BRASÍLIA (Reuters) - A ministra da Agricultura, Kátia Abreu, disse nesta segunda-feira que os setores mais importantes para a pasta serão preservados em corte adicional de gastos do governo de 8,6 bilhões de reais, anunciado pela equipe econômica na semana passada.
"Nós não somos um ser extraterrestre que está fora da situação do país como um todo, se o país todo tem ajustes, o Ministério da Agricultura não será diferente", afirmou a ministra.
Segundo Kátia, ainda é preciso saber de que maneira a Agricultura será afetada pelo contingenciamento, que deve atingir todos os ministérios.
"Tenho certeza que o que for mais importante para a agropecuária, para o setor agropecuário e não para o Mapa (ministério), especificamente, eu tenho certeza que será preservado", completou.
Durante entrevista à imprensa, a secretária-executiva Mila Jaber afirmou que o ministério recebeu do Tesouro 923 milhões de reais a partir de janeiro, sendo que 680 milhões de reais foram aplicados em restos a pagar de 2013 e 2014, incluindo 390 milhões de reais específicos para seguro rural.
"Estamos dando prioridade aos restos a pagar, colocar as contas em dia, para que depois a gente venha a gerar novos investimentos. Esse está sendo o equilíbrio que a gestão tem buscado para que a gente possa virar o exercício não deixando um 'gap' (buraco) tão grande da forma que encontramos", disse Mila.
No primeiro semestre, o ministério cortou quase pela metade as despesas de administração direta sobre igual período do ano passado, a 77,4 milhões de reais.
Questionada sobre como reduziu tanto as despesas, a ministra Kátia classificou o recuo como uma "economia de arroz com feijão", construída sobretudo sobre a redução de despesas operacionais, como diárias e passagens.
(Por Marcela Ayres)