São Paulo, 21 - A Agroconsult revisou para baixo a previsão para a safra brasileira de soja 2023/24, que deve alcançar 152,2 milhões de toneladas, queda de 1,6 milhão de t em comparação com a projeção anterior, divulgada em 18 de janeiro, e 4,7% menor em relação à safra anterior. A avaliação da empresa tem como base dados levantados pelo Rally da Safra, que já percorreu quase 30 mil quilômetros em 33 dias de viagem, com 125 municípios visitados, concluindo 60% da etapa soja, informa em comunicado.
A produtividade média do Brasil também foi revista pela Agroconsult, para 55,5 sacas por hectare, segundo a Agroconsult. Em Mato Grosso, os técnicos do Rally avaliaram lavouras nas regiões norte, oeste, médio-norte e sudeste do Estado. As áreas plantadas entre início de setembro e meados de outubro, que correspondem a cerca de 40% do total, foram as mais prejudicadas pelas altas temperaturas e baixo volume de chuvas, principalmente aquelas destinadas ao algodão.
Já as áreas plantadas ao longo de outubro e novembro tem apresentado melhor potencial, apesar de também terem sido afetadas pelo clima. A estimativa de produtividade para o Estado foi mantida em 52,5 sacas por hectare, 17,7% abaixo da safra anterior.
Da mesma forma, em Goiás, o Rally constatou que as lavouras plantadas em setembro e início de outubro foram as mais prejudicadas e apresentam perda de potencial. Já os plantios realizados de meados de outubro em diante foram beneficiados pelo retorno das chuvas em dezembro, o que levou a uma revisão da produtividade média para 59 sacas por hectare (56 sacas por hectare na estimativa pré-Rally). Quadro semelhante ocorreu na Bahia, onde a estimativa foi revisada para 60 sacas por hectare, ante 58,5 estimados no pré-rally.
Em Mato Grosso do Sul, conforme constatação do rally, houve uma piora do cenário no sul do Estado em virtude do clima quente e seco ao longo de dezembro e janeiro que levou à revisão da produtividade para 57,5 sacas por hectare (59 sacas por hectare na projeção anterior).
De acordo com a Agroconsult, houve redução da produtividade também em Minas Gerais (de 59 para 57 sacas por hectare) e São Paulo (de 60 para 55 sacas por hectare), diante dos danos causados pelo clima em áreas que estavam em desenvolvimento. No Paraná e Rio Grande do Sul, sob impacto da seca em janeiro e início de fevereiro, as produtividades foram reduzidas para 58 sacas e 53 sacas por hectare, ante 60 sacas e 55,5 sacas, respectivamente, no pré Rally.
Para o Mapito (Maranhão, Piauí e Tocantins), as estimativas tiveram uma pequena melhora, com produtividade estimada em 55,5 sacas por hectare, e melhor distribuição de chuvas no Maranhão e Piauí. No Tocantins, as condições ainda continuam irregulares, mantendo o potencial divulgado anteriormente.