desde janeiro os estoques certificados de café tanto em Londres como Nova York, que são as duas bolsas que referenciam o preço, vêm crescendo. Então, desde janeiro até junho, nesse momento, os estoques estão crescendo bem em linha com essa recuperação da oferta principalmente do café arábica. Avalio que há mais vetores de apreciação olhando para o curto prazo. Mas, olhando para 2025, pode ser que esses fatores comecem a pesar contra os preços.

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