Por Adnan Abidi e Sunil Kataria e Sakshi Dayal
SHAMBHU, Índia (Reuters) - Agricultores indianos que exigem preços mais altos para suas colheitas queimaram efígies do primeiro-ministro Narendra Modi e de outros ministros nesta sexta-feira, na tentativa de expandir seu protesto contra o governo meses antes das eleições.
Milhares de agricultores iniciaram a marcha "Delhi Chalo" ("Vamos para Délhi") na semana passada, mas foram impedidos pelas forças de segurança a cerca de 200 km ao norte da capital, com canhões de água e gás lacrimogêneo sendo usados para fazê-los recuar.
Na quinta-feira, os líderes dos agricultores anunciaram uma série de "megaprogramas" em toda a Índia para pressionar suas reivindicações. O "Dia Preto" nesta sexta-feira será seguido por uma manifestação de tratores nas rodovias em 26 de fevereiro e uma reunião pública de trabalhadores rurais em Nova Délhi em 14 de março.
Bandeiras pretas foram hasteadas em tratores e carrinhos alinhados no local do protesto nesta sexta-feira. Vários manifestantes, a maioria dos quais são sikhs do Estado de Punjab, no norte do país, também amarraram panos pretos em seus turbantes em sinal de solidariedade.
Os agricultores também queimaram efígies do ministro do Interior, Amit Shah, e do ministro-chefe do Estado de Haryana, cuja polícia eles acusam de usar a força contra eles, e entoaram slogans exigindo preços mínimos para suas colheitas.
Uma eleição nacional está prevista para maio.
Os agricultores interromperam sua marcha por dois dias na quarta-feira após a morte de um manifestante, que eles afirmaram ter sido consequência da agressão policial.
Sartaj Singh, um oficial sênior da polícia do distrito de Sangrur, em Punjab, onde ocorreu o incidente, disse que o homem morreu em um local de protesto, mas que a causa de sua morte só seria conhecida após a autópsia.
O ministro-chefe de Punjab, Bhagwant Mann, anunciou na sexta-feira uma indenização de 10 milhões de rúpias (120.000 dólares) para a família do homem morto.
Os líderes dos agricultores rejeitaram a indenização e disseram que não permitirão que a autópsia seja realizada até que um caso judicial de assassinato seja registrado.