Por José Roberto Gomes
SÃO PAULO (Reuters) - O Brasil deverá produzir 117,6 milhões de toneladas de soja neste ano, projetou nesta segunda-feira a Abiove, em um aumento de 0,6 por cento ante sua estimativa anterior, com a associação passando a ver exportações menores pelo país em razão da peste suína africana na China.
A revisão para cima na perspectiva de produção de soja se dá após diversas consultorias e a estatal Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) elevarem seus números, dada a regularização climática a partir de fevereiro, que ajudou a compensar parte das perdas decorrentes da estiagem na virada de ano.
Ainda assim, a produção estimada pela Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) é 4,5 por cento inferior ao recorde de 2018, calculado pela entidade em 123,1 milhões de toneladas.
Apesar de uma projeção de maior produção, a Abiove cortou sua previsão para as exportações de soja do Brasil em 2019 a 68,1 milhões de toneladas, de 70,1 milhões na previsão de março e históricos 83,6 milhões em 2018.
Conforme a associação, o corte reflete "o surto de peste suína africana na China, que afeta a produção local de carne e impacta toda a cadeia global de alimentos".
Como reflexo da maior produção e embarques mais fracos, a Abiove elevou sua estimativa de estoques finais de soja a 5,6 milhões de toneladas, de 2,9 milhões anteriormente.
Em paralelo, a entidade fez ajustes no balanço de oferta e demanda de óleo de soja, prevendo agora exportação de 700 mil toneladas, de 500 mil na previsão anterior, "em razão do aumento da demanda internacional, especialmente da China".
Para o farelo, a Abiove espera exportações de 16,2 milhões de toneladas em 2019.
As vendas totais de soja e seus derivados pelo Brasil neste ano devem gerar 30,7 bilhões de dólares em divisas, abaixo dos quase 41 bilhões de 2018, destacou a Abiove.
(Por José Roberto Gomes)