Por Marcelo Teixeira e Maytaal Angel
NOVA YORK/LONDRES (Reuters) - Os futuros do açúcar bruto na ICE fecharam em alta nesta quinta-feira, atingindo máximas de quatro meses durante as sessões, com receios intensificados de danos nas safras de cana-de-açúcar no maior produtor, o Brasil, devido às geadas.
Café arábica recuou com as geadas aparentemente poupando a principal região produtora.
AÇÚCAR
* Açúcar bruto para outubro fechou em alta de 0,05 centavo de dólar, ou 0,3%, em 17,94 centavos de dólar por libra-peso, após atingir anteriormente máxima desde o fim de fevereiro em 18,49 centavos de dólar.
* Áreas agrícolas brasileiras foram atingidas por geadas pelo terceiro dia, nesta quinta-feira. As geadas atingiram o oeste e o norte do Estado de São Paulo, que é responsável por 60% da produção de açúcar do Brasil, segundo a Rural Clima.
* Operadores afirmaram que o açúcar deve avançar com aumento de preocupações sobre geadas no Brasil.
* Empresa francesa Tereos acredita que o mercado do açúcar não precificou completamente os problemas de produção no Brasil, visualizando espaços para aumento dos preços.
* A ICE confirmou a menor entrega de julho, de 131.427 toneladas, afirmando que tudo será carregado no porto de Paranaguá, no Brasil.
* A PepsiCo planeja reduzir a quantidade de açúcar em refrigerantes e chás gelados em um quarto na União Europeia, até 2025.
* Açúcar branco para agosto fechou em alta de 3,00 dólares, ou 0,7%, em 450,70 dólares a tonelada.
CAFÉ
* Café arábica para setembro fechou em queda de 3,35 centavos de dólar, ou 2,1%, em 1,564 dólar por libra-peso, porém atingiu anteriormente a máxima desde junho, em 1,6465 dólar.
* Operadores e analistas acreditam que a maior parte do café do Brasil será poupada de danos da geada.
* "As geadas relatadas até agora nas safras de café foram irrelevantes", disse um corretor do Brasil, acrescentando que precipitações nas próximas semanas serão mais importantes. Chuvas são necessárias para estimular o florescimento para a safra de 2022.
* A colheita de café de 2021/22 do Brasil é vista em 53,7 milhões de sacas de 60 quilos cada, uma alta de 4,5% ante previsão de janeiro, afirmou a corretora StoneX.
* Café robusta para setembro recua 4 dólares, ou 0,2%, em 1.701 dólares a tonelada.
(Por Marcelo Teixeira e Maytaal Angel)